sábado, 6 de setembro de 2008

Au Revoir é até breve



Assim de uma assentada vão todas embora. As despedidas já são o meu forte (mais ou menos).
Nos últimos anos aprendi que o mundo é bem mais pequeno do que parece e que nada é definitivo. Não é como quando mudávamos de escola e deixávamos os amigos para trás, porque parecia incomportável uma amizade sem o mesmo recreio.
Agora somos mais habilitados e sabemos como desmultiplicar o tempo e encolher o espaço.
Os dias passam entre preparativos, depois da emoção das etapas vencidas. É divertido. Mas depois chegam os autocarros e os comboios, eu encosto a cabeça no vidro e pronto - o que é que posso fazer? - penso. De uma maneira fraca, sentimental, filosofante. É um perigo.
Desta mistura sai um bolo de entusiasmo, de previsões futurológicas de sucesso, juntamente com uma nostalgia antecipada e uma leve melancolia solitária.
Dou-me conta do quanto confio nos seus conselhos, de como busco a sua companhia num dia mais desanimado. De como são o ingrediente perfeito para o "nada que fazer". Para um café solarengo, ou tardio. Para uma daquelas muitas mensagens de telemóvel "só porque sim", porque preciso de dizer esta ideia a alguém. De como me interesso pelas suas histórias, de como peço actualizações para me certificar que tudo está bem. Dou-me conta que de uma vez só vão-se as aventuras inusitadas, as fofocas mal intencionadas, as toalhas de praia e os mergulhos nada ousados. As indecisões profissionais, o maldizer dos colegas, o entusiasmo que se pode partilhar por uma folha de jornal.
A vida continua, sim. Mas com menos graça.

3 comentários:

Anónimo disse...

oooh..ooh.. é sempre mais difícil para quem fica. mas pensa bem, assim de repente, acabaste de ganhar uma casa em paris, uma em la coruña e uma em barcelona! vá confessa lá, isso tem a sua graça!
;P

Fátima disse...

tou com a Inês. prefiro ter-vos mais perto. =(

(o bolo tava mesmo giro!)

Margarida disse...

O bolo estava mesmo giro e estava mesmo bom! Ohh...
Mas olha... as toalhas de praia e os mergulhos ir-se-iam de qualquer forma... estamos no Inverno oh Inês!

O resto sofrerá uma pausa, mas daqui a um mês vamos tomar o pior e mais caro café que já te passou pela frente! Nos Champs Élysées é a 4 euros! E, por incrível que pareça, sabe mal. Bahh

Au revoir é até à vista... não é adeus.