sábado, 31 de julho de 2010

As desculpas que as pessoas inventam

Eu tenho dois grandes preconceitos na vida: betos e banqueiros. Bem, está para nascer o banqueiro que não seja beto e portanto são pessoas que escusam de tentar socialização comigo. É pá, admito a falha, a sério que sim, mas não consigo, é mais forte do que eu.
As razões para este meu desgostar vão das mais fúteis às mais fundamentadas. Uma dessas meio mesquinhas é o tratamento de pais e filhos por você. Hoje li um argumento genial: pais tratam os filhos por você para que eles não se ponham a chamar todos os adultos por tu. Um questão didática, portanto.
É o argumento mais estapafúrdio que já ouvi. Sempre tratei os meus pais (e tios) por tu e nunca tive qualquer dificuldade em perceber que devia tratar as outras pessoas por você. Acho que toda a gente que me lê concordará com isto.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Yo creo que más problemas tiene Inglaterra"



O hilariante Chiguire Bipolar

António Feio

Ainda não falou dessa parte, da vivência íntima do problema. Só falou dos sintomas e do modo como lida com ele.

Acho que tenho reagido bem. Não senti pena de mim. Nem raiva, que é uma coisa frequente - porquê eu? Mas, também, desde miúdo achava que as pessoas morriam aos 50. Achava que os meus pais, quando tivessem 50 anos, eram velhos e morriam! [riso] Ficou qualquer coisa disso. Eu já vivi bastante. Se tivesse um acidente de automóvel [bate na madeira], um AVC, um treco desses e já fui, não ia mal servido. Não tive uma vida má. Não tenho nenhum problema em morrer. [pausa] Não me apetece muito. Mas se me dissessem: "Vais morrer amanhã!", "Olha, paciência."

Entrevista ao Público, Junho 2009

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ando à procura de uma boa intro

Anedota russa:

Stalin's ghost appears to Putin in a dream, and Putin asks for his help running the country. Stalin says, "Round up and shoot all the democrats, and then paint the inside of the Kremlin blue." "Why blue?" Putin asks. "Ha!" says Stalin. "I knew you wouldn't ask me about the first part."

Hahaha!
Political satire :P

sábado, 24 de julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinámos

Estou a adorar escrever sobre este momento


segunda-feira, 19 de julho de 2010

O meu país é melhor que o teu

Em conversas sobre eficiência e desenvolvimento cheguei a esta conclusão maravilhosa: em Portugal os comboios nunca se atrasam. Não posso garantir a total veracidade desta afirmação, mas os comboios urbanos em Lisboa nunca se atrasam. E os inter-cidades/ alfa, que tenha verificado, também não.
E isso, ao que parece, não é nada comum.
O jardim (deveria chamar-lhe quintal?) é velho e feiote mas realmente, ainda assim, não há nada como trabalhar cá fora num dia assim solarengo.

domingo, 18 de julho de 2010

Falando nisso

E nessa viagem ao baú dos textos achei isto, de 2008, ainda tão actual.

"Jornalista é uma palavra tão bonita. Perdoem-me a lamechice, mas é. O meu nome no papel e digo "sou jornalista" apesar do estatudo ainda ser incerto e pouco entranhado.
Jornalista é perspicaz, é culto, é inteligente, é jovial, é moderno, é cool, é corajoso, sem papas na língua, curioso , fala bem, escreve melhor, saber dar a volta, sabe contar histórias e retirar o sumo das que lhe contam. Trata por tu assessores, irrita-se nos debates, faz pressão, conta novidades, intriga pessoas. Vê sentidos no cinema, ouve a música com os olhos. Sabe ver essa coisa do tecido social. Vê o mundo fora do seu bairro, sabe o iva da Malásia e o quanto a água faz falta na Índia.
Conta a verdade.
Recebe e-mails de parabéns e e-mails furiosos.
Que texto tendencioso este, devem estar a pensar. E com razão. Mas este meu "jornal" não obedece a livro de estilo por isso estou safa.
É porque hoje, quando se avizinha o fim de uma era, compreendo que me sinto apaixonada. E isso é assustador e fantástico ao mesmo tempo. Esta paixão consome tanto que me cansa, às vezes. A angústia constante, seguida do entusiasmo exagerado. São os altos e baixos do amor.
Estou mesmo cansada de tantas emoções, de tantos rabiscos apressados. Já vou o terceiro bloco.
Preciso de dar férias à cabeça."

Antes que venham para aqui reclamar

Em quase todos os blogs de média-longa vida, há um momento em que os comentadores dizem "Este blog já não é o que era. Gostava tanto de ler antes e agora nem me apetece cá vir".
Hoje foi o dia em que pensei isso do meu blog. Fui à procura de um texto antigo e dei por mim a ler mais e mais e a achar "mas porque é que já não escrevo assim?"

sábado, 17 de julho de 2010

Citação polémica

Um jornalista português que admiro muito disse-me isto numa entrevista:

"It’s important for people to see that human side of politicians. Doing that is also the journalist’s responsibility. When a politician is running for an election he needs to reveal himself. He has to say “These are my political ideas, this is who I am and this is my life – it is here for you to look at”. Journalists also have the duty to show people who the politician is: where he was born, where he lived, who his parents are, what education he had, who were his friends, how did his personal life related with his political life... I think that is journalism as well and I think people have the right to know that."*

O que acham disto?

*Não tive paciência para ir à procura do som original por isso vai assim com a tradução

Constato que

as pessoas que raramente têm opinião têm sempre mais amigos.

Como terminar um namoro

Viva a Sertã!

E o maravilhoso mundo do trabalho de pesquisa haha

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A grande tortura de desgravar entrevistas...

... é ouvir as coisas ridículas que eu digo. Porque é que não fico caladinha?

Conclusão

Eu antes não comia bacon.
Já não aguento mais fazer tanto refresh ao email.

Já inventavam umas maquininhas que façam isto, não?

Estou há horas a transcrever entrevistas. Não só transcrever mas também traduzir. E digo-vos, é desesperante. Cada resposta vem com mil expressões idiomáticas e alusões culturais. Isto é uma trabalheira. Como traduzir, por exemplo, "rabo de palha"?

Os caracóis

Para todos os que fazem cara de nojinho quando falo em comer (nhaaaam!) caracóis:

"(...) por vezes cometem-se injustiças - e eu estou particularmente atento ao facto de, na natureza, haver filhos e enteados. É uma observação que faço amiúde na qualidade de amante da natureza mas, principalmente, na de apreciador de caracóis. Muitas vezes estou a desfrutar de um pires de caracóis e percebo o olhar de repugnância que alguém me dirige. E, quase sempre, não tem a ver com o barulho repenicado que faço a tirar o bicho da casca, mas simplesmente com o facto de eu estar a comer caracóis. O mais interessante é que, na esmagadora maioria dos casos, quem me censura por comer caracóis bebe leite e come ovos. O leite, recordo, é uma gosma produzida no interior de uma vaca, e os ovos são - não há como negá-lo - a menstruação da galinha. É impressionante a hipocrisia destes moralistas da nutrição. "

Ricardo Araújo Pereira, in Visão

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Graduation

Hoje passei pelos jardins da Universidade e vi-os. Os do ano passado. Vestidinhos a rigor, com o chapéu e a túnica, tal qual nos filmes. Ali a posar para as fotos com flores e monumentos e tudo a que se tem direito nestas alturas.
Ui, aquilo bateu. Serei eu daqui a um ano, a regressar, a rever amigos com quem vivi dias tão intensos. A abraçá-los novamente, sim. A falar inglês. A matar saudades.
Gostava de dar uma espreitadela a esse dia. Já sei que não se deve, mas era só mesmo um piscar de olhos. Rapidinho. Será que cortei o cabelo ou deixei crescer? De onde veio o meu avião? Sim, um ano depois, onde estarei?
Falta pouco mais de um mês para deixar esta cidade que já é minha. E não sei de nada. Não sei em que país vou viver, que trabalho vou ter. Isso preocupa-me. E ao mesmo tempo é bom... está tudo em aberto. Quem sabe não volto à rotina dos autocarros e dos comboios em Portugal? Sim, mas porque não Bruxelas e o parlamento europeu? Porque não (suspiro) Londres?
Pouco mais de um mês. Já devia ter avião marcado para algum lado, isso sim. Mas não. Não há nada a fazer, só esperar. E enviar CVs.
Pois, e isso da tese. Pois.

Mau timing

Então agora que o Cristiano Ronaldo tem um filho de mãe incógnita é que o 24 horas fecha?

sábado, 10 de julho de 2010

Cabem numa mão os sítios em Portugal onde eu gostaria mesmo de trabalhar. Ainda assim, não me queixava se conseguisse emprego noutros. Mas quando todas as pessoas com quem falo me dizem "não voltes, não voltes, não voltes", me contam de contratos percários e cortes múltiplos de salários já de si baixíssimos, penso que devia tirar daí o sentido.
Voltar para quê? Para isto? Por uma questão emocional? A verdade é que, como me têm dito, se é para ficar, é agora. Será muito mais difícil fazê-lo depois de voltar.
E é isto, estou chateada. O meu amigo alemão com um CV igual ao meu já teve duas propostas de emprego.
Merda.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Coruña
















"Se pensar naqueles que me são próximos, assim de repente, não cabem nos dedos duma mão os amigos para quem o amor já morreu pelo menos uma vez na vida. Não falo só, embora também, de divórcios. Falo daquele café sem sabor que se toma no dia seguinte a perceber que já não gostamos dela ou que ela já não gosta de nós.
O problema desse dia não é só o fim da ligação. É a morte do Amor em si, porque morre aquilo que nunca pensámos que pudesse morrer. A morte de um Amor é como a morte duma vida. É insubstituível como a de um amigo. Não queremos outro porque só queríamos aquele."

In Não Compreendo as Mulheres

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sai uma agenda de contactos para a mesa do canto!

Há uma coisa que não entendo: porque é que os jornalista são tão difíceis de encontrar? Não só jornalistas, mas toda a gente. As pessoas não entendem que só beneficiam de ter pelo menos um email público? O anos de vida que eu já perdi a procurar emails de pessoas que preciso de contactar com urgência. E não consegui. Pessoas conhecidas.
Ultrapassa-me.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Txam txam txammmm

Momento "ninguém sabe quem eu sou porque eu só tiro fotos de costas para manter o suspanse" (quando na verdade toda a gente que lê o blog me conhece)

Os dois

Eu tenho dois amigos que são assim uma coisa... uma paixão. Amo-os loucamente. Se pudesse guardava-os no bolso e ia com eles para todo o lado.
O problema deles é a sua própria relação de equilibristas. Um em cada ponta de um fio invisível: quando um mexe, o outro sente a vibração. E eu olho para eles, perfeitos, e mando um bitate aqui, um bitate ali. Eles dizem que eu durmo com o inimigo e ralham "como é que lhe contaste isso!". Eu fico com remorsos e não sei responder. É que eles são assim tão cutxi cutxi, tão a minha estrelinha da sorte. Confundo-me. Vou trocando de preferido, vou escolhendo quem apoio e quem censuro.
Eu sou um bicho sensível e cheio de reservas. Sou. Há assuntos que nunca falo e outros falo demais. Há pessoas de quem gosto e acho que não gostam de mim. Há pessoas com quem só consigo estar às vezes, há pessoas que me deprimem, que me ferem o ego, que me põe nervosa, que me intimidam. Há muitas. Mas estes dois não, são um gelado do santini, meloa com manga: sabem sempre bem e nunca enjoam.
E isto para dizer que aqui neste triângulo de latitudes, eu penso muito em vocês e no vosso eterno desiquilíbrio. Esse que eu passo a vida a ralhar, mas que, confesso, vos dá um toque de filme romântico.
E pronto, era esta a minha pequena declaração de amor. Aos dois.