Há momentos em que me atrapalho com a minha própria condição de ser humano:
- Olá! Há quanto tempo!
- Pois é! Estás boa?
- Sim, e tu?
- Também
- Está a ser giro o concerto, não está?
(não é nada disto que quero dizer, mas não consigo dizer mais nada)
- Sim, estou à espera de Deolinda.
- Ah, eu também, nunca vi.
(sorrisos, silêncio)
- Estás bem?
(quero mesmo saber se estás bem, quero que saibas que podes contar comigo sempre. Eu sei que às vezes sabe bem falar com alguém de fora, que nos oiça como se fosse a primeira vez. Liga-me um dia destes)
- Sim... Cortaste o cabelo!
- Tu também! Está giro! Não tinha certeza se eras tu, mas estás igual, és inconfundível.
(nunca me esqueci de ti. E claro que vi logo que eras tu, mas tive medo de não saber o que dizer, de parecer insensível, ou de parecer demasidado sensível...)
- Que giro encontrarmo-nos.
- Sim! Bem, vou voltar para ali.
- Beijinhos! Temos combinar qualquer coisa!
- Sim!
Faço figas para que saibam de todas as coisas que não digo mas quero dizer.
1 comentário:
eu acho que ela deve ter percebido. já vivi "o outro lado", sabendo que alguém sabia que eu estava "mal" e a esforçar-se por tentar falar comigo mas sem saber como. ela percebeu. custa a todos.
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