sábado, 28 de fevereiro de 2009

Rocky Mountain II

Um murro do estomâgo.


Final Edition from Matthew Roberts on Vimeo.

Más notícias, mas bem contadas

http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20090227145508&o=1

Este tipo de notícia deixa-me arrepiada e triste. Que raio de mundo em que vivemos...
(Sim, estou a tentar não comentar que é o Granado, o melhor professor de jornalismo de sempre)

Barcelona é:

Barcelona é também a cidade de onde eu não queria sair nem arratastada e acabei por sair pelo próprio pé (ou avião, se quisermos ser precisos). A cidade onde jantar singnifica tapas e pinchos, que combinam comida deliciosa com curiosidades históricas. A cidade onde a Alexandra tem um irish pub adoravel com um nome que esconde corações partidos. A cidade onde dei dois beijinhos ao James Morrison e muitos abraços à amiga - aquela de quem eu achava que já não gostava muito, mas afinal gosto.
Foi a terceira vez que fui à cidade do Gaudi, mas não estou satisfeita. Talvez a quarta seja de vez.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Amanhã vou estar aqui

Volta e meia tropeço em pessoas ou coisas que reportam a tempos tão longínquos que até parece que pertencem a outra vida. Quando esses salpicos de lembranças me atingem parece que nada daquilo me pertenceu, nada daquilo fui mesmo eu. E ao mesmo tempo dá-me uma nostalgia, uma pena de não ter feito qualquer coisa que nem sei bem o que é. Acho que é uma espécie de memória emocional que fica gravada e não desaparece. O passado e o presente a tentarem encontrar um estranho equilíbrio.
E toda a gente sabe o que acontece quando perdemos o equilibrio.

Em tempo de Óscares

Em 1973 Marlon Brando recusou a estatueta: http://www.youtube.com/watch?v=2QUacU0I4yU

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Eu disse que ia descobrir

Jai Ho significa "que a vitória chegue" ou "que venças". Pelo menos foi a conclusão a que cheguei pela pesquisa na internet.
Estou viciada na música. Tinha que saber, ao menos, o que significa o título.




Aquela dança no fim do filme está demais.

Bonifácio regressa à blogosfera

Um dos "críticos de música" que mais gosto de ler é João Bonifácio. Porque é imprevisível, definitivamente louco, hilariante nas entrevistas, meticuloso nos adjectivos. Gosto de o ler mesmo quando não conheço as bandas ou os CDs. Diverte-me. E imagino-o sempre com aqueles óculos tortos na cara.

Hoje voltou a dar o ar da sua graça na blogosfera. Adorei:

"Há discos que não se ouvem de manhã, outros que pela noite se tornam insuportáveis. Alguns só servem acompanhados de pessoas, e uns quantos não permitem companhia. Para cozinhar há discos muito úteis que, em outras situações, se revelariam incipientes. E mesmo para tomar banho há canções mais indicadas que outras (ok, confesso: refiro-me a "Dancing Queen", dos Abba).

Nunca ouço o "Music For a New Society", do John Cale, com as suas gélidas paisagens quase inumanas, antes das duas da matina. Já o "Homem na Cidade" de Carlos do Carmo apetece-me apenas quando madrugo: deixo aquela voz de tremenda hombridade atravessar a neblina e ir buscar a manhã, depositá-la na varanda e os fados tornam-se plena alegria. Não me ocorreria fazer isto com uma canção como o "Girls and Boys", dos Blur, que precisa de copos e gente. O Gardel obriga-me sempre a recorrer a camisas de linho - é curioso como no verão tenho sempre vontade de américas latina: adocicam-me as caipirinhas.

Nisso, os discos são como as pessoas. Não há pessoas, nenhuma pessoa, adequada para todas as horas. Quando muito uma que sabe ser mínimo denominador da maior parte das horas, que sabe a que horas ir e a que horas voltar, difícil ciência de ser âncora sem pesar muito ao barco. Mas isto, quando muito, acontece com uma pessoa. As outras são como os discos: têm dias, e acima de tudo têm horas.

Há aqueles amigos com quem só bebemos copos, e mesmo esses têm um tipo de copos específico. O amigo com quem almoçamos (mas nunca jantamos) e que é íntimo a falar da sua cozinha, mas nunca menciona o quarto. E aquele com quem jantamos (e nunca almoçamos): pouco fala da cozinha, é mais propenso a relatos de quarto. Existem os que falam de cinema, os que só querem falar de livros, os que só falam de discos. A maior parte dos amigos são de rua: vamo-los encontrando. Os amigos de sala de estar estão. E isso chega. Para cada pessoa descobrimos um momento, uma altura, em que nos sabem bem. Fora disso, népia.

Também assim com os discos, mas quando se é pago para ouvir discos descobre-se que nem sempre os discos têm os horários que ao princípio lhes atribuímos. Discos para os quais não imaginávamos hora alguma revelam-se fiés companheiros de solidão nocturna; discos que imaginávamos quase sombrios surgem-nos, de repente, do nada, como partilháveis. E descobre-se que se dermos tempo suficiente a qualquer disco ele lá encontrará uma forma de se encaixar no nosso horário, de se acomodar a uma hora, um momento específico, o que estraga a imagem que um tipo durante anos tinha criado de si: a de um gajo que sabe sempre o que ouvir e não ouvir, em cada situação, a cada hora.

Imaginem que tínhamos este cuidado com as pessoas. Que nos púnhamos a pensar "Se calhar este fulano funciona melhor em almoços mensais que em jantares trimestrais". Seria, pelo menos, confuso. Podia alterar a hierarquia das casas, a lista de compras do supermercado. Ainda daríamos por nós a ter de concordar com gente de direita ou ir à bola com benfiquistas. A descobrir que gente que desprezamos pode parecer-nos sensata enquanto amigos do peito nos parecem egoístas até à medula. Se pensarmos muito nisso, a nossa playlist humana não é tão científica quanto pensamos. Não é nada fácil, isto de escolher um disco para cada hora do dia."

Começo a ficar preocupada

Já tivemos o caso Charrua - o professor que fez uma piada sobre o primeiro-ministro e levou com a DREN em cima - e Magalhães de Carnaval proibidos pelo Ministério Público. Agora temos a PSP a apreender livros com pinturas de Courbet. Já começam a ser incidentes a mais para uma democracia como deve de ser.
A Vénus de Milo também está nua - pornografia! - e ainda por cima mutilada - violência! - acho que a PSP irá fazer uma visita ao Louvre brevemente.
Ridículo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Tudo o que tenho a dizer sobre o Carnaval é:


Isso, e que as minhas habilidades não vão além do Paint.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O dia em que eu gritei no cinema

Como usar clichés de forma inteligente: Slumdog Milionaire.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Obrigadinha..."

Nunca deixo de me surpreender com a forma como as pessoas "enganam". São assim e assado, ostensivamente assim. E depois, pimbas: riscam fora do desenho. E eu fico baralhada.
Ouvi agora uma que não posso deixar escapar. Lembrando o meu recente post sobre a posição da Igreja em relação ao casamento de pessoas do mesmo sexo, é curioso pensar nisto: consideram o assunto válido o suficiente para apelar o boicote ao voto nos partidos que apoiam a ideia, no entanto, a Igreja também censurou a guerra do Iraque, mas não aconselhou a não votar em quem a apoiou.

O apontamento foi de Ricardo Araújo Pereira (não em programa de humor)

Pequenos ditadores - Parte II

Hoje vim para a casa a pensar nisto: quando alguém tem um cargo acima do nosso, isso faz com que automaticamente respeitemos essa pessoa? Ainda acredito que o respeito se ganha na medida em que se dá ou pelo mérito de postura exemplar ou profissionalismo irrepreensível.
No entanto, - repito - devo respeito a um superior por ser chefe?
Se calhar existem diferente noções de respeito.

(Ando um bocado interrogativa ultimamente. Isto passa.)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Visto há mais de 100 anos

O Correio Preto têm uma citação interessante. Karl Marx, no livro "O Capital", em 1867:

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

Ora aí está.

Gula

Se - hipoteticamente falando - eu estiver sentada na cama a escrever este post e a comer colheradas de leite condensado cozido, directamente da lata, estou a pecar?

Gulbenkian


Ontem estive na Gulbenkian. Há poucos sítios que me tragam tantas e tão boas recordações.
Como era sábado multiplicavam-se as famílias, em vez dos estudantes. Ao atravessar o anfiteatro uma senhora diz para a filha pequena: "Sabes, a mãe vinha muitas vezes para aqui". Grupinhos de curiosos olham os patos, alguns até tiram fotografias. É impossível não sorrir.
Deitei-me na relva a ler e logo comecei a cantarolar a música:


"Está na mesma esse jardim, com vista sobre a cidade
Onde fazia de conta que escapava do presente..."


Suspiro.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dois pesos, duas medidas

"(...)
Eu julgo ter visto em Gaza uma tal escala de violência que, além de 1300 mortos, dezenas de milhares de pessoas estão de luto ou sem abrigo – e não vi nada, porque não estive lá mesmo durante os bombardeamentos, talvez os primeiros alguma vez feitos sobre uma população que não tinha para onde fugir.
E aterro em Israel para passar um civilizado “brunch” a ouvir como toda a população do sul do país está traumatizada com os “rockets” que mataram três civis. Como Israel está a ser agredido pelo Hamas, pelo Hezzbolah, pelo Irão, por todo o mundo muçulmano. Como a Europa está cega porque não vê o que vai sofrer com os muçulmanos. Como Israel está sozinho, ameaçado e ainda assim é paciente e humanista. E como são desprezíveis os israelitas que levam na cara e querem paz, e quando o país estava em guerra não apoiaram o seu governo.
(...)"

Alexandra Lucas Coelho, in Ípsilon

Fazer de conta

Magnífica crónica de Mário Crespo. Isto é pôr pontos nos is. (Ou tê-los onde onde é preciso)

Está bem... façamos de conta
2009-02-09

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E para os nerds ortográficos:

O plural de Santo António é Santos Antónios ou Santo Antónios?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Causa-me alguma irritação que a Igreja não esteja na linha da frente no que toca á pobreza e ao desemprego, mas faça logo um estardalhaço - ao ponto de meter o bedelho nas decisões eleitorais das pessoas - quando se fala sobre assuntos tão privados como quem leva quem para a cama e como.
Quando o primeiro-ministro diz que vai "tirar aos ricos para dar aos pobres", não consigo deixar de pensar: quem é que ele considera rico?

(Para todos os efeitos, acho que estou safa)

Descobri esta pérola



Gosto especialmente da senhora do meio

Até agora o meu preferido foi:


E bem a propósito daquilo em que o filme nos faz pensar, hoje apercebi-me que ainda há quem veja o mundo com os óculos do estereotipo rígido. Pensei que depois dos 20 já ninguém achava que as pessoas são feitas apenas de meia dúzia de peças, estilo "se não gosta de futebol, corre assim e diz assado é gay". Eu ia dizer que é triste, mas é só um bocado ridículo.
Quando alguém consegue trabalho por influência de colegas do emprego anterior, é cunha?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

As coisas boas da vida

Mesmo depois de três dias de gripe intensa, alguma rabugice, tempo desperdiçado e pouco entusiasmo, ainda há momentos que alegram o dia. Mesmo que embrulhados num pedido de desculpas por falta de tempo, com um laço em forma de música da Tina Turner com arranjos rock.
Não sei porque é que leio o 31 da Armada - na verdade discordo com 90% do que por lá se diz (e não gostava nada da revista Atlântico, de onde vieram muitos dos participantes). No entanto não há dia em que não espreite. Malditos.

De batatas fritas está o inferno cheio

Há uma data de coisas que não se percebem bem no mundo. Mas, pronto, essa também é a piada da coisa, não é?
Mas convenhamos, às vezes as circunstâncias apresentam-nos cada pessoa mais avariada, que eu desconfio do rumo da humanidade. É a isto que estamos entregues??
Recuando um pouco. Há uma altura em que achamos que os nossos pais são perfeitos, os mais fortes, os mais inteligentes e que estão sempre certos. Quando descobrimos que são pessoas normais, com podres, com falhas, com dúvidas, com falta de sensibilidade, o mundo é uma grande desilusão. Esse é geralmente o primeiro grande trambolhão da vida de uma pessoa mais ou menos normal.
A partir daí é sempre em frente. Há os amigos que perdem o juízo (ou nós é que o ganhamos), os colegas da faculdade que partilham a linha entre a genialidade e a loucura, os patrões com pinta surfer mas aparente falta de sentimentos e bom senso, os colegas de trabalho com humores tão instáveis que roçam casos clínicos. E no entanto foi um par de horas com um estranho que me fez temer pela sociedade. Porque aos outros doidos já estou eu habituada. Este assustou-me porque é uma pessoa real, com idade suficiente para se perceber que não vai mudar, com família, emprego, algum poder. Mandou bitates sobre meio mundo, falou dos jornais como se fossem batatas fritas, traçou-lhes uma estratégia de marketing de dar dores de cabeça. Falou, falou, falou. Deu sentenças. Quem são os melhores, os piores, os "potenciais". Conhece-os a todos, diz ele. É como se fosse o Big Brother. (delusional...). Disse tanta coisa que não tive capacidade de digerir tudo. Só mais tarde fui recordando. E tive pena de não lhe perguntar se ele nunca pensa na "bigger picture". Se no meio da estratégia das batatas fritas, nunca pensou que os jornais não se podem vender sem ética. Se nunca pensou que raio de país teríamos se todos pensassem como ele.
No dia seguinte recebi um mail dele. Era um elogio. Fiquei mal disposta.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Egoísmo

"Contam-se em todo o mundo cerca de 11,5 milhões de refugiados, que abandonaram os seus países para fugir a perseguições. Destes, seis milhões vivem em campos há mais de cinco anos. O número de crianças que nunca viveram sem estarem rodeadas de arame farpado não pára de aumentar. É óbvio que estas estadas prolongadas em campos destroem a vida das pessoas. No entanto, poucos países estão dispostos a acolhê-las. Neste momento, menos de 20 países, essencialmente ocidentais, aceitam refugiados, no âmbito do programa de reinstalação de pessaos deslocadas que vivem em campos no estrangeiro."

in Asahi Shimbun (via Courrier Internacional)
Triste.

O Rapaz do Pijama às Riscas

Há muito, muito tempo que não via um filme que me deixasse assim, tão profundamente emocionada. Esqueçam o Benjamin Button. A muito custo contive um choro compulsivo, estilo soluçar bem alto.
Não vou dar spoilers porque acho que estragam mesmo o filme, até para quem não se importa de saber os segredos da história. Nem sequer tentem saber.
O que se percebe pelo trailer chega, um rapazinho de oito anos filho de um militar das SS cria uma amizade com um miúdo da mesma idade de um campo de concentração. Apaguem já esse desfiar de acontecimentos à Hollywood, não acontece nada de excepcional, não há planetas que se alinham para que os dois se conheçam. O filme é muito simples. Eu diria, aliás, que é terrivelmente simples. Porque esperamos que tantas coisas aconteçam de outra forma, "como nos filmes" e não acontecem.
Apesar do encanto dos olhos azuis de Bruno, este filme é muitíssimo duro. Depois de limpar os olhos quatro vezes (e eu nunca choro no cinema), saí da sala, atravessei a rua e continuava a suster as lágrimas. O Rapaz do Pijama às Riscas fez-me doer a humanidade. Não pelas personagens, mas pela brutalidade do que se fez/ faz. Faz doer o mundo.
E por mais explicações históricas e sociais que me dêem, volto a dizer aqui o que disse há umas horas quando saí cabisbaixa do cinema: "Não percebo, não percebo, não percebo".

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A minha Lisboa


Às vezes acho que perdi o juízo - e não o digo de forma metafórica. Penso mesmo "se calhar devia consultar um médico".

(Depois suspiro, porque dizem que isso é sinal de sanidade)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O fim dos gratuitos é bom?

Esta semana Pedro Mexia disse no Governo Sombra, a propósito do encerramento do Metro Espanha:

"É a primeira boa notícia da crise. (...) De repente toda a gente dizia que os jornais gratuitos é que eram o futuro, até já havia um escalonamento muito engraçado que dividia os jornais gratuitos entre jornais populares e de referência - um gratuito de referência, supostamente há um em Portugal, que é um conceito muito interessante - e o encerramento do Metro em Madrid, e o previsto encerramento dos outro quatro gratuitos espanhóis, (...) eu digo que é muitíssimo positivo, neste sentido: de que se pode fazer um jornal com cinco pessoas, sentadas a tirar coisas da net, textos de 22 caracteres e coisas do género - acho que a haver alguém que seja vítima desta crise na comunicação social seja essa forma de subjornalismo para a qual não há qualquer justificação".

(isto foi transcrito da gravação da rádio, por isso é assim em discurso oral)

Foi uma espécie de murro no estômago, confesso que custou ouvir. Até me irritou. "Lá está ele", pensei, "com a mania". E depois decidi ser totalmente honesta comigo mesma e percebi que esta era uma frase que eu poderia ter dito há um ano atrás.
Hoje já não sou capaz.