Há uma frase na vida de um jovem que é quase inevitável. Praticamente uma maldição.
É uma frase bastante democrática já que não se prende a estatutos sociais, raça ou religião. Basta ter uma mãe (ou equivalente): "Só gostas dos teus amigos", frase geralmente acompanhada de um ar sacrificado e infeliz, de progenitora que deu a vida pelos filhos e agora foi traída. Claro que esta frase pode ter variantes, tais como "Só és simpática para os teus amigos", "Só gostas de sair com os teus amigos" ou "Se fossem os teus amigos a dizer que era giro compravas logo".
Esta frase típica maternal esta carregada de intenções maliciosas. Remorsos. Tipo "Coitadinha de mim que dei a vida e agora preferes esses ranhosos mal vestidos do que eu". Fico fora de mim porque não suporto vitimizações e poses à coitadinha. Mas admito que isto funciona com muita gente, e confesso, também já funcionou comigo.
No outro dia, numa aula de espanhol onde só somos raparigas, de várias idades, dei-me conta que o tema "mãe" deu para reclamações tais, que a professora já não podia com a tagarelice. E todas reclamavam da chantagem emocional dos pais. Devo dizer que até me senti confortada por, afinal, não ser a única que se debate com estas questões.
E fiquei a pensar: será que "Só gostas dos teus amigos" é uma condição essencial da maternidade? Iremos todos nós (vamos lá incluir os futuros papás também) chantagear os nossos filhos com esta fatídica frase? Estarão os filhos eternamente condenados?
(reflexões um tanto inúteis e nada natalícias)
3 comentários:
até no natal oiço isso =|
cá para mim não é geral ou tive sorte
cá para mim não é geral ou tive sorte
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