sexta-feira, 31 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Para os meus amigos "expatriados"
Se calhar é melhor termos cuidado. Sim, estou a incluir-me.
Porque é que os Estados Unidos devem votar em Obama?
Álvaro Vasconcelos, director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, in Pública
Porque se Obama vencer há, pelo menos a esperança, de que isto mude.
Para o mundo inteiro, na época actual, acho que a frase vem bem a propósito. Esperemos que alguém pense nela.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Viajar para dentro
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
O casamento C&C
Apesar do racionalismo dizer não, o nosso romantismo todo dizia sim! Atirámos pétalas e brindámos ao futuro. Levámos champanhe para a Torre Eiffel. Um brinde desses só pode dar sorte. Mesmo que os meus pés ardessem de dor e os sapatos salto-alto de verniz passeassem na mão. Acho que até isso deu sorte. Porque no fim, a relva era macia.
sábado, 18 de outubro de 2008
Paris conquistou-me
Paris e a sua cara-postal roubaram-me suspiros. Que cliché gostar de Paris...! Mas como resistir ao Sena, ao quadro encantado que é cada esquina, às lojas, aos cafés tirados do mais perfeito imaginário, à modernidade, ao ar cosmopolita, à agitação deliciosamente permanente das ruas?
Paris conquistou-me.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
A letra P já significa muita coisa
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Lisboagate, ou a piada-sobre-a-Câmara-de-Lisboa-nos-próximos-seis-meses
"A CUNHA TEM MUITO que se lhe diga. Toda a gente está disposta a condená-la e a apontá-la como uma das causas do atraso de Portugal, mas poucos, na prática, passam sem ela. Se Jesus, em vez de frequentar as terras de Israel, tivesse pregado nas margens do Tejo, teria dito à multidão em fúria: "Quem nunca meteu uma cunha que atire a primeira pedra." E aí todos baixariam a cabeça, começando pelos mais velhos, e iriam apedrejar para outra freguesia. É que a cunha não é um acto de corrupção, como enfiar notas na mão de um autarca. É, de forma bem mais cândida, driblar a máquina burocrática, pedir pequenos favores para o primo que é óptimo rapaz, tentar muitas vezes ajudar quem efectivamente precisa ou, como se diz na minha terra, ter um simples "olhamento".
Mas, claro, de cunhas bem-intencionadas está o inferno cheio. Veja-se o caso "Lisboagate". As primeiras notícias divulgadas pelo DN ainda vinham acompanhadas de um halo de santidade. Os abusos na atribuição de casas pela autarquia eram, afinal, justificados pelas melhores razões: do Presidente da República à esposa do primeiro-ministro, todos metiam cunhas e pediam casas, mas sempre a favor do pobrezinho desamparado. A cunha, boa parte das vezes, não beneficia directamente o próprio e é feita com o argumento de reparar uma injustiça. O problema é que, sem a existência de regras claras e justas, passa a haver uma espécie de fotogenia da pobreza: beneficiam aqueles que melhor comoverem os poderosos. Claro que atrás do pobre vem o motorista do Presidente que mora longe, coitado, e atrás do motorista vem a funcionária que se divorciou e não tem para onde ir, e atrás da funcionária vem o filho da funcionária, que também é filho de Deus.
A partir daí, nessa avalanche de cunhas e favores cabe tudo, e tudo se mistura. Quando o caso "Lisboagate" atinge um nome como o de Baptista-Bastos, é porque algo está podre no reino da Dinamarca. Numa breve troca de mails, Baptista-Bastos negou-me ter tido qualquer comportamento "reprovável" e eu não tenho qualquer razão para pôr em causa a sua verticalidade. Mas também não tenho dúvidas de que ele jamais deveria ter recorrido à câmara para conseguir uma casa. O escritor Baptista-Bastos, que já tanto deu a Lisboa, podia ter direito a ser ajudado numa altura de dificuldade, como parece ter sido o caso. O jornalista Baptista-Bastos, não. Porque pediu um favor ao poder autárquico. Porque auferiu de um privilégio vedado ao cidadão comum. Que alguém que sempre foi tão moralmente exigente nos seus artigos de imprensa não perceba isto faz-me confusão. Quem, como ele, acredita na nobreza do jornalismo, tem de reconhecer uma cunha quando a vê. E, sobretudo, deve reconhecê-la quando a mete".
A confusão que pode ser um filme com o formato de reportagem do 60 minutos (ou semelhantes)
Ainda estou a digerir aquela coisa do “gostei” ou “não gostei”. Inclino-me mais para a primeira, mas quando o processo terminar dou o veredicto.
Quando as luzes da sala vip do Amoreiras acenderam o Pedro olhou para mim e disse “Coitado do Bush”. É verdade, até eu tive pena do Bush, com os manifestantes a lançar palavras de puro ódio, e principalmente porque – isto já nem sequer pode ser considerado spoiler – o homem morre. Dão-lhe um tiro. Pumbas, e morre mesmo.
À saída do filme discutimos brevemente se era ou não anti-Bush. Eu disse que não.
Quando cheguei a casa achei que se calhar era. Já lá vou.
O curioso do filme é estar feito naquele estilo documental de facto –> testemunha –> facto. Fala a “escrevedora de discursos”, fala o segurança, fala o FBI, fala o veterano de guerra, a mãe dele, o manifestante, a mulher do suspeito. Tal e qual como nas produções que assisto na SIC Notícias. Não fosse um aviso no início do filme, eu duvidava. E depois são as imagens reais do Bush, é mesmo ele ali às voltas a fazer discursos e cumprimentar pessoas.
O segurança treme o queixo ao relembrar o tiro que mata o presidente. Seguem-se elogios à pessoa, ao seu espírito de liderança e sabedoria.
No entanto, não sei bem se é mesmo essa a mensagem que fica. Porque disso já estávamos à espera. Bom, também estávamos à espera que prendessem um muçulmano como suspeito. No entanto há momentos no filme em que também nós achamos que ele era culpado. Mas afinal não era. Mas continua preso, continua acusado.
Apesar de nessa altura o presidente já estar bem morto, é possível dizer que o filme é anti-Bush. Não porque prenderam o homem errado, mas porque manipularam a opinião pública tornando-o irreversivelmente culpado, quando ainda não havia certezas.
Porque – spoilers! – o verdadeiro assassino é um ex-veterano de guerra para quem todo o sentido da vida residia em defender o seu país, lutar por uma causa nobre e honesta. Esse mesmo veterano perde o filho no Iraque, e perde também o orgulho naquela missão. Não há armas de destruição massiva, o Iraque é um palco de chacina onde os americanos não são anjos, mas demónios. Digo que é anti-Bush porque rói as bases. O homem que deu a vida à pátria culpa Bush pela corrupção do país, não vê outra solução senão matá-lo e matar-se a si depois.
Contra isto não discurso comovente que resista.
O príncipe encantado que era preto
Ainda não tinha dado conta de uma dessas produções da TVI abordar o tema do racismo no casal central. Se calhar até já aconteceu, mas eu nunca vi.
Pois bem, ontem reforcei aquela ideia, que tanta polémica deu num post passado, de que as novelas pecam pela mediocridade da mensagem.
Então aquilo era assim: jovenzinha leva o namorado para jantar em casa dos pais, para o apresentar. O rapaz é preto. O pai passa o jantar a resmungar e chega a ser mal-educado. Quando o rapaz se vai embora gera-se uma discussão pai-filha.
O que me chateou – e que me fez concluir que afinal a novela estava a ser mesmo racista – foi que o dito rapaz era PERFEITO. Estudante de direito na clássica, óptimas novas, lindo de morrer (sem margem para a subjectividade), bem vestido, muito educado, muito bem falante, muito apaixonado, muito compreensivo. A discussão subliminar é: pai, podes desculpar o facto de ele ser preto porque não tem mais defeitos. Tinham que fazer o rapaz impecável ou a cor da pele já seria demais. Não podia ser preto e desempregado, ou preto e um bocado rebelde. Isso desclassificava-o. Esses defeitos os pais só aturam aos namorados das filhas que são branquinhos.
Agora o Rogério Samora que se desenrasque com esta batata quente.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Eu tenho medo da Helena Roseta
No ano passado estava a estagiar na Renascença quando foram as intercalares. Gostava da Helena Roseta, decidi que votava nela (sim, eu decido estas coisas). Depois, quando ela perdeu e o BE se coligou com o executivo, mandaram-me ligar-lhe para obter uma reacção. Liguei duas vezes sem sucesso, Tocava, tocava e nada. Enquanto esperava, entre a segunda e a terceira tentativa que nunca chegou a acontecer, a senhora da recepção sobe à redacção e pergunta “Quem é que tentou ligar à Helena Roseta?”. “Eu. Porquê?”. Bom, ao que parece a senhora ligou para lá e berrou até cair, sobre o facto de não pararmos de insistir nos telefonemas. Agradeci aos céus não me ter atendido…
Meses passados voltei a simpatizar com ela. Agora que trabalho na Grande Lisboa (secção do jornal, leia-se) recebo muitas propostas interessantes dos Cidadãos por Lisboa e volto a achá-la competente. Hoje voltei a ligar-lhe. Quando me preparava para marcar o número tive um arrepio. “Aposto que ela me vai tratar mal”, disse à minha editora. Ela riu-se e disse “claro que não”. Claro que sim. Ela é mesmo antipática e repete expressões como “oiça, eu não sei….”, “oiça, você sabe que…”. Mesmo assim a coisa ia normal. Perguntei o que tinha a perguntar. E depois… achei que devia arriscar e questioná-la sobre uma candidatura à Câmara. Big mistake. Como calculei que não me responderia, e não quis ser mal-educada, decidi fazer uma graça e disse: “Vou-lhe perguntar uma coisa mas não sei se me vai querer responder. Mas vou tentar”. Usei o tom mais amigável possível. Esperava uma gargalhada, um “então vá lá”. Levei uma descompostura. “Isto não é um concurso onde dá tiros no escuro para ver se eu caio. Não gosto de ser tratada assim”. Oh não… ela voltou a maltratar-me. Por acaso até me respondeu, mas desliguei o telefone com um sabor amargo na boca.
Continuo a achar que a Helena Roseta é competente, mas agora ainda tenho mais medo dela.
"Agora não, que falta um impresso"
sábado, 4 de outubro de 2008
O homem que queria salvar a humanidade
“Vou estar com uma camisola verde, um casaco verde e uma pasta preta na mão. Ninguém tem pastas pretas, por isso vai ser fácil. Sou careca e tenho olhos azuis”.
Os contornos deste caso fazem lembrar um filme de detectives. Gabriel Pina é o informador, o Ponto do i um agente infiltrado.
“Acredito que possa estar até a correr risco de vida”. A conversa decorre na sala de visitas do estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz, onde Gabriel Pina está preso desde 2004 por posse de haxixe. O barulho quase ensurdecedor das famílias em conversas animadas, obriga Gabriel a falar-nos quase ao ouvido, o que torna tudo ainda mais fílmico.
O motivo de todo este mistério? Uma invenção da autoria de Gabriel Pina e que o próprio considera “revolucionária” e de “imenso interesse público”. O invento que criou ainda antes de ser preso (já tinha sido condenado, mas encontrava-se em situação de foragido – mais um elemento deste filme de acção) vem ao encontro das actuais preocupações ambientais: uma máquina que produz electricidade limpa, gratuita e não poluente, à semelhança de um aerogerador, mas que não está dependente do vento. Aliás, “não está dependente de nada”. Ou melhor, está, mas a fonte de energia não é nenhuma das tradicionais, nem o ar, nem o sol, nem as ondas.
Gabriel Pina mantém a fonte de energia desta invenção em segredo, porque “bastava revelá-la para que qualquer pessoa pudesse fazê-lo” e poderia perder os direitos sobre a sua máquina (chamemos-lhe assim, já que ainda não tem nome).
Tudo começou numa tarde de sofá. Desde sempre que Gabriel se interessou por engenhos, desmontava as bicicletas e as motas para lhes perceber o funcionamento. “Sempre me interessei por tecnologias”, conta. E foi no sofá que começou a magicar uma forma de construir um carro especialmente para idosos. Teria que ser muito económico já que a classe etária não é das mais endinheiradas.
Conseguiu chegar a uma alternativa energética “a custo zero”. A chave, explica, é o Movimento Perpétuo. O moto contínuo sempre foi uma quimera perseguida pelos físicos – uma máquina que reutilizaria infinitamente a energia gerada pelo seu próprio movimento – mas Gabriel Pina acredita que desvendou o mistério.
O processo, explica, é simples, não reside tanto no engenho, mas na ideia. “Eu próprio fico admirado como ninguém inventou isto”.
Desde que foi preso, Gabriel tem pedido indultos ao Presidente da República todos os anos, mas todos lhe foram negados. Escreveu a tribunais, jornalistas e políticos. Guarda, ainda um bilhete escrito à mão por Francisco Louçã, que se demonstra sensibilizado com a situação e promete: “logo que possível visitarei Pinheiro da Cruz”. Isto passou-se em 2005, mas até agora o bloquista ainda não apareceu.
“Não percebo como é que o Jorge Sampaio deu indulto a um homem que matou sete pessoas e não me dá a mim”. A questão, explica, é de interesse público e “compete ao estado ouvir todas as pessoas, todas as hipóteses”.
Gabriel ainda não entrou com um pedido de patente, porque desconfia da honestidade do sistema. Para registar uma patente em Portugal, é preciso enviar uma descrição do invento para o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), acompanhada por um desenho técnico, elaborado por um desenhador. Ora Gabriel acredita que o seu invento terá tal impacto, que o desenhador, ao ter acesso ao mecanismo, poderá tentar roubá-lo.
Para além disso, Gabriel não confia nas próprias regras do INPI e receia perder direitos sobre o seu invento. “Ninguém vai fazer uma falcatrua com um laboratório, mas eu sou apenas um cidadão anónimo”. Por isso, espera poder levar a sua máquina a uma feira de inventos, o que fará com que a sua criação tenha prioridade de entrada no INPI e, acredita Gabriel, esteja mais segura contra roubos.
“Mas alguma vez ouviu falar de um roubo de patente?”, perguntamos-lhe. “Toda a gente me pergunta isso”, responde. E devolve-nos a pergunta: “E já alguma vez ouviu falar do registo de algum invento mesmo importante em Portugal?”.
Por agora, Gabriel só pode esperar, mas promete que quando sair da prisão irá processar por negligência todas as pessoas do estabelecimento prisional que não lhe têm dado credibilidade: “Pensam que uma pessoa que está presa tem que ser um anormal”.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Métodos contraceptivos negam «verdade do amor conjugal», diz Bento XVI
O Vaticano condena a utilização de qualquer método para o controlo da natalidade. A posição é expressa num texto, assinado pelo Papa, hoje distribuído pelo serviço de imprensa da Santa Sé.
A única excepção admitida é a abstinência, mas mesmo neste caso a Igreja Católica advoga que apenas deve ser um recurso para casais que atravessem dificuldades graves".
Se o chefe máximo da Igreja diz estas coisas, conclui-se que pouco sabe sobre amor. Não há mesmo condições para ser católico.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Isto é racismo
Reparem que uma das ovelhas diz "multiculturalismo", como se fosse um factor negativo, a par com a "criminalidade" ou os "salários baixos"
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Confissões de uma jornalista verdinha
Atenção, aquele senhor não é "civil", é "importante", não faças essas perguntas da treta. Pensa outside the box. Acho que não consegui.
E o ambiente? Estarei a captar um ângulo original? Não me parece...
Relógio. Bem, já são horas de ir andando.
Oh não, tão pouco espaço! Vamos a isso. Como é que vou meter tudo isto aqui?? Tem que ser. Vamos a tópicos. Acabou-se o espaço e falta abordar três tópicos. Vou cortar, falo de cada assunto mais ao de leve. Está mesmo leve. Demais. Não estará telegráfico?
Agora o título. Vá, já és crescida, faz uma piadinha, um trocadilho, tu és capaz. Bolas, fica uma palavra de fora. Encolhe o espaçamento. Não dá mais. Muda a frase.
Relê. Ficou uma tanga, uma frase para cada fonte. Bem, ao menos houve fonte...
Mostra à editora, talvez te dê mais uma coluna hoje... Não? Está óptimo assim? Mas... ok.
Amanhã há mais.