quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sou uma pessoa bastante afectável pelo mundo exterior. Quando os jornais fecham sinto pesar, quando o sismo atacou Itália matutei na perplexidade de tudo cair de um momento para o outro, quando Obama venceu as eleições deixei-me contagiar pela esperança de um mundo melhor. Quando as minhas amigas me contam que estão apaixonadas eu vibro de alegria e quando não são correspondidas não descanso enquanto não encontro uma forma de as consolar.
A lista podia continuar, como continua quando deito a cabeça na almofada e o sono não consegue vencer a muralha de pensamentos frenéticos. Ontem voltei a ter insónias. Pensei em como as pessoas são frágeis e mais ainda as relações que estabelecem umas com as outras. Podemos ter sentimentos arrebatadores, únicos, profundos, mas sofremos demasiado quando temos que lutar por eles e isso torna-nos frágeis. É assustador. Pensei que não basta querer. Pensei e repensei com tanta força que a folha do pensamento tinha marcas na parte de trás. Lembrei-me da frase que a minha mãe está sempre a repetir, desde que me lembro de existir: Não podes ter tudo. Foi uma afirmação que toda a vida me irritou, mas ontem, enquanto revirava na cama, apercebi-me que se calhar não posso mesmo ter tudo. Pior, não posso ter ao mesmo tempo duas coisas que quero intensamente. Compreender que isso é uma possibilidade deixou-me aterrada.
Eu disse logo que era uma pessoa impressionável.

2 comentários:

mchiavegatto disse...

É o teu charme nes!

Fátima disse...

Pois é! É isso que te torna tão querida!