segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Gay children

Excelente artigo de opiniao no Independent. E longo mas vale a pena, a serio. No entanto fez-me pensar nisto: ha criancas gay? (ou hetero)

Lancei a questao a um amigo e a resposta foi interessante:

"Of course you can. I was a gay child when I was younger. Obviously there is the difference between being 'sexually aware' or 'sexually active', but even as small children [straight]boys like girls, [gay]boys like boys etc. It was boys I always had crushes on, whether or not I was aware that it was because I was gay the attraction has always been there. Sexuality evolves and changes and it moves through various definitions as you mature, but I was definitely homosexual before I even kissed a boy, as I'm sure heterosexual children are before they kiss their desired sex. And Johann has a point, the worst thing to be called when I was at school was 'your gay' - before I even knew what it was. Before I even knew that was what I was. That can have a hugely detrimental effect on an individual, whether or not they do discover that they are gay. I get what you are saying, but from my experience I can confirm that children can definitely be gay"


*Estou a usar um PC emprestado, sem acentos.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ó pá,

se vocês pudessem ver o meu look anos 20/30 para a festa de hoje!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um dia estás cansada. Queres uma pausa da auto-determinação, da coragem, do seguir em frente. Um dia achas que por 5 minutos podes parar com toda a ladainha de auto-ajuda e pegar numas fotos, olhá-las com calma ao som de uma das tantas músicas que guardas na pasta mental "perigo!". Só um bocadinho, pensas. E é então que inevitavelmente te deixas sugar pela espiral de sentimentos proibidos. Deixas-te embalar por esse doce veneno até que começa a ser demais. Começas outra vez a sentir o coração pulsar nas mãos, nas pernas, nos olhos, em todo o lado. Então, bruscamente desligas tudo. Fechas o álbum, largas os emails, páras a música. Mas já é tarde, o estrago está feito.

Ainda vou a tempo de resoluções de ano novo?

Next Year,
Things are gonna change,
Gonna drink less beer
And start all over again

Gonna read more books
Gonna keep up with the news
Gonna learn how to cook
And spend less money on shoes

Pay my bills on time
File my mail away, everyday
Only drink the finest wine
And call my Gran every Sunday

Resolutions
Well Baby they come and go
Will I do any of these things?
The answer's probably no

But if there's one thing, I must do,
Despite my greatest fears
I'm gonna say to you
How I've felt all of these years

Trabalhar de graça

Há um jornal online em Cardiff onde vários amigos meus têm feito estágios. Quando me perguntam porque é que eu não estou a fazer o mesmo, a minha companheira de casa responde: "A Inês é fina, só trabalha se for paga". O pessoal ri-se e tal e eu concordo. Pois bem, é verdade. Pode bem ser que a minha (parca) experiência profissional não signifique nada aqui pois ninguém sabe que raio é a Renascença, o Público ou o Destak. Mas eu sei. Mais: se eu estiver a fazer um estágio não remunerado a tempo inteiro não posso trabalhar no hotel e se não trabalho no hotel não consigo pagar a renda, supermercado e outras despesas que já me custam a pagar trabalhando. É muito simples, não posso. Para colmatar a ausência de trabalho jornalístico vou fazendo reportagens como freelancer. Poucas, sim, mas vou fazendo. E pagam-me por elas.
Além de achar que há um tempo para o trabalho de graça e esse tempo já passou, é uma questão prática, acima de tudo, que me prende. Se pudesse arcar com as despesas, seja como for, não estaria a fazer esse estágio, estaria em Londres a estagiar no Sunday Times.
É claro que penso muitas e muitas vezes que se fizesse estes estágios estaria a conhecer pessoas e eventualmente conseguiria uma oportunidade. E estaria a treinar escrever em inglês o que é mais difícil do que parece em termos jornalísticos. Mas é que simplesmente não posso.
Esta ideia de que temos que ter dinheiro para trabalhar de graça deixa-me doente.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sublime



So tenderly your story is
nothing more than what you see
or what you've done or will become standing strong
do you belongin your skin? just wondering

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Porque é que escrevo

Escrevo porque escrever é uma forma de existir. De passar pelo mundo. De o traduzir. Escrevo porque me põe as ideias em ordem, porque me acalma o espírito. Escrevo pela mesmo razão que o Robinson Crusoé falava alto mesmo sabendo-se sozinho na ilha. Escrevo para combater a solidão, para dizer o que não faz sentido dizer a ninguém. Escrevo para matar saudades das pessoas que não tenho comigo. Daquelas que me terminavam as frases. Escrevo porque já não sei viver sem escrever, já não sei pensar sem ser em forma de prosa.
Escrevo porque sofro, porque tenho esperança, porque tenho ideias, porque sou feliz. Porque é a melhor forma que encontro para me exprimir - e eu sou uma pessoa que se tem de expressar.
Sempre gostei de escrever e de ler a escrita dos outros. Como jornalista prefiro o papel porque gosto que me contem histórias assim e gosto mais de as contar dessa forma. Das mais factuais às mais criativas. No blog ou nas folhas de papel que acumulei na adolescência sinto que a escrita é a forma mais sincera de ser eu. É uma forma de ser humano. Escrever é um modo de estar na vida, é um eterno namoro com as palavras.
Escrevo porque é que única forma que conheço de dar sentido às coisas.

Humildade

Quando acontece alguma catástrofe natural tenho sempre um sentimento de humildade, uma noção de como somos pequenos perante a força da natureza. Como há coisas que nunca podemos sonhar controlar.
Num certo sentido o mesmo acontece quando estamos apaixonados. Não assim-assim-gosto-mesmo-dele. Não. Quando a coisa é séria. E percebemos que esquecer está fora do nosso controlo. As coisas práticas que podemos fazer são apenas panaceias para dar um empurrão ao tempo. Mas vemo-nos com este sentimento em mãos e é frustrante perceber que não temos qualquer controlo sobre ele. Não controlamos a falta que aquela pessoa nos faz, não controlamos o impacto ridículo que cada uma das suas palavras tem em nós. Queremos ter determinada conduta e ela não funciona. O poder deste tipo de sentimento é assustador. Para alguns será atraente e muitos dizem que viver é isso: amar assim, descontroladamente. Mas quando se sentirem incapazes de seguir em frente, impotentes perante uma realidade que não podem mudar e com a qual não conseguem viver, aí acho que todos esses românticos vão pensar: nunca mais.

My kidnapper

Mark Henderson, juntamente com outros sete backpackers, foi raptado por guerrilhas na Colombia e levado para a selva durante 3 meses. O grupo é eventualmente libertado. Mais tarde, Mark, realizador, é contactado por email por um dos raptores. Os dois encontram-se e daí surge um filme: My kidnapper. A história inteira aqui.
Cum caraças. Quero ver.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Elogio ao Amor - por Miguel Esteves Cardoso

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.

Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra
. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os namorados

Os namorados são pessoas com um estatuto cruel. Durante meses ou anos tornam-se a nossa metade. Contamos-lhes tudo. Sabem os nossos gostos ao pormenor e o que nos faz feliz. Tornam-se indispensáveis e substituem a cumplicidade dos amigos. E depois a história repete-se com o primeiro, com o segundo, o terceiro, o quarto: um dia, depois do namoro acabado com juras de amizade eterna, eles deixarão passar um momento importante, e outro, e outro. E no primeiro vamos ficar de coração partido e contar a história do trauma ao namorado seguinte. No segundo percebemos que os namorados, apesar de parecer na altura, não são os nossos amigos mais próximos, são os nossos amigos mais íntimos. Quando essa intimidade acaba, acaba-se a proximidade.

Mora da história: keep your boyfriends close, and your friends closer.

Parva

Estou sentada na mesa do cafezinho de bairro que adoro. De forma intermitente desgravo uma l-o-n-g-a entrevista. Intermitente porque olho para o telemóvel. Intermitente porque faço refresh ao email. Intermitente porque verifico o facebook. Porque esperava aquelas palavrinhas elogiosas. Ansiava saber que algumas coisas não mudam. E depois pensei "que parva". Sejamos directos: que completa besta. Recebi tantas mensagens queridas, valiosas, que me fazem sorrir do fundo da alma. O que é que preciso mais? Não preciso de mais nada. Obrigada a todos os que se lembraram de ler as minhas reportagens. É que não imaginam a felicidade que me dá.

The Christmas party

Era Janeiro mas não faz mal. Já me habituei a ter profissões que me obrigam a celebrar fora de época. Tinha deixado de ir ao Promised Land porque as cervejas eram escandalosamente caras, mas gostava do sítio. Naquela noite regressei.
Ainda em casa escolhi o vestido, o casaco, os sapatos, caprichei na maquilhagem. Porque afinal todas as aquelas pessoas, da recepção, da cozinha, do restaurante, dos eventos, das limpezas, organizadores e cargos que nem conheço, todos me iam ver pela primeira vez sem farda. Sem calças pretas, camisa branca, colete e rabo de cavalo. Mais tarde, ao observar a quantidade de saltos altos e malinhas de mão percebi que todos pensaram o mesmo. Esta era a noite em que nós, os empregados, íamos ser os convidados. Alguém servia as nossas bebidas e recolhia os pratos do buffett. Desta vez não nos encostaríamos à parede, de mãos atrás das costas, de olhos atentos a copos vazios enquanto os outros dançavam. Desta vez nós dançámos. Dançámos todas aquelas terríveis músicas da moda que sabemos cantar de cor. E quando chegou a hora de pedir bebidas no pequeno bar, esperamos pacientemente, sorrimos e dissemos "não há problema" ao barman que não tinha mãos a medir.
Nessa festa de Natal em Janeiro demorei alguns segundos a reconhecer os meus colegas, as caras que vejo quase diariamente. A roupa que usamos conta um pouco de nós e até ali todos tinham a mesma história. Gostei de ver quem eram os posh, os hippies, os foleiros, os desportivos. Tive dificuldade em interagir com os chefes que não usavam fato e gravata mas camisas da moda. Aliás, se há coisa que me faz confusão é ter que interagir com pessoas que estão acima de mim em ambiente informal. Não sei o que dizer e reajo de forma embaraçada quando começam a ficar embriagados e a dançar e cantar e abraçar os restantes.
Nessa festa de Natal em Janeiro cantaram-me ao ouvido um pedaço de música e eu corei até às orelhas e disse "obrigada". Eu sou uma espécie de profissional do flirt, como se percebe. Fiz nota mental de quem eram os bons bailarinos e os que tinham vergonha. Maravilhei-me ao ver o senhor que recolhe os lençóis e toalhas sujos, um senhor dos seus 58 anos que me diz olá todos os dias, a dançar algo semelhante a breakdance no meio da pista. Bati palmas e assobiei.
Aquela festa fez-me pensar. Como nos definimos por aquilo que fazemos ou estudamos mas na verdade nós somos algo completamente independente disso. E cada um tem uma percepção diferente. Somos jornalistas, estudantes, jovens, adultos, empregados, imigrantes, "os que estudaram fora", bom CV, fraco CV, pobres, ricos, consoante o pedaço de nós que os outros avaliam. E nós que somos um bocadinho de tudo, não somos, na verdade, nada disso.

E não fosse isto uma festa do hotel onde trabalho, mais uma vez me confundiram a nacionalidade. Porque toda a gente sabe, em Barcelona, nesta altura do ano, faz muito menos frio que aqui.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Love is

Há poucas coisas que se comparem ao prazer de ver o nosso nome a assinar uma peça num jornal/ revista.

Ano novo, blog (de ar) novo

Decidi refrescar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pegada online

A propósito do post que escrevi sobre a Internet e a nossa 'pegada online', li hoje este artigo do Público. Que coincidência.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

Faz quase um mês que me sentei à mesa daquele restaurante indiano, com os pés molhados e o cabelo mais desalinhado do que era suposto. Ali sentada senti pela primeira vez que o meu coração se tinha movido para a boca. E enquanto tentava disfarçar com um sorriso, sentia o músculo ensanguentado, a bater, a rolar entre os meus dentes, a roçar na minha língua, a impedir o ar que queria passar na garganta. Pensei que iria vomitar o meu coração ali mesmo na mesa. Seria uma grande falta de educação, mas por momentos achei de facto que não iria conseguir conter tamanha massa de carne em ebulição de sair disparada, deixando-me assim sem o órgão que me mantém viva. Olhando para trás sei que foi mesmo por um triz.
Fingertips have memories.

Este blog há de servir para alguma coisa

Pela graça do Senhor, por favor, há por aí alguém na área da geologia? Já não posso mais ler sobre exploração petrolífera, margens continentais e bacias sedimentares e continuar a não perceber nada. Considerem isto como ajuda humanitária.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Don Draper's guide to picking up women


Don Draper's guide to picking up women por pedroliveira_69 no Videolog.tv.



Não é preciso agradecer ;)

Sim

No Amor não há heróis. Todos os que amam passam pela experiência do sofrimento pelo menos uma vez na vida. Com maior ou menor intensidade, em fases mais longas ou mais curtas, mas todos passam por ela. Os que se armam em heróis, e que se põem em pontas dos pés afirmando a sua capacidade de contornar o sofrimento que o Amor pode causar, ou não sabem o que lhes espera ou não sabem Amar.
A vantagem dos que sofrem é essa: saber Amar. Ao contrário dos que não sabem, também já experimentaram a sensação de caminhar a dez centímetros do chão. Só o Amor é capaz de fazer isso. Os que amam passam pela vida, os que não amam é a vida que passa por eles.
Gostava de Vos poder dizer isto da mesma forma que o disse a um amigo meu há pouco tempo, e da mesma forma que um grande amigo mo disse a mim há quase cinco anos, isto é, olhos nos olhos e com um copo de qualquer coisa que gostem à frente, fosse vinho, chá, uísque ou cerveja. A bebida tem essa vantagem de parecer que nos abraça, e na fase do sofrimento é natural precisar dum abraço.
Acho que é disto que falamos quando falamos de Amor: a nossa passagem pela vida. Quem ler isto e pensar qualquer coisa como "é preciso ser parvo para se ir abaixo por causa duma paixão", sinceramente, ainda não chegou lá.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Internet

Toda a gente deixa um pouco de si na Internet. É horrível porque toda a gente pode ser encontrada, um bocadinho aqui, outro ali. E as nossas curiosidades mais mórbidas, aquilo que de outra forma não procuraríamos, está tudo ali disponível no conforto escuro do nosso quarto onde ninguém tem que saber o que andamos a fazer.
Enquanto teclo nomes que não devia dou por mim a pensar como seria bom que surgisse um alerta no canto do ecrã "Tem a certeza que quer pesquisar esta pessoa? Mas você não tem amor próprio ou noção do que está a fazer? Tem a certeza que se quer torturar dessa forma? Caro usuário... get a life!"
Mas não. Podemos continuar e assim descobrir fãs da Laurinda Alves.
Maldita Internet.

Terapeutico mesmo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Talk, baby, talk

Eu falo. Falo pelos cotovelos. Falo quando não me sinto àvontade porque o silêncio me incomoda. Falo para entreter os outros, falo para os distrair de outros assuntos. E falo, claro, porque tenho muito para dizer. Sobre quase tudo. Então falo, falo, falo. Filosofo, argumento, arquitecto ideias sobre ideias. Não o faço com toda a gente, é um facto. Há pessoas que têm esse talento de nos saber ouvir sem julgar e com interesse. E que alimentam a conversa como lenha no fogo. E eu falo, falo, falo. E às tantas pergunto "Estou a falar demais, não estou?"

Vi e recomendo



Também vi o Love Actually mas é melhor não falarmos sobre isso.

Um pouco Greys Anatomy, né?

Attention.
We all like it, we all need it.
And even though the words don't always come out from the ones we want to, it is nice hear. "You can't go. You have to stay here". With me, he meant. But some things work better unsaid.
We all want to be needed, to be taken care of. To be considered beautiful, inteligent, funny, charming. Irreplaceable. We all want to be understood, listen to. We all want to be loved.

I'll tell you want I want, what I really, really want

Ouvi Spice Girls na M80. Sinto-me velha.
Já abri e fechei o blog uma data de vezes. Mas não, a cura também é isto: parar de escrever e quem sabe parar de pensar. O mundo é muito mais do que um mau romance.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E agora para mudar o tom depressivo

Dia 29 vou ter uma festa assim





Convidadíssimos!

Aceitam-se canjas de galinha (ou copos de whiskey)

Todos os meus amigos me disseram o mesmo: não dá para fazer cura com o dedo na ferida. E eu que no início não concordei, esperneei, argumentei, acabei por concordar. Mas, claro, mais fácil dito que feito. E então decidi começar a minha cura com convicção. Não havia nada a fazer em relação ao explosivo cocktail de sentimentos que me habitavam. Eu não ia deixar de sentir o que sentia, mas precisava adormecer isso tudo ou simplesmente daria em louca. Eram muitas vozes na minha cabeça, muitos estados de espírito, alguns contraditórios e uma pitada letal de desespero. Não, disse eu. Eles tinham razão, chegara à altura de cortar o mal pela raíz. Saíria com a consciência tranquila de quem fez tudo, e um pouco mais, que podia. Que se se desperdiçava ali algo mais valioso que o elixir da vida, não era culpa minha. Não tinha sido eu a decidir e não tinha deixado mal entendidos. Tinha sido honesta. Tinha sido profundamente honesta.
E então foi assim. Esgotadas todas as opções (e forças) era tempo de dar uma machadada no caso. Para o meu próprio bem. Mentalizei-me, agonizei, rolei na cama, suspirei o dia inteiro e por fim dei o ultimato. Não, ultimato, não. Decisão. Aqui está o que vou fazer e o que tu vais fazer. Depois disso, foi como uma onda gigante me passasse por cima. Exactamente como na praia, aquela onda enorme bate e nós rolamos dentro de água sem controlo durante uns segundos a mais do que o nosso fôlego permitia. Mas, inevitalvemente, vimos ao de cima, com o cabelo embaraçado em cima da cara e o fato de banho todo torcido.
Feito. Que comece a cura. Mas não, as regras quebraram-se uma vez. E novamente repeti a lenga-lenga de auto-ajuda e mergulhei na onda. Ainda me doíam os músculos desde a última vez fiquei com algumas nódoas negras. Mas sobrevivi, claro. Passou um dia. Nova infracção. Mas desta vez bati o pé com força. Porque desta vez saí com arranhões e sei que qualquer dia não haveria cura. Não. Eu também tenho direito a ser feliz. É tudo ou nada.
Nada, escolheste. E porque isto é uma doença, deixemos a cura começar.

Let it go

- I don't understand, you're just torturing yourself.
- I know.
- Just stop.
- I will.
- Just let it go. It will be better.

i sustém a respiração e acena com a cabeça.

Ajudar a dar

De cada vez que falo sobre o Reino Unido em Portugal deparo-me com um chorrilho de chichés e ideias parvas. As coisas que eu menos gosto são coisas de que nunca tinha ouvido falar, como é aliás, natural. Tal como as de que mais gosto.
Uma das coisas que mais oiço é como os britânicos são "frios". Ou burros. Suspiro. Frio é o tempo, isso sim, não é cliché, é verdade.
Isto era apenas para referir uma pequena coisa que adoro. No Reino Unido há muitas ONGs e trabalham muito bem pelo que sei (mas não me dão emprego...). Há muitas lojas em segunda mão de instituições de caridade e há muito o hábito de dar roupa a estas instituições.
Lá em casa (em Portugal) é sempre o mesmo. Normalmente damos a roupa que já não usamos à nossa empregada (e respectiva família), mas muitas vezes a minha mãe comenta que eles já não precisam e até desconfia que às vezes aceitam por educação. Simplesmente não gostamos de deitar coisas em bom estado fora e pronto, eles podem também dar a alguém que conheçam e precise mais. É claro que já disse mil vezes que devíamos dar a uma instituição, tal como electrodomésticos velhos, móveis e no geral, coisas que não usamos mas estão a funcionar. E os meus pais dizem que sim, pois é, mas depois... Depois acontece o que acontece a toda a gente. É preciso irmos à procura destas instituições, ligar para lá, descobrir o que precisam, ir lá levar... e no fim não fazemos nada disso. Se é preguiça nossa? Sim, claro. Se podíamos tentar mais? De certeza. Mas a verdade é que estas instituições também têm de ser mais diligentes, porque o que não falta é pessoas com o roupeiro a rebentar com roupa que não vão usar nos próximos 10 anos (até voltar a estar na moda hehe).
Ora estava eu aqui sentada na sala quando oiço o carteiro e enfiar o correio pela ranhura. Levanto-me e lá está. Já tinha comentado que andava com falta disto. É um simples envelope de plástico com o nome de uma instituição, onde explicam o que precisam. Lá dentro vem um saco de plástico com o seu logotipo. Temos apenas de colocar as nossas coisas lá dentro e pôr o saco à porta no dia em que eles dizem que vão passar para os recolher.
Cá em casa já o fizemos várias vezes, pois os nossos amigos vão partindo e deixando tralha "to give to charity". E eu fiquei com umas camisolas de uma amiga minha mas na verdade algumas nem gosto tanto e estão a ocupar espaço. E ontem disse "quando será que nos mandam mais saquinhos?". Foi hoje.
É uma coisa muito simples e barata que funciona muito bem. Tenho a certeza que todos dariam mais se fossem um pouco ajudados. Ajudados a dar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Porque é que não tenho um botão off? Porquê???

Tenho insónias com uma facilidade estúpida. E-S-T-Ú-P-I-D-A.
Humpf.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Regresso

Cheguei a casa e não estava ninguém. Pousei a mala, tirei os sapatos e pus-me em cima da cama. Com cuidado tirei três fotos da parede e enquanto o fazia sem as danificar, fui (re)lendo a minha capa falsa do Destak e fartei-me de rir. Isso não aconteceria se eu não tivesse subido em cima da cama para tirar as fotos e isso fez-me pensar que com todas as mudanças vêm coisas boas e más e é preciso saber vê-las.
Cardiff estranhou-me e eu estranhei a minha querida cidade. No entanto hoje fiz as pazes, passei muito tempo em cafés, fiz caldo verde e pus a conversa em dia. Os dias vão voltar a ajeitar-se no calendário e eu vou voltar a pensar em inglês. E sempre que me sentir perdida vou pôr-me em cima da cama. Para mudar de perspectiva.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Não sei se é normal mas...

Eu não fazia ideia de quem era o Carlos Castro.

Contradições

A minha mãe diz que eu estou magrinha (!) mas compra-me sempre tudo em L.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Hoje tou tão sensível que só espero que me apareça o perído para justificar isto.

O prometido é devido

Rompi eu as minhas calças
esfolei mãos e joelhos
e tu reduziste o acordo
a um montão de cacos velhos

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fins

Quando as pessoas dizem que querem que riam no seu funeral acho sempre uma grandessissima treta. Até podem acreditar no que dizem, mas ninguém deseja isso. No meu funeral quero que chorem, claro. Não porque me alegra o sofrimento dos outros, mas porque a minha vida, caraças, tem algum valor e quando perdida deve ser sentida. Ou não?
O mesmo se passa com diversos outros fins, menos dramáticos - ou derradeiros, vá. Quando largamos um emprego queremos deixar saudades, quando terminamos um relacionamento queremos que sofram a nossa ausência. Para quê dizer que não? Ninguém quer ser invisível. Queremos deixar a nossa marca. Eu quero.
É por isso que recuso a teoria do "a vida continua, foi bom, acabou". Sim, a vida continua. Mas não sem antes vivermos o luto do que perdemos. Não sem antes termos dúvidas, angústias, perguntas, cometermos erros, dizermos coisas desesperadas. O sofrimento humano é uma homenagem àquilo que foi importante.
Depois disso, sim, a vida continua. Que remédio.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A isto se chama ser desinteressante

Uma coisa que me chateia profundamente em mim própria é não ter um hobby. Uma paixão, um gosto particular por uma coisa. Quase toda a gente tem. E isso faz a vida muito mais interessante, faz-nos saber onde colocar as energias, o que fazer com o tempo livre e até com o dinheiro. Bom, não que tenha dificuldades nisso.
Ontem li, mais uma vez, aquelas listas de regras para ter um blog. Uma delas, toda a gente sabe, é ter um nicho, escrever sobre algo. E eu pensei "podia criar um blog novo, desta vez um a sério". Mas para escrever sobre o quê? Como um perfeito exemplo da classe, sou daquelas pessoas que se interessa por muita coisa mas por nada em concreto. Eu gosto de saber sobre muuuuuuuita coisa. Quase tudo. Adoro esgravatar o que fazem os meus amigos nos seus empregos, como funciona a nova loja do bairro, qual foi afinal o problema com a história dos submarinos (ainda estou a trabalhar nisso). Gosto de ler, de ouvir música, ir ao cinema - mas não faço ideia quem sejam os novos autores emergentes, nem sequer sei quem canta as músicas que gosto e (infelizmente) nunca vi a maioria dos filmes que os meus amigos cinéfilos dizem que tenho absolutamente que ver. Não tenho um assunto de que não me canso de ler, nem um item que colecciono, nem um tema que me fascine tanto que se torna parte da minha imagem (tipo, como foi em tempos "O Chico do cinema" - que agora já nem sei, é mais "O Chico alternativo" lol ai espera, não, "O Franciiiiisco").
Tenho até dúvidas da minha cor preferida. É triste mas é assim. Portanto, até descobrir "a minha cena" vou continuar a escrever sobre nada e a ter um blog absolutamente banal.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Do Rato ao baú dos nossos sonhos vai um pulinho

Eles viram-se naquele jardim meio despido e já não eram aqueles estagiários que galgavam escadas e corriam para o elevador, que almoçavam fofocas sobre os chefes e partilhavam aventuras. Não. O tempo passou. Mas um pouco daqueles dois regressa ao passado quando se encontram. Ele e os fotógrafos cowboys, ela e os jornalistas (redactores, redactores) snobs.
Ela lembrou-se da primeira vez que o viu, na Torre do Tombo, e acho que ele era um ignorante porque não sabia quem era a Ministra da Educação (ou seria da Cultura?). Ele deve ser achado que ela tinha a mania. Mal sabia ela das peripécias que iam viver em três meses. Dos horários loucos, dos temas ainda mais absurdos, de uma experiência de vida ou morte que a deixou seis meses com medo da auto-estrada. Sabia lá ela na altura que nunca mais olharia para a Teresa de Sousa da mesma maneira e que aprenderia tanto sobre o mundo dos fotógrafos. E que o Alentejo é terra de águias imperiais que voam alto, mas tão alto que se tornam um pontinho no céu. E que língua de vaca nem é assim tão má de comer, se estufada.
E depois disso tudo aconteceu tanta coisa. As vidas deles deram tantas voltas, profissionais e pessoais. Mas uma coisa manteve-se: ela desejava agora, tal como no último dia de estágio, que ele conseguisse vencer. Desejava de coração porque apesar dos seus olhos pouco treinados sabia e sabe que tem talento, ideias, vontade, coragem e valor. E naquele jardim do Rato, mexendo o café quente, preparou-se para mais actualizações e voltou a fazer figas pelo amigo. E figas por si também.
A conversa entre os dois segue sempre o mesmo padrão. Muita risada, muito "e lembras-te quando...?", muuuuita nostalgia. Muito suspiro. E depois a queda. O constatar como a vida corre mal, como a queda foi funda, como isto do jornalismo não dá nada, como já não acreditam. Mas por fim, inevitavelmente não resistem e voltam a ser aqueles estiagiários entusiasmados, despidos de cinismo, cheios de vontade de fazer tudo. E entram então na onda inebriante das suas ideias, dos projectos que podiam executar, das histórias que podiam perseguir, na dupla perfeita que fariam, ela com palavras, ele com imagens.
No fim ela entra no metro sorridente e com ideias. Adora sentir-se assim, com ideiais. E adora pessoas que conseguem transmitir-lhe isso na perfeita sintonia da amizade. Great minds think alike.
Acho que este blog é foleiro.

Já pensei, repensei e não há volta a dar

Uma das melhores coisas da vida é ir tomar café com amigos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Roubado de outros blogues

"Esperaria até os sentimentos tornarem-se irremediáveis, as urgências de ambos serem inadiáveis. Esperaria pela crença que o invadiu. Logo ele, tão cético. Crença naquilo que acelerou seu peito ao vê-la pela primeira vez. Mudaria de cidade, largaria emprego, anularia os compromissos firmados. As pessoas entenderiam. Os amigos apoiariam. Pelo amor. Quer motivo mais sublime? Pelo amor. Faria isso acreditando que o desejo de possuir todas as mulheres do mundo concentrava-se numa só: ela.


Era o que ele devia ter dito, devia ter feito. Mas seguiu a vida igual e os velhos planos, achando que uma hora ou outra tudo se ajeitaria. Passou um ano. Ela casou-se. Ele continuou na mesma cidade, com o mesmo emprego e os compromissos que não lhe diziam nada. Toda noite, religiosamente, ia fechando os olhos devagar ainda com aquela crença forte e inabalável."

O campo é lindo e a cidade também

No outro dia um amigo dizia-me que para se saber o que é Portugal é preciso não estar em Lisboa (e quem diz Lisboa, neste caso, diz Porto). Lá vem a história do Portugal real, pronto. Não! Portugal não é só Lisboa mas Lisboa também é Portugal. Aquilo que as pessas paternalisticamente procuram no "campo" (como chamam) é a cristalização. É aquilo que de Portugal ficou parado no tempo. Que é lindo e eu adoro, mas não pode ser apenas isso que se valoriza num país. Essa ideia de um país museu, onde a comida, os sítios, os costumes e as pessoas ainda são "à antiga". Um povo não pode ser entendido por aquilo que cristalizou mas também pela forma como evoluíu, como transformou a tradição em Cultura com C grande. Como incorpora o novo, como absorve pessoas de outros lugares e deixa-se penentrar por aquilo que trazem. Pela forma como se reinventa mantendo identidade. Um País tem que ser visto, não só pela herança rica dos seus antepassados, mas pela sua capacidade de criação, pela oferta de opções que dá aos cidadãos. Pela oferta de nicho. Pela celebração do futuro.

Mas 2011 pode ser o ano

Eu confesso que nunca li nada do Gonçalo M. Tavares e quero ler, até porque já se fala de ser um candidato ao Nobel, mas a verdade é que cada vez que olho para uma foto dele com aquele ar de mártir que carrega o mundo nos ombros...que turn off.