domingo, 31 de janeiro de 2010

De vez em quando acho que não quero ser jornalista. Porque fico muito nervosa, porque não tenho jeito para falar com as pessoas, porque não sei bisbilhotar, não sei insistir. Mas depois as coisas correm bem, conheço pessoas novas, sítios interessantes, aprendo. Volto, escrevo e tudo isso me dá um prazer inigualável. Olho para o produto e sinto-me orgulhosa. E volto a decidir: não desisto.

Jornalistas...

... discutem assim:
- Stop, don't you know that less is more!!???

(true story, ouvi a discussão)

sábado, 30 de janeiro de 2010

O poder das palavras

A conclusao vem ja no inicio: as palavras so sao completas quanto sao mesmo nossas. Por mais fluentes que sejamos numa lingua, nunca nada tem o significado completo como quando falamos a nossa. E por isso que andamos por ai alegremente a dizer asneiras em polaco sem pingo de embaraço - podemos saber o significado, mas a ligaçao profunda que a palavra tem, nao esta la.

E agora a historia:
Aprendi a dizer isto Ich hab diech lieb. E a unica coisa que sei dizer em alemao.
Eu tenho 3 amigos amigos falantes desta lingua: um alemao-alemao, um boliviano-alemao e uma alema-galesa. Quem me ensinou a expressao foi o alemao-alemao - toda a gente quer aprender coisas fofinhas.
Ontem numa festa ele encontrou o boliviano-alemao e pronto, nao pararam mais. Eu que nao tenho muito sentido do ridiculo fui-me meter no meio e la disse a minha catch-phrase: Ich hab diech lieb. O boliviano-alemao sorriu embevecido e disse "that's so sweet, thank you". E eu segui espalhando por ai as minhas frases internacionais como "i caribiniere manjano des patates" ou "mi professora de espanol se llamava Flor".
E que Ich hab diech lieb quer dizer algo como "adoro-te" mas para mim nao quer dizer mais do que "eu como seis pizzas" ou "despacha-te" - as frases portuguesas que os meus amigos internacionais sabem dizer.

Juro que nao percebo a cena

(tou outra vez sem acentos)

E que o blog do Pacheco Pereira e mesmo uma seca.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sometimes you just have to...

...be the bigger person. Specially when it's hard.

Suspiro...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

- I'm starting to talk like you
- Like what?
- With noises.

Nunca mais começa o Lost


Será que posso voltar a dizer que tenho gripe A?

E pronto. A conversa finalmente surgiu. Se sentirmos que é impossível fazer isto tudo MAIS tudo o resto, vale a pena sabermos que é possível mas que é muito difícil. Assim é que é. "I would be surprised if you weren't stressed out".
Agora andamos pelos corredores com as costas curvas do peso da preocupação. Uma pilha de "if I were you I would start working on that right now". Esgares de dor. "But you'll see, it will be fun". Let's hope so.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

uau!



You say you're lookin' for someone
Who's never weak but always strong
To protect you and defend you
Whether you are right or wrong
Someone to open each and every door

But it ain't me babe
No, no, no, it ain't me babe
It ain't me you're lookin' for, babe

Back to Uni

E recomeça. Acabou-se o fingir que trabalho, as leituras moles. Acabou-se os cafés p-r-o-l-o-n-g-a-d-o-s. Primeira aula e os ombros pesam a cada palavra que a professora diz. "Vai ser tão difícil... não vamos ter tempo para nada...". Mas é mesmo assim. Ainda bem que é. Não fosse este pequeno estado de pânico, seria perfeito.
Tudo se resume na mais recente palavra portuguesa aprendida pelos meus amigos estrangeiros: despacha-te.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os dias

Por vezes tudo o que precisamos é um pequeno sinal, uma prova. A prova veio de mochila às costas num autocarro atrasado. Cairam uns floquinhos de neve e tudo. Wonderful.
Planeei os dias, mostrei esta nova cidade como se exibisse um filho recém-nascido. Escolhi novos percursos. E em poucos dias descobri isto: não importa quanto tempo estamos separados dos nossos amigos, alguns deles vão sempre insistir em ser o que eram. O que são. E são assim: misturam-se com os nossos novos amigos, integram-se nas nossas piadas, aprendem os nossos costumes. Adaptam-se, juntam-se ao gang. Deixam memórias saudadosas. Cantam no nosso bar de música ao vivo e pedem noites de guitarradas - trazem novas perspectivas.
Ao meu amigo de mochila às costas, obrigada. Folsom Prison nunca mais soará igual.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

One day I said to myself "this blog is getting too personal. I should write more about the world and less about me. I'm telling people too much". I did say that but then... then I learned what Ich hab diech lieb means and I invented a new expression, "zult". I learned that happiness sometimes comes with a little bit of jealousy - and I struggle to fight it. That rosé wine is way better than californian red wine (?) and that live bands make me happy. That these just might be "the best days of my life" or at least that "I kind of like it". That a song saying "I wanna take you to a gay bar, gay bar" could become historical. That Ecuador is a place I really really wanna go but I don't know why.
And after all of this... damn, I really wanted to talk about something personal. I really wanted to tell you all about them. My new family, my new home.
Some days are just bitter-sweet.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Momento pederasta de Pacheco Pereira em discussão no Governo Sombra

Pancada total. É de ouvir!

(Chico, não tens direito a voltar a falar deste assunto, sim?)

Já tenho um bocado de saudades disto...



A Câmara de Lisboa até se saíu bem com este vídeo. Bem catita.

O que eu ando a fazer

Chamam-lhe background reading.

"As may be the case with life itself, the definition of ‘satire’ is becoming more obscure as its fan base expands. In its long development from ancient Greek theatre to the inky page, satire was a term reserved for a particular kind of humour that makes fun of human folly and vice by holding people accountable for their public actions. Darwinists and other nonbelievers might be tempted to ask, “Accountable to whom?” But they usually don’t. Laughter – a visceral, involuntary reaction that feels good – is a more rewarding experience than pointing out yet another proof of humanity’s pathetic, aimless existence.

(...)

Satire can energize civic culture, engaging citizen-audiences (…) inspiring public political discussion, and drawing citizens enthusiastically into the realm of the political with deft and dazzling ease".


Satire TV: Politics and Comedy in the Post-Network Era

domingo, 17 de janeiro de 2010

Para o Chico

Depois de uma sessão de Walk the Line...

... estou em Johnny Cash mode.

When I was just a baby,
My Mama told me, "Son,
Always be a good boy,
Don't ever play with guns,"
But I shot a man in Reno,
Just to watch him die,
When I hear that whistle blowin',
I hang my head and cry.

On The Road

"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centrelight pop and everybody goes "Awww".

Jack Kerouac, in On The Road

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

À boss

Estou interessada numa masterclass de jornalismo de investigação em Londres. Chego ao site para saber de pormenores e assim diz:

A ticket covers:
The whole one-day class
Coffee and tea throughout the day
Entry to The Deadline Bar where a considerable quantity of free alcohol will be available after the class.

Inscrevo-me já amanhã.
Ontem a vocalista da banda que tocava no bar chamou-me "sugar pie". Na casa de banho.

Owain, the snowman


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Como disse?

Não sei se li bem mas parece que Vítor Constâncio é candidato a vice-presidente do Banco Central Europeu.
Não percebi.
Se calhar a regra é: quanto mais porcaria fizeres em Portugal, maior é a promoção a nível europeu.
Se calhar é isso.

Ironias


A neve a neve a neve a neve a neve

...em Hogwarts










segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Valerie

Prestes a regressar a Cardiff, agora branca e linda, lembrei-me que vou voltar esta música. Está sempre a dar. Já estou a cantarolar (why don't you come on over Valerie lá lá lá)


domingo, 10 de janeiro de 2010

O Padrinho ou uma linda história de amor

Passaram-se meses mas eu sabia. Iríamos voltar àquele sofá de casa vazia , puxar um cobertor e dizer "chega para lá, estás a esmagar o meu braço". Ele ia dizer "olha, olha agora" e eu ficaria longos momentos em silêncio para culminar em reflexões sobre a maldade do Michael Corleone. Ruim, mesmo. Nunca me enganou.
Eu sabia que voltaríamos a beber chá e comer doces, a trazer pizzas quentinhas feitas à medida. Que eu iria reclamar do tempo pois perto da praia tem que estar sol e ali nunca está calor o suficiente. Ali tenho sempre frio. E espirro do pó e comento da galinha de peluche na cadeira.
Não sabia da data mas sabia que voltaríamos, pois não há Padrinho I sem Padrinho II. Que faríamos sem o Robert De Niro?
Espero agora pelo fim da triologia. Não ponho cruz no calendário porque sei que estes fins-de-semana, estes que são na verdade os melhores fins-de-semana de sempre, surgem assim, "an offer I can't refuse".

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vou fazer as malas e rumar às Maldivas

Segundo o Observer, o arquipélago das Maldivas pode desaparecer até ao fim do século XXI. As ilhas estão dois metros acima do nível do mar e com o derretimento dos gelos polares podem ficar submersas.

Se isto não é grave o suficiente para um acordo sobre as emissões de CO2, então não sei o que é...

Desculpe?

É só para dizer que acabei de ver o Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo a afirmar que o grande problema da adopção por parte de casais homossexuais é o risco de pederastia. Que ninguém tem coragem para dizer mas que é verdade e que "a história das relações homossexuais assim o prova".
Numa coisa ele tem razão: ninguém tem coragem de dizer uma coisa dessas.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Se calhar este blog começa a parecer um twitter

E bomba nos estúdios do Querido Mudei a Casa? Talvez lhes demorasse uns três dias a reconstruir. Sempre eram três dias sem 40 emissões de novas salas de estar/cozinhas/quartos por dia.

Admitamos

Somos todos, todos substituíveis.

Descobri que...

... Lorelai Gilmore (não sabem, vão descobrir, seus incultos) é uma snowaholic. Cachecóis, luvas, gorros, casacos, tudo, tudo. Ela cheira a neve a um dia de distância e dá longos passeios no primeiro dia de neve. Toma café à meia noite no jardim, na neve, claro. A neve cheira bem, dizem.
Eu vou reencarnar na filha dela para a próxima vida. Vão ver.

E os polvos?

Eu gostava imenso de escrever sobre qualquer coisa interessante, mas sem ser o casamento gay nada se passa em Portugal.

E eu que não atino com o inglês vitoriano...

Quando penso em todos os livros que quero ler, tenho uma tontura. Se conseguisse dar cabo dos que estão em cima da minha mesa já não era mau.
Chegará uma vida inteira para ler todas as grandes obras-primas do mundo? A óbvia resposta negativa deprime-me.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

2010

É o ano que temo que seja o ano. Gostava que fosse o ano em que deixo de estar à espera e passo a estar no mundo. On my own two feet, dizem os ingleses. Esses imperialistas.
Estou tão curiosa sobre 2010 que até tenho medo. 2010 é como uma nova paixão: assusta e atrai. Dá vertigens. Quero atirar-me sem corda para 2010 mas quero fazê-lo amanhã, não hoje, que não tenho coragem.
E se mais nada, ao menos que 2010 seja o ano da neve. Isso já seria o suficiente para o tornar um ano marcante.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Há pessoas que são tão felizes, tão felizes que até irrita.

Ou dá inveja.

É escolher.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vou ser uma jornalista a sério quando deixar de ficar tão nervosa de cada vez que tenho que pegar no telefone para falar com alguém conhecido.

domingo, 3 de janeiro de 2010

P.S.

Adoro ponto-e-vírgulas.

Mrs. Dalloway

"For having lived in Westminster - how many years now? over twenty - one feels even in the midst of the traffic, or walking at night, Clarissa was positive, a particular hush, or solemnity; an indescribable pause; a suspense (but that might be her heart, affected, they say, by influenza) before Big Ben strikes. There! Out it boomed. First a warning, musical; then the hour, irrevocable. The leaden circles dissolved in the air. Such fools we are, she thought, crossing Victoria Street. For Heaven only knows why one loves it so, how one sees it so, making it up, building it round one, tumbling it, creating it every moment afresh; but the veriest frumps, the most dejected of miseries sitting on doorsteps (drink their downfall) do the same; can't be dealt with, she felt positive, by Acts of Parliament for that very reason: they love life. In people's eyes, in the swing, tramp, and trudge; in the bellow and the uproar; the carriages, motor cars, omnibuses, vans, sandwich men shuffling and swinging; brass bands; barrel organs; in the triumph and the jingle and the strange high singing of some aeroplane overhead was what she loved; life; London; this moment of June."

Virginia Woolf, Mrs Dalloway

O Manel

O Manel era um gajo da minha turma. Normalíssimo. Simpático, inteligente, pinta meio alternativa. No último ano do curso deixou crescer uma barba palha d'aço, passou a usar calças de pijama para as aulas, acompanhado de pacotes de vinho e discursos raivosos sobre a inexistência da realidade. Das poucas vezes que falei com ele deixou claro o meu estatuto de verme intelectual, mas eu sempre achei que o efeito fazia ricochete.
Eu gostava de perguntar ao Manel o que aconteceu. Alguma coisa foi.

Só para esclarecer

O motivo porque gosto mais de gatos que de cães e mais do Inverno que do Verão não é porque a maioria das pessoas acha o contrário. É porque apesar dos segundos serem mais fáceis, os primeiros são mais interessantes.
Mais de uma tonelada de polvos deram à costa em Gaia, sem qualquer explicação. Como se não bastasse, surgiu também na praia um pé humano, dentro de uma bota.
Cineastas deste mundo: que mais precisam para um belo filme de terror?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Tenho um amigo que diz que não sabe o que é o amor. E portanto acha que não existe.
Tentei explicar-lhe e não funcionou.
E é isto.