domingo, 27 de novembro de 2011

Freud não sei quê, não sei que mais?

Hoje tive um sonho tão estranho. Voltava a mudar-me par Glasgow mas Glasgow tinha mar e não se parecia nada com o que realmente é. Depois acordei (no sonho) e não sabia se estava na Escócia ou na China, parecia-me a Escócia mas havia coisas estranhas, além de não me lembrar de ter feito a viagem de avião.
Depois acordei a sério, sem dúvidas de onde estava porque este quarto cor-de-rosa não engana ninguém.Mas com uma sensação de confusão que me fez a cabeça andar à roda.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Descobri uma coisa fascinante: que me pagam (também) para escrever críticas de séries. Eu sabia que o meu grande vício (guilty pleasure mesmo) havia de servir para alguma coisa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Apelo

Andamos sempre à procura de alguma coisa que possamos fazer para ajudar, sem que nos dê muito trabalho ou custe dinheiro. Pois bem, há uma coisa muito simples que toda a gente pode fazer e lanço aqui o apelo:
A Internacional Network of Street Papers (INSP) é um projecto fabuloso, que estabelece e presta apoio a jornais/revistas de rua nos vários cantos do mundo. A ideia é fazer jornalismo de qualidade, com uma agenda diferente, mais direccionada para as causas sociais (mas não só, todas as revistas têm total liberdade para escreverem sobre o que quiserem, como quiserem), sendo que os lucros revertem para ajudar os sem-abrigo do mundo inteiro. O trabalho que os ditos jornais e revistas fazem para ajudar estas pessoas é notável e sou testemunha directa disso. Para mim, é o projecto perfeito: bom jornalismo, ético e único, associado a uma causa do mais nobre possível - os street papers permitem a pessoas em grandes dificuldades tornarem-se "pequenos empresários", ajudando-os a sair da pobreza.
A INSP estabeleceu recentemente uma parceria com a Booking.com que lhe pode permitir angariar algum dinheiro, mas estão com dificuldade de divulgação. O Hotels4Change é um site para marcar hotéis, como vários outros, com a diferença que por cada reserva a INSP recebe cinco por cento do valor total, sendo que a Booking.com não cobra qualquer custo adicional ao utilizador. O site tem tudo como os outros: 167519 mil hotéis em 155 países e mais de 10 milhões de reviews.
Eu sei que todos vocês viajam e procuram sítio para ficar na internet. Se o puderem fazer através deste site vão estar a ajudar muita gente e a contribuir para um projecto que vale a pena.
Por isso vá, em altura de viagens, passem antes por aqui: http://www.hotels4change.org
Espalhem a palavra!

Passos em volta: Quase sem gaiolas

Macau é zum-zum-zum, lufa-lufa, corre-corre. Toda a gente corre-corre. Aqui não é o povo quem mais ordena, é o relógio. E nós, as formiguinhas, suspiramos de impaciência, acotovelamo-nos, pisamos os calcanhares ao desesperado da frente, porque queremos chegar mais depressa ao destino, não queremos ficar naquele passo lento dos passeios estreitos.

Mas para toda a azáfama há um limite. No Jardim de Camões acalmam-se as nervoseiras, as angústias pós-modernas, as dúvidas urbanas. Se foi a poesia do nome que inspirou a poesia do espaço, não sei. Mas a verdade é que ali, naquele jardim de altos e baixos, de miradouros quase celestiais, vê-se a vida por outro prisma.

Não é por acaso que a população que por ali passeia consiste em crianças e idosos – os que vivem na abençoada ignorância do futuro, e os que descansam dos anos que passaram. Eu, estrangeira de câmara na mão, começo por uns cliques tímidos. Sinto-me invasora dos rituais alheios. Puxo do zoom para não puxar da proximidade.

Um homem observa os ramos ancestrais de uma árvore rugosa. Estuda-os. Eu estudo-o a ele. Faço-me invisível. Ali fico a vê-lo colocar carinhosamente a gaiola, que segurava entre os dedos, num dos galhos mais altos. Sorri. Senta-se então no banco e ali fica, trocando dois dedos de conversa com o amigo do lado, enquanto os dois tomam conta das aves de estimação. No Jardim de Camões é assim, os velhos levam os netos e os pássaros a passear.

Uma, duas, três, quatro. À primeira não se vêem mas são muitas as gaiolas penduradas. Explicaram-me que o ritual serve para que as aves de estimação possam estar mais próximas do seu habitat natural e para que tenham a oportunidade de conviver com os chilreios umas das outras. Camões sorri com tal perfeição poética.

Não é uniforme a população deste refúgio. Há os desportistas, os jogadores, os músicos. No topo das colinas grupos de homens conversam, descalços, em cima dos muros. Em zona distinta, outros jogam – e ao vislumbre da câmara escondem as peças, tapam as cartadas. As mulheres riem alto, em grupo, à sombra. As crianças, essas, estão por todo o lado e ninguém as chama, ninguém se alarma.

E de repente uma melodia. Três curvas à direita, há banda sonora. Uns cantam, outros tocam. Alguns ensinam, muitos observam. Batem-se palmas, mas não se tiram fotos. Só a turista, lá está.

Um passeio no Jardim de Camões faz milagres. Lembra-nos que a vida é mais que obsessões quotidianas – aquelas que no dia seguinte deixam de ter importância. Da gaiola já não nos safamos, mas ao menos que nos deixemos estar, por momentos, num habitat natural.

domingo, 20 de novembro de 2011

E de repente, um pouco de perspectiva

Posso dizer que nestas questões não há vencedores e vencidos. Posso. Mas a verdade é que ganhei. Agora olhando assim, com os olhos mais afastados da pintura, ganhei. E mereço.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Cultura geral não é comigo"

Ok, pronto, vi o vídeo da Sábado. Demorei este tempo todo porque, como lembrou a Silly, tenho algum preconceito com estas coisas, acho sempre que escolhem só as más respostas, dando uma ideia errada do todo.
Bem, a verdade é que eu achava isto. Antes, quando tinha fé na humanidade. É que quando estagiei no Público, deram-me esse trabalho tão de estagiária que foi ir a umas cinco faculdades, entrevistar umas 50 pessoas em cada uma - não me recordo já bem dos números mas era uma coisa assim. Claro que não foi nada uma coisa estatística mas a ideia foi que fosse um bocadinho representativo, pelo menos. As faculdades eram de áreas diferentes: Ciências, Artes, Letras, Direito e Economia, se a memória não me falha. O inquérito veio a propósito do aniversário do Maio de 68, movimento que, como sabem, foi liderado por estudantes. Então queríamos perceber se os jovens universitários sabiam o que era e se achavam que algo assim podia voltar a acontecer.
Eram umas quatro ou cinco perguntas, que só avançavam caso soubessem a anterior. A primeira era simplesmente "Sabes o que foi o Maio de 68?". Eu fiquei aterrada com as respostas. Principalmente dos alunos do Técnico, onde se forma grande parte da elite universitária. Eu não queria acreditar. Não só por não saberem, como por terem aquela atitude de "tenho raiva de quem sabe".
A coisa ficou muito melhor em Letras e Artes. Médio em Direito, médio baixo em Economia. Overall, acho que cerca de metade, ou um pouco menos, dizia saber o que era, mas depois quando iamos a ver achavam que era o 25 de Abril. Scary stuff.
Por isso já não desconfiei tanto deste vídeo da sábado. Aliás, estava à espera de pior. O que é um bocado triste.

sábado, 12 de novembro de 2011

ZAZ

A descoberta youtubesca:


Há mais vídeos noutros locais de Paris.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Preconceitos

De vez em quando recebia uns olhares de "coitadinha" quando as pessoas sabiam que tinha trabalhado em restaurantes e afins durante a estadia no Reino Unido. Isso sempre me irritou. Muito. Não é que tenha sido fixe, que eu tenha exactamente gostado, mas gosto muito muito menos de outras coisas que já são consideradas "aceitáveis". Tudo na vida tem a ver com as pessoas. Independentemente do que estamos a fazer, se as pessoas à nossa volta são boas, simpáticas, cooperantes, bem formadas, tudo se faz. E com tudo aprendemos alguma coisa, a verdade é essa. Se quero ingressar pelo ramo da hotelaria? Não. Mas tive a oportunidade de aprender muita coisa e até de me divertir. Ah, e também ganhei dinheiro. Not bad. Em retrospectiva, posso dizer que há coisas bem piores.

sábado, 5 de novembro de 2011

Tendo visto "Before Sunrise" e "Before Sunset", sinto mais ou menos o mesmo de quando li "Into the Wild". Um perigoso pensamento de "a vida é curta demais para me dedicar a merdas", uma urgência de viver, com garra, com coragem, com paixão, arriscar, ir, cortar o mal pela raíz, cuspir na cara de quem nos enche de veneno, de quem nos suga a alegria a viver. É esta tentadora e arrebatadora sensação de procurar a essência das coisas, da vida, de sentir, "estou viva, estou aqui".
Uff. Ainda bem. Entre a impulsividade e a responsabilidade, encontrarei um equilíbrio. Mas é bom que de vez em quando apareçam estes pequenos lembretes.

Get off the train with me


Pronto, estou cheia de vontade de conhecer estranhos no comboio.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Humildade, acima de tudo

O jornalismo deve ser sempre um exercício de humildade. No dia em que o jornalista deixar de aprender, e deixar de sentir que está a aprender, acaba-se tudo. Torna-se um inútil.

Os jornalistas aprendem muito uns com os outros, e principalmente aprendem com as suas fontes. Primeiro porque somos especialistas em falar da especialidade alheia, sem sabermos a fundo sobre nada e, por isso, ao perguntarmos e ouvirmos, aprendemos. Mas o conhecimento não vem apenas da especialização, da economia, da política, do direito, da ciência, da saúde, até da cultura. Devemos aprender a ouvir as pessoas, as suas preocupações – mais do que tudo devemos saber ouvir o cidadão, dar voz aquele que não tem plataforma para expor os seus interesses. Cabe ao jornalista equilibrar a sociedade, e não apenas servir de eco a quem já era ouvido. A “expertise” de quem sabe, deve ser absorvida, entendida, estudada, para depois ser aplicada no combate à ignorância, à desvantagem, ao crime, ao preconceito, seja o que for.

Estamos cá para servir, para iluminar. Esse é um trabalho que só cabe aos humildes, aos que estão prontos para serem provados errados, aos que sabem pôr de parte o ego inchado e ouvir.

O jornalismo não se faz de vírgulas, faz-se de respeito. Pelo direito à informação – porque só com ela as pessoas podem decidir por si próprias. Não ensinamos, explicamos. Há uma diferença abismal.

Sempre me irrito quando vejo um meio de comunicação ser transformado num pódio. Seja para promover alegadas intelectualidades, seja para explorar a miséria alheia. Quando é notório esse exercício de vaidade, quando se escreve para o elogio – pior, para o elogio de classes profissionais – perdeu-se aquilo que realmente importa. E aí, mais vale então dedicarem-se a outra actividade qualquer. Vão vender seguros. Não se recebe mal e há total liberdade para o exercício do poder.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Especialmente para a Silly

Hoje encontrei OBs num supermercado! Era um chique, tipo Corte Inglés. Mas achei!