sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A "diabólica" Rua Sésamo

Quem não se lembra da Rua Sésamo?
Todos nós que crescemos nos anos oitenta e noventa sabemos de cor quem são o Becas e o Egas, o Monstro das Bolachas, o Poupas Amarelo, o Gualter, o Cocas... Aposto que já têm um sorriso nos lábios só de pensar. Quando comparamos a Rua Sésamo com os desenhos animados que se seguiram é fácil chegar à conclusão que nem os Power Ranger nem o Pokemon lhe chegavam aos calcanhares. A série chegou até a ser estudada por académicos e foi criada com a ajuda de psicólogos infantis, especialmente pensada para ser divertida e didática. E quem pode dizer que não era?
Agora leiam isto...



(...)"Los vídeos acaban de editarse en Estados Unidos con una advertencia: ?El contenido es para mayores y podría no ser apto para los niños de preescolar de hoy?.

En el primer episodio de Barrio Sésamo, que se emitió en noviembre de 1969, una niña se hacía amiga de un desconocido que la invitaba a su casa a comer leche con galletas, algo que, ante los continuos casos de pederastia, hoy sería inconcebible. También hay una escena en la que Epi le pide a Blas que le pase el jabón mientras está en la ducha. Hace ya tiempo que saltó la polémica sobre si los dos muñecos que vivían en un bajo algo cutre eran una pareja gay y por lo tanto peligrosos para los niños. ?Los telespectadores de hoy se han vuelto hipersensibles. Los guionistas de Barrio Sésamo no tenían segundas intenciones. Sus decisiones se tomaban de forma inocente, y sólo después han sido cuestionadas cuando han entrado en juego las guerras culturales. Su único condicionamiento era huir de la violencia y no escribir guiones que pusieran en peligro físico a los niños al copiarlos, como hacer un sketch en el que se pusieran un cubo en la cabeza y se golpearan?, explicó en la radio NPR Daniel Anderson, que asesoraba en los setenta al equipo de Barrio Sésamo y que hoy trabaja como psicólogo en la Universidad de Massachusetts."(...)

Bárbara Celis, in El País


Já não é a primeira vez que vejo uma coisa deste género. Uma vez vi um programa onde falavam de uma campanha do Jumbo para o Dia do Pai, há uns 10 anos. O cartaz era uma menina dos seus três anos, nua, envolta num laço vermelho, com um qualquer slogan sobre o dia festivo. Fez-vos impressão? A mim também. Mas há dez anos não fez a ninguém. O mais assustador é que esta "campanha do medo" entra mesmo nas nossas cabeças, estranha-se, assusta-nos.
O defeito não é da Rua Sésamo, que não traumatizou ninguém nem colocou criancinhas nas mãos dos pedófilos. O defeito só pode ser da sociedade moderna, hipocondríaca e paranóica. Hoje em dia o outro é o inimigo. Tudo representa um perigo. Tudo é maldoso, tudo tem uma intenção nefasta. Não estaremos a perder a fé na espécie humana?
Não será que "a maldade está nos olhos de quem vê"?

3 comentários:

Fátima disse...

completamente. a minha mãe diz sempre algo parecido "julgas os outros pela maneira como és", e de facto é verdade. temos o olho treinado para desconfiar de velhinhos ou homens de 30 anos pela rua com garotinhas, para homens juntos, para manifestações de carinho de pessoas do sexo oposto. acho mau, e tento evitar essa ideia, por um dia, não podemos dizer nem fazer nada sem ser apontados como criminosos...

Fátima disse...

e, esqueci-me: o tempo da censura e da desconfiança foi lá atrás..

Fátima disse...

*porque um dia