quinta-feira, 30 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Que dia não.

Um pouco tarde mas ainda a tempo

Miguel Esteve Cardoso no melhor dos melhores:

«Ganha-se muito em ver o 25 de Abril como um bebé que entretanto cresceu. Quando nasceu, foi uma festa. Foram despachados para a Madeira os tios chatos que achavam a gravidez uma pouca-vergonha. É que o pai de Abril era magala e não estava casado com a mãe. Mas acabou por correr tudo bem.
Abril teve uma infância turbulenta. O mal - ou a sorte - dele foi ter uma família numerosa. O pai era incógnito mas não faltavam senhores que o queriam adoptar - ou só dar o nome. Isto deu nalguma algazarra porque a mãe, a Liberdade, sendo uma jóia de pessoa, era uma Maria-vai-com-as-outras; ia sempre atrás do último pretendente que lhe batia à porta. Chegou a haver pancadaria da grossa quando o Abrilinho tinha 1 ano e picos, no Verão de 1975, pouco antes de aprender a andar sozinho.
Abril tem 13 anos quando entra na puberdade. Faz-se adolescente em 1986, ano em que faz a primeira viagem à Europa, pela mão do bonacheirão do Tio Mário. E aqui interrompo a história para tomar consciência de quanto ela está contaminada pelo contador. Para muitos, por exemplo, o Abrilito adoeceu em 1975 e foi internado em 1986. O que interessa não é a diferença profunda entre todas as histórias. É a variedade e a coexistência delas.
Seja como for, 35 é uma idade chata. A crise de meia-idade aproxima-se a galope. Abril já não pode fazer a vida que fazia, comendo e bebendo e acamando tanto quanto lhe apetece. Mas ainda é uma bela idade. E jovem de mais para perder tempo com memórias e saudades.»

in Público

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tenho a certeza que trabalho com as pessoas mais hipocondríacas do país.

Quem anda à chuva molha-se

Agora tá tudo cheio de medo dos McCann irem à Oprah dizer mal de Portugal. É preciso ter lata...

Ler o mais recente post do Markl

domingo, 26 de abril de 2009

O que me faz uma entrevista

Os rapazes querem ser detectives? Essa nunca tinha ouvido.
Queria ser detective por causa dos livros de banda desenhada. O Cavaleiro Andante vinha aos sábados, chegava na camioneta e eu andava com o meu irmão à pancada para ver quem lia primeiro. Queria ser padre.

Padre? Porquê?
Eu queria ser santo. Imaginava este mundo como sendo a barriga, o interior de um ser a quem chamamos Deus, que por sua vez era um habitante de outra terra, que vivia na barriga (que é o sítio onde está a alma) de outro ser que era o seu Deus, e assim até ao infinito. E para mim era a mesma coisa: na minha barriga viviam muitos pequenos seres que me designavam a mim, não sabendo quem eu era, por Deus.

Depois de ler esta entrevista de cinco páginas, na Pública, a António Manuel Pina, sinto que detesto o mundo. Cinco páginas bebidas, um homem que se revelou como as pessoas com camadas se revelam. Os livros e poemas e a vida, brindadas com uma jornalista (Anabela Mota Ribeiro) que demonstra uma sensibilidade e conhecimento literário profundo (e eu que não evito pensar como estou longe de ser assim, como sou básica). Detesto o mundo porque queria sentar-me no sofá e ler poemas, eu que nunca leio poemas. Detesto porque às vezes - chamem-me snob se quiserem - sinto que não suporto mais uma conversa banal, mais uma pessoa mesquinha, mais um dia inteiro de sorrisos forçados. Hoje sinto-me assim. Não quero sair e ir trabalhar largar o pensamento. Voltar para as tarefas objectivas que me parecem sem sentido. Ouvir e responder e fingir que a vida é mesmo assim, é mesmo isto.
Hoje não me apetece mesmo, mesmo, mesmo nada.

sábado, 25 de abril de 2009

Os homens da luta é que nunca nos abandonam!



Faltou acrescentar "e os jornalistas a recibos verdes e facturas pá??"

Pasta fotos

Sempre que vou em busca de uma fotografia tropeço em pérolas.
Hoje foi um vídeo em que toda a gente tinha um bronze de invejar, a Margarida tirava fotografias cheias de açucar por debaixo de um bolo e a Marina só dizia, repetidamente: "OOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHH!". Ah, e a Alexandra fez cara de envergonhada (!) explicando "mas eu já escrevi a minhaaaa" e o Vasco gritou "Vive la Liberté!"

Bem giro. Já voltavam, não?

Hoje choveram cravos no Camões

E eu voltei a festejar.
:D

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O que eu acho sobre Laurinda Alves nas listas para as europeias...

... pode ser expresso através do 'Inquérito' do Inimigo Público:

Acha bem que os pequenos partidos tenham sido excluídos do Prós e Contras sobre as europeias?

Laurinda Alves - Cabeça de lista do Movimento Esperança Portugal
"Foi uma pena. Não estava lá ninguém para falar sobre a possibilidade de ser feliz na Europa através das pequenas coisas, como o pão acabado de fazer, o orvalho da manhã, o cheiro dos lençóis lavados..."

Está tudo dito.

A Maternidade

O tempo tem passado depressa demais. A lista de coisas para fazer é imensa, os anos, tenho a sensação que não são assim tantos.
As pessoas decidiram todas que ter filhos é essencial. A minha mãe fala dos meus filhos por nascer. As pessoas dizem "quando tiveres filhos vais perceber". É tudo muito estranho e muito irreal. Não é que tenha algo contra a ideia, acho mesmo que um dia gostaria de os ter. Mas esse dia é outra vida. É inimaginável, é como dizer que um dia gostava mesmo de ir ao Japão. E gostava, mas não planeio, não sei quano vou nem sequer tenho a certeza que irei. E não gosto que as pessoas tomem isso por certo.
Tudo isto sempre foi pacífico para mim, até ao momento em que a maternidade passou a ser uma realidade observável. Não da senhora do café ou de um familar distante, mas de pessoas que conheço e trato como iguais. Como se fossem eu.
Nunca convivi com crianças nem as tenho na família. Mas não sei bem como sou leitora assídua de um blog que muito fala sobre a maternidade. Claro que são mais histórias divertidas, putos que são umas pestes e isso. Mas agora a autora está grávida. E fala disso, da barriga, do bebé, dos pontapés. E à minha volta toda a gente pega algum ao colo, fala das doenças, mostra fotografias, conta-lhes as birras. Pessoas como eu.
E aí uma pessoa percebe: é suposto termos x de anos para passear, experimentar, conhecer locais e pessoas, não ter amarras e horários, e depois paramos e temos filhos. Com uma pequena margem temporal, temos que o fazer. Se não o fizermos não somos exactamente normais. Somos solitários e essas coisas. Somos inacabados.
Tenho a sensação de que devia arranjar um calendário para marcar objectivos definidos, ano após ano. Para quando chegar a altura já estar "livre" de sonhos e vontades e poder dedicar-me a outra pessoa pequenina. No entanto, não consigo deixar de pensar: e se chegar essa altura e eu ainda não quiser ir ao Japão?

Tenho que dizer isto:

O Arrumadinho voltou. Depois de ter fechado o blogue a convidados por uns bons tempos, decidiu regressar. E eu, que tinha algumas 'saudades' daquelas leituras quase diárias, senti também regressar a mesma sensação: o gajo irrita-me como tudo. Bastou apenas um dia para eu dizer "não volto a ler esta porcaria". Mas volto. Idiota.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Revistas masculinas desesperadas

Tenho lido por aí (e consta que também é público em zonas como postos de combustível) que a taróloga Maya e as suas novas mamocas vão marcar presença na FHM. Se isto é a forma que encontraram de vencer a Playboy... digamos que o mundo das revistas masculinas nunca mais será o mesmo.

Convém acrescentar que não é só a FHM a puxar pelas ideias bizarras para se destacar da concorrência. A Playboy também colocou o seu logo - o coelhinho orelhudo - no novo cartaz de Manuela Ferreira Leite - tal como nas revistas é preciso procurá-lo, mas eu dou uma ajuda: está no canto inferior direito, logo a seguir a PSD. Parece um V (PSDV?)mas não se deixem enganar. O segredo está na subtileza.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Quem é a alminha sem vida que anda a contar L. Caseis Imunitasses para ganhar a vida??

Recordando os Incorrigíveis (aqueles onde RAP engoliu os pudins):

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Férias a azul

"Espera, vou-te dizer quando são as minhas férias, aponta aí"
"Eu sei quando são as tuas férias, tão marcadas no meu google calendar"
"Marcaste as minhas férias??"
"Sim, tão aqui a azul"
"Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!"

Que querido, pá.

Eu comovo-me com pouco.
«A Gioconda sorri porque todos os que lhe puseram bigodes estão mortos»

Malraux

Curioso

«(...)
A impunidade crónica do submundo causou-nos enormes prejuízos, mas segundo pude detectar nos círculos intelectuais do primeiro mundo, a moléstia que desperta de decomposição social do México tem um enorme atractivo para muitos daqueles que procuram emoções fortes e qu estão fartos de viver em lugares onde nunca acontece nada. Há uns meses, quando tentava explicar a uma realizadora de cinema catalã as causas políticas e sociais do nosso desastre em termos de delinquência, respondeu-me me tom consolador:
- Eu prefiro a anarquia do México ao conformismo deste país de novos-ricos, onde as pessoas só pensam em pagar a hipoteca do andar. É verdade que lá vocês têm medo, mas está uma mudança em gestação, ao passo que aqui toda a gente vive acomodada.
Acreditei que o seu comentário benévolo era uma deferência diplomática para mitigar a minha aflição. Mas semanas depois, na casa da América de Madrid, dois jornalistas de "El País" que tinham vivido dois anos no México fizeram igual comentário quando falávamos sobre a guerra ao narcotráfico. Detestavam a estagnação espanhola e para gozar a caótica vitalidade mexicana, pouco lhes importaria viver expostos às trocas de tiros.
Pelos vistos, em sociedades onde tudo está regulamentado até à asfixia, a ilegalidade das terras bárbaras exerce um poderoso fascínio sobre os espíritos aventureiros. (...)»

Enrique Serna, escritor, in revista Nexos (Cidade do México), via Courrier Internacional

domingo, 19 de abril de 2009

Doutor, ajude-me...

... acho que estou apaixonada pelo Sawyer do Lost. Ele agora até está mais bonzinho e tudo... É grave?

Não percebo pessoas que andam a 60km na autoestrada. Os "não ultrapassagens" como eu lixam-se sempre.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Senhor Engenheiro dê-me um pouco de atenção

Encontrei este vídeo na net, já que o meu tempo de visionamento da TVI é bastante escasso. Agora estou dividida: não acho que se possa classificar como jornalismo (manipulação de imagem e som, demagogia fácil, etc), mas a verdade é que está giro. Está giro e fez-me rir e isso é importante. Está engraçado. Só não sei se deve ter lugar num telejornal televisivo. Talvez num programa de entretenimento, num blog, num site... Fica aí, tirem as vossas conclusões.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sou uma pessoa bastante afectável pelo mundo exterior. Quando os jornais fecham sinto pesar, quando o sismo atacou Itália matutei na perplexidade de tudo cair de um momento para o outro, quando Obama venceu as eleições deixei-me contagiar pela esperança de um mundo melhor. Quando as minhas amigas me contam que estão apaixonadas eu vibro de alegria e quando não são correspondidas não descanso enquanto não encontro uma forma de as consolar.
A lista podia continuar, como continua quando deito a cabeça na almofada e o sono não consegue vencer a muralha de pensamentos frenéticos. Ontem voltei a ter insónias. Pensei em como as pessoas são frágeis e mais ainda as relações que estabelecem umas com as outras. Podemos ter sentimentos arrebatadores, únicos, profundos, mas sofremos demasiado quando temos que lutar por eles e isso torna-nos frágeis. É assustador. Pensei que não basta querer. Pensei e repensei com tanta força que a folha do pensamento tinha marcas na parte de trás. Lembrei-me da frase que a minha mãe está sempre a repetir, desde que me lembro de existir: Não podes ter tudo. Foi uma afirmação que toda a vida me irritou, mas ontem, enquanto revirava na cama, apercebi-me que se calhar não posso mesmo ter tudo. Pior, não posso ter ao mesmo tempo duas coisas que quero intensamente. Compreender que isso é uma possibilidade deixou-me aterrada.
Eu disse logo que era uma pessoa impressionável.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Este ombro é amigo

Quando pergunto "Estás bem?", sei sempre quem me vai mentir. Mas tenho que perguntar na mesma.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Remake



Reality check

Às vezes é preciso afastarmo-nos um pouco para vermos as coisas claramente. É como ver os quadros no museu.
A verdade é que quando convivemos intensivamente com determinada situação acabamos tão envolvidos nela que acabamos por adoptar comportamentos que não queremos, mesmos sem dar conta.
Digo isto em jeito de aviso: de vez em quando é preciso sair e fazer um reality check. Assim, reafirmei a certeza de que não vou lavar a roupa depois de a comprar, não me importo de tocar na mão de um arrumador de carros, não mudo de lugar se a pessoa ao meu lado tossir, não deixo de andar de comboio à noite com medo de assaltos, não acho que os meus colegas me vão contagiar quando estão doentes, se deixar cair um copo de plástico no chão limpo-o ao casaco e volto a usá-lo, não limpo a lata de coca-cola antes de beber e não tenho problemas em ir à praia de Carcavelos. Isto não faz de mim o Indiana Jones, apenas uma pessoa normal. Acontece que, sem querer, comecei a adoptar alguns comportamentos que não queria. Precisei de pensar nisso. Agora já está. Voltei a ser eu.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Às vezes o meu conselho é...

... Sê irónico. Funciona.

Para onde foi Alice?

Eu seu que devia falar do "Alice no País das Maravilhas", que li recentemente. Para ser honesta devia mesmo ter escrito sobre o livro antes de começar a ler outro. Mas a verdade é que não consigo. A expectativa era tanta que foi apenas uma grande desilusão. Um livro com piada, que gostei de ler, mas não me mostrou grande coisa. Fez-me lembrar dos desenhos animados que via, com os pagens da rainha que eram cartas de papel. O gato que sorria e desaparecia aos bocadinhos e o coelho sempre cheio de pressa. Mas tudo isso eu já conhecia.
Esperava mais. Tive pena.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Estou enternecida com esta...



Posologia: ouvir à noite.

domingo, 5 de abril de 2009

Tribo dos teatros

Sábado estive no espaço evoé e amaldiçoei mais uma vez a minha ausência de talento artístico. Não foi pelo espectáculo - desde sempre que cada vez que entro numa sala de teatro sou invadida por um fascínio desmesurado - mas pelas pessoas. O espaço evoé é feito maioritariamente por estudantes de teatro. Também os há de cinema, de artes plásticas ou fotografia, música, há os que já não são estudantes e os que já têm cabelos brancos.
Olho para eles e as suas roupas hippies, para a forma como falam, como se riem e como se abraçam ao chegar, a forma como batem palmas e como se portam em palco... Olho para isso tudo e adoro. E sinto-me um bicho cinzento. Gostava de morar nas ruelas lisboetas, vestir roupa larga e colorida, só para pertencer a esse grupo que transpira arte por todos os poros.
Quando a maratona de pequenas peças acabou saí para a porta e fiquei a olhar lá para dentro. À luz da noite da cidade, o interior daquele pequeno espaço (quase uma garagem dos palcos) brilhava de vida. A música tinha subido um pouco o tom e os jovens actores invadiam o palco a pares, dançavam e riam. Cá fora giravam copos de sangria e balanços do espectáculo. Davam-se parabéns e abraços.
É engraçado ver como no mundo existem pequenas tribos em que a vida nos inscreve. Sábado a noite estava quente e eu despedi-me daquela tribo que nunca seria a minha, apesar de eu gostar de sonhar com isso.

sábado, 4 de abril de 2009

Nivelar por baixo

Sempre me fez e continua a fazer muita confusão a ideia de que os jornais (e quem diz jornais diz TVs, rádios e sites noticiosos) são iguais a qualquer outro produto vendível. A sério que não percebo. Eu sei que a esmagadora maioria das pessoas neste momento quer é ter emprego e se lhe mandam escrever sobre escandalos sexuais e crimes macabros, fazem-no e pronto. É o mal de sermos completamente reféns das crises - da económica e da dos media. Mas não consigo deixar de questionar as motivações de quem emite estas ordens. Qual é o objectivo? Vender muito? Mas se queriam muito dinheiro porque não se meteram noutro negócio? Será mesmo possível dormir uma noite descansada sabendo que se vende informação usando a mesma lógica de vender batatas no mercado?
Será que não pensam para que servem os jornais ou para que serve o jornalismo? Será mesmo possível, humanamente possível, não pensarem nisso? De certeza que entendem que estão a contribuir para uma espiral de desinformação e mediocridade. A responsabilidade dos meios de comunicação é imensa. Como deitar isso para o lixo?
Não percebo e cada vez me enoja mais. A ganância devia ser punida por lei - ou pelo menos devia ser punida por nós.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Isto não é exactamente breaking news mas...

...poderá haver quem ainda não saiba.
João Miguel Tavares, jornalista do DN, Time Out e integrante no Governo Sombra (TSF), autor de excelentes crónicas (praticamente as únicas que ainda leio no DN) foi processado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, graças a esta crónica.
Segundo o próprio DN:
"Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina." Assim começa um artigo de João Miguel Tavares no DN (3 de Março) que o primeiro- -ministro, José Sócrates, não gostou.
Resultado: uma queixa-crime contra o colunista do DN por aquela e outras referências no texto. Sócrates tinha ameaçado com processos os jornalistas que escreveram sobre o Freeport.
João Miguel Tavares foi ouvido no DIAP de Lisboa. Contactado pelo DN, o colunista declarou: "Agradeço a atenção que o senhor primeiro-ministro me dedicou de que não me acho merecedor."

Não venham cá dizer que isso dos "tiques ditatoriais" não é verdade. Tiques é eufemismo.

O Inimigo Público chegou a net

Pois é, as piadolas já estão online. O número de ontem (de papel) foi especialmente inspirado, perfeito para quando são oito horas e ainda estou pelos transportes. Boas gargalhadas. Deixo algumas:

Primeira versão do site feita num Magalhães ficou resgistada em inímigupùblicu.pêté
A primeira versão do nosso site foi construída num Magalhães comprado no Martim Moniz a um paquistanês, pelo que começou por ficar alojado em "inímigupùblicu.pêté" e depois em "hinemìgupùbilicu;proquê". Conseguimos entretanto resolver esse problema e enfiar o site no seu devido lugar, onde os leitores poderão continuar a saber tudo o que "ce não acumteçeu pudía tere acuntes-sido"

Emails com parabéns enviados para o-vosso-trojan-infectou-me-esta-porcaria-e-agora-quem-é-que-me-indemniza@inimigo.pt
"Horrendous" - Rainha Isabel II
"Fui eu que lancei o site do IP no 'Passeio dos Alegres'" - Júlio Isidro
"Li o site do Inimigo Lúdico na minha juventude, quando procurava coisas mais profundas, e isso mudou-me a vida" - Pedro Passos Coelho
"Olha só, gente: peço a todo o mundo que coloque os modems e os routers na varanda e em cima dos carros, em sinal de apoio`ao site do IP" - Luís Filipe Scolari
"Dr.Quintino, o meu marido agora só consegue ter relações sexuais se estiver a ler o site do IP. É normal?" - leitora do Correio da Manhã devidamente identificada
"Sabem onde é que o Major Valentim Loureiro compra aqueles roupões confortáveis? Este lençol cor-de-laranja assa-me as nalgas" - Dalai Lama

http://static.publico.clix.pt/ipaniversario/default.aspx

Se verteram uma lagriminha, sintam-se estúpidos

Há um email foward que toda a gente já recebeu: um em que Gabriel García Márquez se despede através de uma carta dos seus leitores e amigos, supostamente devido a um cancro.
Eu sei que não sou a única a vomitar mails foward, mas este é especialmente terrível. Não só isso, como mentiroso - aliás, como a maioria deles (estás aí, mãe?). Agora que se facto se discute a possibilidade do grande escritor parar de publicar, convem dizer: "Ao desmentir ser autor da nota [o tal mail], que comoveu multidões de leitores em todo o mundo, o escritor, irritado com o lirismo melado do texto, adiantou que «mais valia ter um cancro que ter escrito uma carta como aquela»".
Quanto à dita suspeita de que o autor de Cem anos de solidão deixará de escrever livros, ela partiu da sua agente literária, segundo conta o Público, mas a própria não o garante. Aliás, consta que dois escritores colombianos garantiram que García Márquez está a escrever uma nova obra intitulada Vemo-nos em Agosto.
Esperemos que sim.

Escrito na Pedra

"Os cidadãos não dormiriam tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis"

Otto von Bismarck, primeiro chanceler do império germânico, 1815-1898
Assim foi e assim é.