Odeio os meus professores. Odeio-os porque os adoro. Porque eles não têm dúvidas sobre o nosso futuro. Porque falam connosco com a certeza de que iremos usar aquela informação brevemente. Vamos ter fontes importantes que pedem anonimato e vamos ter dois telemóveis, just in case. Vamos ser correspondentes num país fascinante e perigoso e nunca confiaremos nos taxistas. Vamos sair de casa e percorrer as ruas quando não soubermos o que escrever. Vamos ser cépticos e enfrentar pressões editoriais. Vamos ser o Woodward e o Bernstein. Vamos prever a próxima crise económica e praticar exercícios para evitar traumas depois de cobrir tragédias.
Eles acham que sim e nós, aspirantes sonhadores, nem sempre conseguimos ter os pés na terra. Levantamos o braço, perguntamos, contamos histórias. Suspiramos. Pedimos mais bibliografia, filmes, debate.
Dizem que quanto mais alto se voa, maior é a queda, mas o que fazer quando nos dão um par de asas extra?
2 comentários:
Eu tendo a desconfiar das pessoas com 2 telemóveis...
nas minhas aulas é precisamente o contrário... os professores não se cansam de dizer que é uma área díficil e que tudo vão ver problemas. Apontar os milhões de problemas na industria é algo diário também.
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