domingo, 2 de janeiro de 2011
O campo é lindo e a cidade também
No outro dia um amigo dizia-me que para se saber o que é Portugal é preciso não estar em Lisboa (e quem diz Lisboa, neste caso, diz Porto). Lá vem a história do Portugal real, pronto. Não! Portugal não é só Lisboa mas Lisboa também é Portugal. Aquilo que as pessas paternalisticamente procuram no "campo" (como chamam) é a cristalização. É aquilo que de Portugal ficou parado no tempo. Que é lindo e eu adoro, mas não pode ser apenas isso que se valoriza num país. Essa ideia de um país museu, onde a comida, os sítios, os costumes e as pessoas ainda são "à antiga". Um povo não pode ser entendido por aquilo que cristalizou mas também pela forma como evoluíu, como transformou a tradição em Cultura com C grande. Como incorpora o novo, como absorve pessoas de outros lugares e deixa-se penentrar por aquilo que trazem. Pela forma como se reinventa mantendo identidade. Um País tem que ser visto, não só pela herança rica dos seus antepassados, mas pela sua capacidade de criação, pela oferta de opções que dá aos cidadãos. Pela oferta de nicho. Pela celebração do futuro.
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2 comentários:
Mmm...Nova Iorque é representante dos EUA?
Achei que recorres a conceitos meio abstractos do que é "Portugal" para justificar este ponto de vista. Procurar "Portugal" é precisamente procurar o que não foi mudado e tingido pela sociedade cosmopolita. A internacionalização e o egocentrismo lisboeta afastaram muito do que tinham de português para se afirmar Lisboa como Lisboeta primeiro e Portuguesa depois, acho.
Portugal começa na Beira. Depois é Alentejo. É Minho. E no fim fica Lisboa, uma parte de Portugal em que a identidade única se desvanece entre a influência da Europa e do mundo.
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