Ontem abriu o primeiro Starbucks em Portugal. Fui logo lá dar uma espreitadela. Ok, fui em trabalho, mas iria brevemente na mesma.
Infelizmente este primeiro é num centro comercial, mas já está pensado um café de rua em Belém, até ao fim do ano, e vários outros no futuro.
O meu entusiasmo é facilmente explicável: são anos e anos de filmes, de séries, de anúncios, de fotografias, enfim… daquela imagem romanceada de uma qualquer Nova Iorque ou Londres, em que as pessoas transportam cafés pela rua. O meu imaginário alterna entre o ritmo apressado das cidades – há sempre um café na mão quando as duas personagens chocam uma com a outra na rua e se apaixonam (“ai desculpe, sujei-a!”) – e o passeio melancólico e pensativo por paisagens de neve.
Starbucks lembra frio, claro. Tem o charme irresistível do inverno. O copo alto e fumegante que aquece as mãos geladas. Engolir aquele líquido familiar que nos aquece o esófago e tantas vezes a alma.
Hoje bebi um frappuccino de caramelo, que ainda faz calor e apetece um refresco.
Mal posso esperar pelo frio.
*Em Portugal adoptou-se a política de servir os cafés em loiça (chávenas e canecas muito catitas!), para ir de encontro à nossa tradição. Só os cafés que são para levar é que vêm nos “paper cups”.
6 comentários:
...só faltou mesmo dizer onde fica realmente esse Starbucks, para nós provincianos que raramente vamos à cidade... ;)
Muito me contas... Fico com um misto de alegria e tristeza.
Alegria porque finalmente há um Starbucks em Portugal e vou poder saborear o raio do café e derivados que tanto gosto com muito mais frequência.
Tristeza porque os "outros" Starbucks onde sempre fui, nomeadamente os de Madrid (e os de Londres, quando para lá consigo fugir, algo que tarda em repetir-se...) sempre tiveram para mim aquele traço de exclusividade. Uma ida a um desses sítios significava uma deslocação religiosa a um Starbucks, normalmente pré-concerto de alguma banda que nos deixa suficientemente em transe para fazermos mais de 1000km para a vermos.
BTW, quanto à loiça vs. paper cups... tenho dúvidas que sejam para honrar os nossos costumes. As multinacionais normalmente estão-se nas tintas para isso. Em todos os Starbucks por onde passei o esquema era:
Eat In -> Loiça
Take Away -> Paper Cup
E o preço também era mais caro se fosse para comer lá dentro. Não sei se isso se verifica cá...
I <3 Starbucks 8)
aaaaai...TEMOS de ir lá!
E não te disseram que, além do pormenor das chávenas, os estudos de mercado também determinaram que a venda do café a 1€50 é o adequado ao mercado Português?
Este Starbucks é no centro comercial Alegro, em Alfragide. Estou disponível para longas cafezadas ;)
(desde que as conversas não incluam longas incursões pelo mundo complexo dos componentes das baterias...)
humm.. e os delta?
Odeio "o copo alto e fumegante que aquece as mãos geladas". É a minha característica de Scrooge, o da banda desenhada e o dos Contos de Natal. Rabugento, teimoso, desdenhando de quem se passeia de copo de papel na mão. Cafés ao lado do teclado, cafés em copinho com um pé no chão e outro na parede, café junto a uma máquina, café que aquece as mãos, e coluna de fumo esvoaçante sobre café...
...tudo isto me irrita e causa um nervoso interior como quem ao escutar uma conversa de autocarro ouve dizer que a música que ouve não presta, que os homens são todos iguais e outras barbaridades semelhantes.
Café em copo de papel é para mim como o DVD descartável que inventaram recentemente. Bonito, uma maravilha da técnica; mas é poluente, feio, sinal dos modernos tempos e da Hollywoodização do mundo.
O maldito copo pelo menos podia não fazer fumo nem aquecer as mãos. Mas aqueles dedos entrelaçados em redor dum copo quente enervam-me. E os copos de plástico ou papel junto ao PC - palavras escritas em teclas intercaladas com golitos pequenos do liquido escuro... ah! que cena escabrosa!
E as frases cortadas? "No outro dia (slurp) fui lá aquele sítio e (fffff) encontrei a pessoa que esperava (slurp slurp)"
O café custa menos de 70 cents e é bebido de uma virada, como o copo de tinto numa tasca tradicional. Senão não é café, é essa água suja dos americanos.
Humpf...
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