Nós, que queremos ocupar aquelas cadeiras nos jornais, rádios e televisões, recebemos mensagens muito confusas.
Os jornalistas, enquanto classe, em termos gerais, são pessoas liberais. Separam-se bem dos advogados ou médicos, não são académicos, são pessoas que fazem pontes com o público. São amigos do everyday man. Metem-se em confusões, fumam, tiveram empregos manhosos quando eram mais novos. São informais. São aventureiros. São sarcásticos. São o anti-bancário.
Mas nós já não somos. Nós não podemos trabalhar no restaurante gorduroso da esquina e esperar acabar com uma carteira profissional. Nós somos o banqueiro - somos certinhos, lemos muito, fazemos mestrados e pós-graduações. Temos que fazê-lo para tentar entrar no mercado. Somos académicos. E isso confunde-me. Porque podemos estar a perder um pouco desa relação que os jornalistas têm com as pessoas - aquilo que criticamos sempre nos políticos, nos financeiros, nos juízes: a snobeira.
5 comentários:
Acho que o nosso destino e que estudemos e estudemos para entrar no mercado. E no nosso primeiro dia de trabalho dizem-nos: Tudo o que aprendeste? Esquece tudo! As regras sao para ser quebradas.
Também penso nisso. É tão estranho que hoje tenhamos a necessidade de estudar tanto, para algo que nasce do contacto com o mundo...
será que precisamos mesmo de estudar tanto?
Na verdade, acho que depende muito do que quiseres seguir dentro da área... Segundo a minha experiência, conta muito mais a tua história profissional que académica. Ninguém quer saber que média tiveste ou em que faculdade andaste passados uns tempos. Uma vez "cá dentro", o que conta é o que já fizeste e o que publicaste (pelo menos, lá está, segundo a experiência que tenho tido). Mas é sempre bom teres um mestrado para se um dia quiseres mudar de área e tiveres de começar do início :P
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