Um dia contaste-me que escreveste uma música de piano para mim. Triste que só ela. E quando ma mostraste, sem explicar nada, eu não liguei nenhuma. Disse que era bonita, pus um smile no chat e toca a andar.
Até hoje tenho remorsos dessa minha incapacidade para ler as tuas notas. Ainda hoje penso como teria sido bonito se eu tivesse entendido essa despedida demorada, sentida, merecida.
Mas as coisas são mesmo assim e o meu ouvido surdo é provavelmente uma perfeita metáfora da nossa incompreensão. Ambos tentamos – ainda hoje – dizer alguma coisa que deixe marca, mas as palavras que escolhemos só têm ressonar dentro da nossa cabeça. E então ficamos ali, às voltas na cama, a pensar no que fizemos de errado.
“Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”. E o Carlos Tê sabe bem do que fala.
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