segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Tal como um elefante

"O elefante, já lho disse no outro dia, é outra coisa, em um elefante há dois elefantes, um que aprende o que se lhe ensina e outro que persistirá em ignorar tudo, Como sabes tu isso, Descobri que sou tal qual o elefante, uma parte de mim aprende, a outra ignora o que a outra parte aprendeu, e tanto mais vai ignorando que quanto mais vai vivendo, Não sou capaz de te seguir nesses jogos de palavras, Não sou eu quem joga com as palavras, são elas que jogam comigo"

José Saramago, in Viagem do Elefante

EUA são sexy

No outro dia na aula de espanhol calhou falarmos de política. Conversa puxa conversa percebi que a piquena que está connosco a ter aulas não sabia a diferença entre esquerda e direita. Não achei uma escandaleira porque ela só tem 16 ou 17 e é uma miúda esperta e interessada. Assim em versão resumida expliquei-lhe que partidos existiam e quais as principais diferenças entre as duas alas. No final da explicação ela exclamou: "Ah, como os republicanos e os democratas?". Depois de uns pisca olhos meio incrédulos lá respondi que sim, mais ou menos.
Agora, desde quando é que se aprendem as especificidades políticas de outros países antes do nosso? Definitivamente os EUA são bem mais sexys* que Portugal.

*Obrigado Bárbara Reis, depois de ti percebi que há todo um leque de palavras que se podem conotar com este adjectivo - depois de um lead sexy, tudo pode ser sexy.

Pára tudo!!

Os Operários do Natal estão na net: http://operariosdonatal.com.sapo.pt/menu.html

Estou em puro êxtase! "Porque quando nasce um menino é Natal!"
É a coisa mai linda de sempre! "Amanhã serás operário do Natal de outro meninoooo" (isto quer dizer que seremos pais, para os mais distraídos)
"Fomos feitos pelos pais, não viemos da cegonha" lá lá lá

O lenhador é mal pago e o Natal da costureira "é só trabalhar" - mas se deres um beijinho à tua boneca "é como se desses um beijo a esta costureira que transformou trabalho em bonecos e carinho". O carteiro "leva e traz um saco de amizade", o palhaço "com o riso come e dorme" - "num palhaço que se ri há sempre um homem que chora" - , o pasteleiro "de barrete branco e grande barriga, sempre de faces coradas a fritar as rabanadas" e os vendedores de brinquedos "não têm mãos a medir, ficam com as mãos dormentes enquanto há mãos a pedir". No final contam-nos que os sete operários do Natal são nossos amigos, "tão amigos como os teus companheiros de escola, tão amigos como os teus irmãos, tão amigos como quem te dá presentes no Natal" - "Cada operário que trabalha para que tu possas ter um bom Natal te dá um presente: o presente da canseira, o presente do trabalho, o presente da amizade".
E aqui chega a minha preferida: Os Amigos!

Quem faz o Natal para todos nós? São os amigos!
Quem nos dá prazer e dá calor? São os amigos!
A quem é que damos a ternura? É aos amigos!
A quem é que damos o melhor? É aos amigos!

Os amigos são o nosso bolo de Natal
Cada amigo nosso vale mais que um Pai Natal
É um irmão nosso que trabalha no Natal
E com suas mãos faz a diferença do Natal

O dinheiro pouco importa
O que importa é a verdade
E a prenda mais valiosa
É a prenda da amizade

Quem faz das tristezas forças
E das forças alegrias
Constrói à força de Amor
Um Natal todos os dias.

Isto é tão politicamente incorrecto hoje em dia que só dá vontade de rir - mas rir da forma mais ternurenta e entusiasta possível, porque eu cá estou nas sete quintas. Aconselho vivamente até para quem não conhece. É delicioso!

Tenho entretém para a noite.

domingo, 28 de dezembro de 2008

A questão que já todos pusemos

"Que importância se dá em Portugal ao bem estar, à qualidade de vida, a uma coisa tão simples como o conforto? Posso responder: todos os dias passa aqui na rua a minha vizinha aposentada, solitária, que se desloca com a ajuda de duas muletas, penosamente evitando os carros — muitas vezes o meu — estacionados em cima dos passeios do bairro. Poderia ser a outra vizinha com o carrinho de bébé, ou um deficiente. Como querem que não sejamos infelizes se somos um país desconfortável, mal planeado, pouco cuidado?

Em finais dos anos 90 ia todas as semanas à aldeia dos meus pais um professor de pintura. Os velhotes encontravam-se, faziam exposições, — estavam felizes. Mas isso era evidentemente um luxo, uma loucura “guterrista”, uma fantasia capaz de nos levar à falência (como dez estádios de futebol? ou como salvar bancos de investimento?). Não, não podemos. Em Portugal o que é civilizado é deixar os velhos abandonados e desocupados no fim das suas vidas.

Em Portugal, dizem-nos, não há dinheiro para os grandes projectos. Então e os pequenos projectos — arranjar as calçadas, cuidar dos jardins, melhorar o transporte urbano, pintar prédios, cuidar de aldeias, criar bibliotecas, manter museus abertos, fazer desporto amador, pôr creches no local de trabalho? Sim, eu sei. É tudo poesia. Peço desculpa por falar nisto."

Rui Tavares

sábado, 27 de dezembro de 2008

Natais passados

Hoje descobri que algo de profundo me une ao Nuno Markl: Os operários do Natal.



Sem dúvida o vinil da minha infância. Num encadear de músicas, várias personagens explicam porque é que a sua profissão é importante para que o Natal funcione.
A análise de Markl (sim, ele faz análises) era coisa que nunca me tinha passado pela cabeça. Isto acontece-me muitas vezes. É como a Anita ou aquele amigo de infância que toda a gente percebe que é gay. É que guardo dessas coisas a memória de quando era demasiado pequena para perceber 75% do mundo. E como não mexo mais nelas, a memória assim fica.
Por isso nunca pensei que "Os operários do Natal" fosse uma coisa de esquerda(duuuhhh! bastava o título). Aliás, nem sequer sabia que era cantando por Carlos Mendes, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho, com letras de Ary dos Santos (isso talvez tivesse ajudado). A única coisa que saberia dizer é que o carteiro era o meu preferido e que Natal não era Natal sem este disco, logo a seguir ao coro de Santo Amaro de Oeiras (a que Markl também faz referência), cuja capa eram dezenas de Pais Natal a cantar numa pose engraçada. Se tudo isto também vos traz recordações, espreitem o post do meu conterrâneo: http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/412423.html

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Provavelmente, não, seguramente.

Quem diz mal dos blogues que morra já atropelado. Passado a ferro pelo remorso.
Que os blogues são um arquivo de nós próprios, das nossas lutas, das nossas esperanças, das nossas preocupações. Diários disfarçados de crónica de jornal, entre o sério e o sentimental.
Hoje a dúvida persistiu com mais força e vagueei pela blogosfera em busca de um cobertor. Os cliques rebuscaram nos anos, nos meses, e em Outubro de 2007 encontrei a minha lágrima no canto do olho e sorriso amolecido. Sim, já passou um ano, mas eu espero que ela ainda ache o mesmo. Eu acho.

Pijamas de Natal

O Natal é a época perfeita para receber pijamas. E não o digo porque recebi dois. Nada disso.
Digo-o porque o tema quente da minha consoada girou em torno de uma pequena reportagem de rua, que entrevistava as pessoas que faziam as últimas compras. À pergunta "O que é que veio comprar?", um rapaz que sai de uma loja da Baixa responde: "Comprei umas calças de pijama para a minha namorada".
A resposta pode parecer simples mas isso é para quem não é dado à arte de filosofar (e nós somos). Surgiram logo várias teorias: ele tinha uma tara - para dormir, só calças, mais nada - , ela estragou as calças do pijama e precisava de umas que combinassem com a camisola, ele não tinha dinheiro para o pijama inteiro, ele achou que era romântico comprarem o pijama a meias (esta última acrescentei eu).
Não há nada como uma questão relevante para lançar a reflexão sobre o significado do Natal.
Descobri que há um momento que me faz decidir se quero ou não tornar-me próxima de uma pessoa.
Quando entramos no carro, após uma qualquer festa ou reunir de pessoas, há dois tipos de reacção: há o que começa imediatamente a dizer mal de x e y, da prenda, da atitude, da comida ou seja o que for, e aquele que diz "foi giro, não foi?". Dispenso o primeiro.
Obrigada.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Havendo mundo

"O comandante pôs cara de dúvida, Pombos-correios, estranhou, tenho ouvido falar deles, mas, francamente, não acredito que um pombo seja capaz de voar durante tantas horas como dizem, em distâncias enormes, para ir dar, sem se enganar, ao pombal onde nasceu, Pois vai ter ocasião de verificar com os seus próprios olhos, se me permite mandarei chamá-lo quando o pombo chegar para que assista à retirada e à leitura da mensagem que ele trará atada a uma pata, Se isso acontecer, só faltará que as mensagens nos passem a chegar pelo ar sem precisarem das asas de nenhum pombo, Suponho que seria um pouco mais difícil, sorriu o alcaide, mas havendo mundo, tudo poderá suceder, Havendo mundo, Não existe outra maneira, comandante, o mundo é indispensável"

José Saramago, in A viagem do elefante

Ilhas perpendiculares

Uma espécie de cobaia que se sabe parte de uma experiência. É essa a sensação.
E sempre a dúvida se há ou não grupo de controlo.
É mais uma coisa tipo: eu rio-me contigo e conto uma confidência porque és quase meu amigo. Mas na verdade é mais amigo daquela pessoa que não suporto. E o novelo enrola-se num complexo desfiar de amizades aos bocadinhos. Porque amigo é aquele a quem podemos dizer de quem não gostamos, ou não? E se não gostamos do melhor amigo do nosso amigo? Do namorado, do irmão adorado... Dizemos? Ou olhamos para o lado, respiramos fundo e esboçamos um sorriso amarelo na altura em que o assunto vier à baila?. "Sim, ela é mesmo querida". Podemos (devemos) fazer isso?
Mas já fugi ao assunto. Voltemos à minha experiência científica.
O grupo reúne-se todos os dias e entrelaça histórias. Há quem goste de hierarquias: "A minha pessoa preferida é x, a seguir é y e depois w". Marca terreno. Fico feliz por ficar de fora das linhas porque as linhas iam cozer-me a um trapo sujo.
No entanto o jogo de revela e esconde continua sempre. Ou contamos demais - e tropeçamos na nossa sinceridade - ou contamos de menos e não somos parte do grupo. A experiência não tem fim.
No fundo o objectivo é misturarmo-nos naturalmente. Mas não há nada de natural nisso. É um jogo de pecinhas de diz-que-disse. Que cansa. Que gasta a capacidade humana de adaptação. Esse equilíbrio entre o próximo e o distante. Faço-o tão mal... Quando dou por isso estou a tentar insistentemente gostar de uma pessoa porque alguém de quem gosto gosta dela. E se gosta tanto, devo ser eu que embirro de graça. Faço piada, meto colherada na conversa. Tento. E um dia dá-se um clique e percebo que chega de tentar gostar de quem não gosto. Claro que depois do clique é mais difícil conter a tentação de responder torto ou sorrir placidamente a uma provocação. O clique muda tudo.
Mas voltei a fugir ao tema. Ou o tema quis enganar-me.

sábado, 20 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Manoel de Oliveira, uns dias atrasado

Sempre que me juntei às críticas em tom trocista que sempre se fizeram a Manoel de Oliveira, fi-lo discretamente e com alguma vergonha. Porque sabia que não tinha como fundamentar a minha opinião, para além de dois ou três lugares comuns que andam na boca de toda a gente. Este post fez-me perceber que é urgente alugar uns filmes do maior cineasta português. Depois posso decidir se gosto ou não.

"Entre aqueles que elogiam apenas a longevidade de Manoel de Oliveira e aqueles que atacam a sua obra, há uma coisa em comum: não viram os filmes (10 minutos na RTP2 não conta). Nenhum cineasta tem sido vítima de tantos clichés e de tanta ignorância. Vale a pena ler o livrinho que acompanha a caixa Oliveira agora editada, onde João Lopes desmente com factos as parvoíces mais comuns (como a «duração excessiva»). Oliveira é um dos grandes cineastas vivos, e mais que os cem anos interessa sublinhar os setenta anos de carreira, a sua fidelidade voluntarista a um cinema livre e pessoal, à margem das ideias maioritárias e intolerantes. Digo isto à vontade, porque não sou um indefectível de Oliveira. Acho que tem vários filmes falhados (A Divina Comédia, A Carta) e alguns desastrosos (A Caixa, Um Filme Falado). Tenho também pouco interesse pelos seus filmes «históricos» (de Non até Cristóvão Colombo). Mas quem fez Douro, Faina Fluvial, Acto da Primavera, Francisca, Vale Abraão ou Vou para Casa não tem nada que provar aos filisteus. Adepto de uma noção teatral e literal da adaptação, é um dos grandes mestres do romanesco romântico, estilizado num registo distanciado e de uma ambiguidade católica perversa. Parece-me impossível gostar de Ozu, de Bresson ou de Dreyer e achar que Oliveira não vale nada. Não há nem nunca houve um só cinema (Godard fala da linhagem Lumière e da linhagem Méliés). Os filmes de Oliveira são difíceis, «elitistas» e pouco dados a expectativas comerciais e consensos críticos. Quem elogia o aspecto «anedótico» dos cem anos ou ataca os seus filmes, faz-lhe sem saber uma homenagem."

Pedro Mexia, in Estado Civil

Os malditos afectos

Tenho uma enorme embirração com a palavra "afectos" e como agora serve para caracterizar tudo: um filme de afectos, um livro de afectos, um programa sobre os afectos. Frases como "temos que aprender a falar dos afectos" dão-me comichões no cérebro. No entanto foi nessa palavra - afecto - que pensei depois de ler compulsivamente posts de um recém descoberto blog.
Todos os posts acabam em pergunta e 80% são sobre o amor, no geral. Como sei que gosto de ti, como sei que gostas de mim, como sei se alguma vez vou gostar de alguém como A gosta de B? Como sei se um dia vou ser totalmente feliz? Como sei se os meus amigos são aquilo que parecem?
As palavras li-as por puro voyerismo, por curiosidade. Mas os textos deixaram-me a pensar. Não será esta problematização dos "afectos" o primeiro passo para os tornar complicados?
É claro que eles são complicados, mas quando se teoriza demais, põe-se o pé em folha verde. Quando alguém diz "quando a pessoa certa aparecer eu vou saber e não vou ter tantas dúvidas", apetece-me ir lá dizer: isso é nos filmes. Quando as pessoas dizem que ouvem Deus, também não é exactamente uma voz, presumo. Essa coisa cristal clear demora algum tempo, não é um passe de mágica perfeito. Há dúvidas - há mil dúvidas -, medos e um volta atrás mental constante. Faz parte do processo.
Mas isto sou eu a teorizar.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A equipa de futebol

Agora, lá no jornal, decidiram formar uma equipa de futebol feminina, já que existia uma masculina.
Avisei logo que não contassem comigo e fiz figas para que a coisa ficasse por aí. Mas não. "Vá lá, vá lá, vá lá, vá lá!". Não. Não quero saber se vos falta uma pessoa ou se "assim não tem graça". Se eu jogasse é que não ia mesmo ter piada nenhuma, acreditem.
O convite levou-me numa viagem pelo tempo, quando havia aulas que obrigavam a essa coisa do exercício físico. Como eu tentava ser invisível.
Sempre achei que as aulas de Educação Física não deviam ser obrigatórias, porque por mais que eu prestasse atenção às regras e me esforçasse, estava condenada à mais desastrosa nulidade desportiva. Eu não tinha mesmo jeito. Jamais poderia ter um cinco ou um quatro. E o três era por simpatia do professor, de certeza, porque eu era bem comportada.
Lembro-me de ter chegado ao fim do 12º ano e ter pensado nisso. "É pá, nunca mais vou ter aulas de Educação Física". Foi um alívio e uma paz para a minha auto-estima.
Então e agora estou eu a fazer mexer o intelecto, a fazer valer o cérebro, e querem que eu jogue à bola? Amigas, vocês não entendem a psique de um looser desportivo. Nunca mais poderíamos conviver como iguais depois de me verem tentar movimentar uma bola.

Por agora prometi que assistia aos jogos, que torcia, até pulava se fosse preciso. Elas ainda acham que na hora H eu me vou entusiasmar e saltar para o campo.
Mas o que eu tenho a dizer é: "No relvado, jamé!"

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Boas notícias

O Ipsilon já está online: http://ipsilon.publico.pt/

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Prémios Gasganete

Já foram feitas as nomeações para os Prémios Gasganete, que elegem empresas e pessoas que mais promoveram a precariedade em 2008. Os prémios estão divididos em quatro categorias: Acumulação, Soundbyte, Sem Vergonha e Ficção Contemporânea. Os meus preferidos são os da categoria Soundbyte, que "distingue pessoas ou instituições que tiveram uma frase lapidar naquilo que é hoje o estado da precariedade", segundo a Lusa.
E eles são: Francisco Van Zeller (presidente da Confederação da Indústria Portuguesa), Manuela Ferreira Leite (presidente do PSD), a cadeia de supermercados Pingo Doce e Pedro Nuno Santos (deputado do PS).
Motivos:
O slogan "sabe bem pagar tão pouco" valeu à cadeia de supermercados Pingo Doce a nomeação. "É uma frase que se dirige aos consumidores e é aproveitado por nós para denunciar a política de emprego da empresa", referiu um dos responsáveis do concurso.
"Se não houver precários não há nada", foi a "pérola" de Francisco Van Zeller, enquanto Manuela Ferreira Leite foi nomeada pela frase: "Temos que banir a palavra precariedade do nosso dicionário porque é tudo precário, qualquer trabalho que se arranje tem sempre essa dimensão precária".
Pedro Nuno dos Santos foi nomeado por ter dito que "os actuais falsos recibos verdes continuam falsos depois das alterações, com uma diferença, é que serão mais caros".

Dizem que Portugal é um país de Palavra. Só não especificam que palavras...

Diz que é uma espécie de Top Model

A revista do jornal El Mundo elegeu os 10 homens mais elegantes do mundo. Deixem cair esses queixos:

1º Karl Lagerfeld, estilista
2º Roger Federer, tenista
3º Barack Obama, presidente eleito dos EUA
4º Brad Pitt, actor norte-americano
5º Haakon Magnus, príncipe norueguês
6º José Sócrates, primeiro-ministro português
7º Jude Law, actor britânico
8º Príncipe Carlos, Reino Unido
9º Nicolas Sarkozy, presidente francês
10º Príncipe Kril, da Bulgária

Estes espanhóis...

A Grécia arde

"Novos confrontos entre a polícia e os manifestantes proliferaram ontem por toda a Grécia, desde o Norte ao mar Jónico e ao Egeu. A cólera desencadeada pela morte, no sábado, do jovem Alexandro Grigoropoulos alastrou mesmo a representações diplomáticas em Londres e Berlim. Trata-se da mais grave agitação a que a Grécia assiste nas últimas décadas.

(…)

A polícia carregou contra 300 manifestantes, na capital, Atenas, mas também houve violentos distúrbios no vizinho porto do Pireu e em Salónica, a segunda cidade do país, em Trikala, no Centro, em Larisa, Volos, Patra e nas ilhas de Corfu, Creta, Samos, Lesbos e Rodes. Foram incendiados um grande armazém e a árvore de Natal junto ao edifício do Parlamento. Pelo menos 35 pessoas foram detidas e mais de 50 ficaram feridas.Os distúrbios destruíram já 130 estabelecimentos atenienses. A câmara municipal suspendeu as actividades natalícias.O Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK, oposição) pediu à população que criticasse o Governo mas se abstivesse de novos actos de violência.Os professores universitários iniciaram três dias de greve. Os blogues populares entre os estudantes do secundário incitam-nos a boicotar as aulas, num clima de insurreição. Ao longo destes dias manifestantes, incluindo muitos anarquista, têm gritado "polícias, assassinos", e lançado bombas incendiárias, enquanto helicópteros tentam controlar as multidões.”

Jorge Heitor, in Público


Quando os países deixam de ser apenas lugares distantes cheios de pessoas desconhecidas, começamos a sentir uma verdadeira preocupação ao ler estas descrições. Percebemos que as guerras do mundo – com todas as suas contradições e consequências - são também um pouco nossas.
Faço figas Sofia, já sabes. Filakia *

sábado, 6 de dezembro de 2008

Vá, há muito tempo que não dizia mal de qualquer coisa. Hoje apetece-me soltar o fel.
É que já não posso - entupi completamente a paciência - com conversas de catálogo sobre homens e mulheres. Já revirei os olhos 35 vezes, suspirei em surdina 27 e encolhi os ombros 43. Tudo nuns 15 dias. As mulheres são de Vénus, os homens de Marte. Já se sabe...
Estes são alguns dos lugares comuns mais insuportáveis que as pessoas estão CONSTANTEMENTE a repetir: os homens são todos iguais, as mulheres são mais inteligentes, os homens só pensam em sexo, as mulheres são umas cabras umas para as outras, os homens são muito mais honestos e porreiros, "eu só tenho amigos homens, nunca me dou bem com mulheres" (como se a pessoa a proferir esta frase se considerasse uma excepção da sua "espécie"), os gajos giros nunca gostam de gajas feias, as mulheres são mais sensíveis. Tudo bem regado de uma sessão de visitas ao Hi5 onde desfilam namoradas "horrorosas" de ex-namorados ou amigos, facto que "não faz sentido nenhum".
No outro dia proferi um "que disparate" e levei com um "já irritas com essas coisas". Por isso voltei aos suspiros.
O girl power é das coisas mais "estupidinhas" que conheço. É o único adjectivo possível.

P.S. Antes de virem defender estes lugares comuns pensem lá se não lhes conhecem umas 2342 excepções. É que o ditado "a excepção confirma a regra" só conta se for uma...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vi Deus

Mora num museu em Marvão.
A entrada só custou 1 euro. Achei barato.