terça-feira, 24 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
A D O R O esta letra
Ladies and Gentlemen of the class of ’99
If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be
it.
The long term benefits of sunscreen have been proved by scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience…
I will dispense this advice now.
Enjoy the power and beauty of your youth; oh nevermind, you will not understand the power and beauty of your youth until they have faded.
But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself and recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked….You’re not as fat as you imagine.
Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubblegum.
The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind;
the kind that blindside you at 4pm on some idle Tuesday.
Do one thing everyday that scares you
Sing
Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with people who are reckless with yours.
Floss
Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes you’re behind…the race is long, and in the end, it’s only with yourself.
Remember the compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how.
Keep your old love letters, throw away your old bank statements.
Stretch
Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your life…the most interesting people I know didn’t know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don’t.
Get plenty of calcium.
Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.
Maybe you’ll marry, maybe you won’t,
maybe you’ll have children, maybe you won’t,
maybe you’ll divorce at 40,
maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary…
what ever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself either – your choices are half chance, so are everybody else’s.
Enjoy your body,
use it every way you can…don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own..
Dance…even if you have nowhere to do it but in your own living room.
Read the directions, even if you don’t follow them.
Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.
Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for good.
Be nice to your siblings; they are the best link to your past and the people most likely to stick with you in the future.
Understand that friends come and go,but for the precious few you should hold on.
Work hard to bridge the gaps in geography and ifestyle because the older you get, the more you need the people you knew when you were young.
Live in New York City once, but leave before it makes you hard;
live in Northern California once, but leave before it makes you soft.
Travel.
Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will philander, you too will get old, and when you do you’ll fantasize that when you were young prices were reasonable, politicians were noble and children respected their elders.
Respect your elders.
Don’t expect anyone else to support you.
Maybe you have a trust fund, maybe you have a wealthy spouse; but you never know when either one might run out.
Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will look 85.
Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who supply it.
Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more than it’s worth.
But trust me on the sunscreen…
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Foda-se o bicho
...e depois. Bolas, e depois irrito-me comigo própria. Não que ache que tenho o factor UAU - já estabelecemos que não tenho. Mas porque se tivesse sido a estagiária mais perfeita naquela altura e ficado com aquele trabalho com o qual não estava entusiasmada, seria hoje pior profissional. O lugar era óptimo para se começar uma carreira, bons profissionais, boas oportunidades. Tudo isso. Mas eu tenho este grande defeito: só consigo vestir a camisola se realmente o sentir. E eu naquela altura tinha a cabeça noutro objectivo, queria experimentar outras coisas, precisava de experimentar outras coisas.
Hoje sim, poderia valorizar esse trabalho, contribuir para o projecto, ser uma verdadeira mais-valia. Não merecia ter ficado naquela altura, não me sinto injustiçada.
Talvez fosse mais impressionante se tivesse sido um geniozinho, um jovem prodígio. Mas não fui. Em vez disso segui em frente, um passo a seguir ao outro, experimentei diversas coisas, aprendi, cresci. Ganhei um minúsculo mas orgulhoso calo. Um subtil instinto. Acima de tudo, ganhei conhecimento: li muito, consumi muito jornalismo de qualidade, vi os outros fazerem, aprendi com eles o bom e o mau. E hoje, bolas, hoje estou aqui depois do ano mais enriquecedor da minha vida. E estou aqui porque senti que me faltava algo, o factor UAU - e fui atrás dele.
Hoje sim, poderia valorizar esse trabalho, contribuir para o projecto, ser uma verdadeira mais-valia. Não merecia ter ficado naquela altura, não me sinto injustiçada.
Talvez fosse mais impressionante se tivesse sido um geniozinho, um jovem prodígio. Mas não fui. Em vez disso segui em frente, um passo a seguir ao outro, experimentei diversas coisas, aprendi, cresci. Ganhei um minúsculo mas orgulhoso calo. Um subtil instinto. Acima de tudo, ganhei conhecimento: li muito, consumi muito jornalismo de qualidade, vi os outros fazerem, aprendi com eles o bom e o mau. E hoje, bolas, hoje estou aqui depois do ano mais enriquecedor da minha vida. E estou aqui porque senti que me faltava algo, o factor UAU - e fui atrás dele.
O factor UAU
A coisa que mais me perturba na vida é perceber as minhas limitações. Uma pessoa passa a vida a queixar-se do sistema, da falta de oportunidades, do desemprego, mas lá no fundo há uma vozinha que diz "se calhar é apenas porque não tens o factor UAU".
Sabem o que é, aquela coisa que faz com que fiquemos na memória dos outros, com que sejamos elogiados, aplaudidos pelo nosso génio, criatividade, rapidez e tudo mais.
Isso mata-me. Saber que não está cá.
Porque uma pessoa pensa "vou trabalhar muito, esforçar-me ao máximo" e pronto. Mas não. No mundo do jornalismo "esforçar-se ao máximo" não conta para nada, é o que toda a gente faz. Toda a gente se multiplica em dedicação, em horas perdidas, em formação. Mas nem toda a gente tem o factor UAU.
É claro que isto é uma questão existencial: se damos o nosso melhor, é isso que temos para oferecer. E devemos estar de bem com a nossa consciência. O mundo não é uma gigante e feroz competição. Mas a verdade é que é. Ser bom é chato, só o incrível impressiona.
E eu tento ser zen, tento não me render a este bicho que me quer roer por dentro, e depois apercebo-me que o rapaz que se seguiu a mim no meu primeiro estágio foi contratado.
E o bicho devora-me.
Sabem o que é, aquela coisa que faz com que fiquemos na memória dos outros, com que sejamos elogiados, aplaudidos pelo nosso génio, criatividade, rapidez e tudo mais.
Isso mata-me. Saber que não está cá.
Porque uma pessoa pensa "vou trabalhar muito, esforçar-me ao máximo" e pronto. Mas não. No mundo do jornalismo "esforçar-se ao máximo" não conta para nada, é o que toda a gente faz. Toda a gente se multiplica em dedicação, em horas perdidas, em formação. Mas nem toda a gente tem o factor UAU.
É claro que isto é uma questão existencial: se damos o nosso melhor, é isso que temos para oferecer. E devemos estar de bem com a nossa consciência. O mundo não é uma gigante e feroz competição. Mas a verdade é que é. Ser bom é chato, só o incrível impressiona.
E eu tento ser zen, tento não me render a este bicho que me quer roer por dentro, e depois apercebo-me que o rapaz que se seguiu a mim no meu primeiro estágio foi contratado.
E o bicho devora-me.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
How did we get from saying "I love you" to "I'll see you around someday"
"It's a cold day for September",
Was all I thought to say
When I saw you on the street the other day
I knew something changed between us,
All the talk we made was small
But what do you say to someone
When they've heard you say it all
It's an awkward conversation,
In a most peculiar way
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
It seemed like only days ago
We had so much to say
Did we take it all for granted
Did it all get thrown away
"It calls for rain this afternoon" she finally replied
Then there was such a stuttering silence
That I felt my mouth go dry
We’ll talk about the weather
'Cause there's not much more to say
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
Has all the ice been broken?
All our surfaces been scratched?
Have all the words been spoken
Have we finally met our match?
Cause it's an awkward conversation
In a most peculiar way
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
Was all I thought to say
When I saw you on the street the other day
I knew something changed between us,
All the talk we made was small
But what do you say to someone
When they've heard you say it all
It's an awkward conversation,
In a most peculiar way
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
It seemed like only days ago
We had so much to say
Did we take it all for granted
Did it all get thrown away
"It calls for rain this afternoon" she finally replied
Then there was such a stuttering silence
That I felt my mouth go dry
We’ll talk about the weather
'Cause there's not much more to say
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
Has all the ice been broken?
All our surfaces been scratched?
Have all the words been spoken
Have we finally met our match?
Cause it's an awkward conversation
In a most peculiar way
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
How did we get from saying "I love you"
to "I'll see you around someday"
Russel Crowe & Tofog
domingo, 15 de agosto de 2010
O coelho
Ontem conheci um coelho daqueles gordos e felpudos com orelhas para baixo. Um coelho que corre atrás de nós, que salta para o colo, que se deita de lado no chão e que brinca com um pato de peluche.
Um cão, portanto.
Um cão, portanto.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
A festa
Estavamos no ano 2001 se a memória não me falha. A internet e o mirc eram uma coisa emocionante e eu vivia a mais emocionante das experiências: apaixonara-me perdidamente por um nickname. A relação, apenas retribuída de forma intermitente, era conturbada. Consumia-me.
O rapaz, que claro, tocava guitarra e sofria com a arte, era amigo do amigo do amigo - para minha defesa, não era nenhum velho maluco desconhecido. E um dia chegou o momento fatal: encontrámo-nos numa festa de anos.
Julgo que foi a primeira vez que as pernas me tremeram assim de forma evidente. Ambos sabíamos que nos iamos encontrar e ele expressou entusiasmo. Eu devia ter expressado uns calmantes, mas não, ah e tal ao natural é que é. Pois bem, cheguei à festa com as minhas amigas, todas a fingir que não havia ali nada a assinalar. Cumprimentámo-nos. E pronto, ele não me ligou mais. Fui, com certeza, uma desilusão. Às tantas reparei que algo tinha acontecido, ele parecia preocupado e saíu do jardim onde a festa decorria. Decidi que tinha que pegar o touro plos cornos (coisa que deixei de decidir depois daquele momento) e fui atrás dele. Que nem mártir das histórias românticas ele estava encostado ao muro, no escuro, do lado de fora da casa. Fiz o mesmo. Perguntei se ele estava bem. Ele disse que sim e foi-se embora. Embora! E eu ali fiquei, no escuro, a pensar na vergonha a que me tinha submetido.
Depois disso a nossa relação deteriorou-se. Eu percebi que ele não estava lá muito "into me", como dizem nos filmes. Sofri um bocado, que isto de ter 15 anos é mesmo assim, e segui em frente.
Nunca mais soube nada dele, nem sequer sei o apelido ou a escola onde estudava. Não sei nada além do primeiro nome.
Ontem alguém scanneou uma foto dessa mítica festa de anos e colocou no Facebook. Uma foto de grupo, todos alinhadinhos tipo turma. E lá estava ele, o quatro a contar da esquerda. O coração saltou uma batida, tive 15 anos outra vez. Depois ri-me imenso.
A foto não tem tag e ninguém parece saber quem ele era. Eu ainda tentei mas não encontrei.
Gostava de lhe dizer que tinha sido a minha primeira paixão.
O rapaz, que claro, tocava guitarra e sofria com a arte, era amigo do amigo do amigo - para minha defesa, não era nenhum velho maluco desconhecido. E um dia chegou o momento fatal: encontrámo-nos numa festa de anos.
Julgo que foi a primeira vez que as pernas me tremeram assim de forma evidente. Ambos sabíamos que nos iamos encontrar e ele expressou entusiasmo. Eu devia ter expressado uns calmantes, mas não, ah e tal ao natural é que é. Pois bem, cheguei à festa com as minhas amigas, todas a fingir que não havia ali nada a assinalar. Cumprimentámo-nos. E pronto, ele não me ligou mais. Fui, com certeza, uma desilusão. Às tantas reparei que algo tinha acontecido, ele parecia preocupado e saíu do jardim onde a festa decorria. Decidi que tinha que pegar o touro plos cornos (coisa que deixei de decidir depois daquele momento) e fui atrás dele. Que nem mártir das histórias românticas ele estava encostado ao muro, no escuro, do lado de fora da casa. Fiz o mesmo. Perguntei se ele estava bem. Ele disse que sim e foi-se embora. Embora! E eu ali fiquei, no escuro, a pensar na vergonha a que me tinha submetido.
Depois disso a nossa relação deteriorou-se. Eu percebi que ele não estava lá muito "into me", como dizem nos filmes. Sofri um bocado, que isto de ter 15 anos é mesmo assim, e segui em frente.
Nunca mais soube nada dele, nem sequer sei o apelido ou a escola onde estudava. Não sei nada além do primeiro nome.
Ontem alguém scanneou uma foto dessa mítica festa de anos e colocou no Facebook. Uma foto de grupo, todos alinhadinhos tipo turma. E lá estava ele, o quatro a contar da esquerda. O coração saltou uma batida, tive 15 anos outra vez. Depois ri-me imenso.
A foto não tem tag e ninguém parece saber quem ele era. Eu ainda tentei mas não encontrei.
Gostava de lhe dizer que tinha sido a minha primeira paixão.
domingo, 8 de agosto de 2010
Dirty secret
Quem nunca foi confundido com uma personagem (= ser abjecto) dos Morangos com Açucar que atire a primeira pedra.
P.S. Essa gosma televisiva ainda tá a dar?
P.S. Essa gosma televisiva ainda tá a dar?
Tragam-me os papéis da reforma!
Eu sei que já passaram uns dias, mas só agora é que estou a cair em mim. Como é que já tenho 24 anos?? Como?? Mas comooooo? E os melhores anos da minha vida? Cadê? E as noitadas até de manhã? Hum? E as viagens espontâneas, os inter-rails? As carreiras promissoras? Os affaires apaixonados por homens misteriosos? HUM???
Tenho que me começar a mexer, que isto da juventude passa a correr e às tantas uma pessoa deixa de ser alvo desse sentimento tão fofinho que é "o benefício da dúvida" porque "coitada, é só uma miúda". É que antes tudo de esperto que a pessoa faz é "aiii que precoce, com esta idade!" (sim, é um fenómeno que estende dos seis meses aos vinte poucos anos). Mas depois, meus amigos, acabou-se. Depois é mais "mas é só isto que sabes fazer???".
Tenho que me começar a mexer, que isto da juventude passa a correr e às tantas uma pessoa deixa de ser alvo desse sentimento tão fofinho que é "o benefício da dúvida" porque "coitada, é só uma miúda". É que antes tudo de esperto que a pessoa faz é "aiii que precoce, com esta idade!" (sim, é um fenómeno que estende dos seis meses aos vinte poucos anos). Mas depois, meus amigos, acabou-se. Depois é mais "mas é só isto que sabes fazer???".
Prometo
Um maravilhoso jantarinho para quem me curar este défice de atenção.
P.S. É que eu tenho uma tese para escrever, caraças!!!
P.S. É que eu tenho uma tese para escrever, caraças!!!
sábado, 7 de agosto de 2010
depois da bonança, veio a tempestade
A vida corre bem quando não pensamos muito nela. Mas a verdade é que cheguei a uma conclusão difícil. Aquela a que se chega quando se atinge a adultice (essa doença): nesta vida somos só nós.
Claro que sim, que gostam de nós, a família, os amigos, os namorados. Mas estamos sozinhos. Os namorados vão-se e aquela coisa de "a única pessoa no mundo que me entende e está sempre ao meu lado" acaba - parece impossível, irreal, insuportável, mas acaba. Nós vamos de sítio para sítio. A nossa família está lá mas assume um papel diferente - quando somos pequenos estamos com eles, quando crescemos temos que ser nós, a nossa casa, o nosso emprego, a nossa vida. A família está lá mas não sabe, nem faz sentido saber, dos nossos percalços diários. Os amigos... os amigos infelizmente perdem-se. Ficarão alguns, mas esses poucos que realmente se desviariam do seu caminho para vir ao nosso auxílio não vão estar geograficamente perto. É tão raro isso. Todos os outros amigos são muito, muito queridos, mas no fundo eles também têm outros amigos e outras preocupações.
E assim apercebo-me que se estiver doente, se conseguir um emprego, se um filme me fizer questionar a vida, ninguém estará realmente importado com isso.
Claro que sim, que gostam de nós, a família, os amigos, os namorados. Mas estamos sozinhos. Os namorados vão-se e aquela coisa de "a única pessoa no mundo que me entende e está sempre ao meu lado" acaba - parece impossível, irreal, insuportável, mas acaba. Nós vamos de sítio para sítio. A nossa família está lá mas assume um papel diferente - quando somos pequenos estamos com eles, quando crescemos temos que ser nós, a nossa casa, o nosso emprego, a nossa vida. A família está lá mas não sabe, nem faz sentido saber, dos nossos percalços diários. Os amigos... os amigos infelizmente perdem-se. Ficarão alguns, mas esses poucos que realmente se desviariam do seu caminho para vir ao nosso auxílio não vão estar geograficamente perto. É tão raro isso. Todos os outros amigos são muito, muito queridos, mas no fundo eles também têm outros amigos e outras preocupações.
E assim apercebo-me que se estiver doente, se conseguir um emprego, se um filme me fizer questionar a vida, ninguém estará realmente importado com isso.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Tese I
"Such is the fate of the political satirist in Britain. In Iraq or Indonesia we would be dragged off to a darkened cell to be tortured. Here we are invited to media parties and eventually to the centre of government to hobnob with the establishment we originally set out to undermine"
John O'Farrell, um dos escritores de Spitting Image, o Contra-Informação Britânico
Recado
Eu não sei reagir a más notícias. Não sei. Não digo nada de jeito, gaguejo, fico entre o abraço e o quase-abraço. Sem palavras. Falo de outras coisas, coisas despropositadas. Não sei consolar, mas quero.
É que quero mesmo. E depois venho para casa e matuto não só na minha inaptidão para ser um bom ombro, como na injustiça que é estar vivo e morrer assim, já está. Sem ser culpa de ninguém, nem sequer um acidente, vá. Um vício, um risco. Nada. Não é que goste de procurar culpados, mas a existência de uma explicação apazigua-me. Agora, doenças aparecidas do nada, tipo espírito maligno... que é isso? O tempo das bruxas já passou. E a ciência, onde está quando é preciso?
Não entendo, revolta-me. E Deus? Onde? Nestas alturas não quer saber, não é?
É isto que eu faço quando chego a casa depois de ver alguém sofrer. Deprimo, irrito-me e deprimo de novo. E lamento não ter sabido dizer as palavras certas.
Isto tudo para te dizer, minha querida, que este ombro desajeitado está sempre pronto para ir ter contigo. E que se calhar é como disseste: há pessoas boas demais para ficarem por cá. Outros destinos os aguardam. Quem sabe um dia não matamos as saudades que vão ficando.
Um grande, grande, grande beijinho.
É que quero mesmo. E depois venho para casa e matuto não só na minha inaptidão para ser um bom ombro, como na injustiça que é estar vivo e morrer assim, já está. Sem ser culpa de ninguém, nem sequer um acidente, vá. Um vício, um risco. Nada. Não é que goste de procurar culpados, mas a existência de uma explicação apazigua-me. Agora, doenças aparecidas do nada, tipo espírito maligno... que é isso? O tempo das bruxas já passou. E a ciência, onde está quando é preciso?
Não entendo, revolta-me. E Deus? Onde? Nestas alturas não quer saber, não é?
É isto que eu faço quando chego a casa depois de ver alguém sofrer. Deprimo, irrito-me e deprimo de novo. E lamento não ter sabido dizer as palavras certas.
Isto tudo para te dizer, minha querida, que este ombro desajeitado está sempre pronto para ir ter contigo. E que se calhar é como disseste: há pessoas boas demais para ficarem por cá. Outros destinos os aguardam. Quem sabe um dia não matamos as saudades que vão ficando.
Um grande, grande, grande beijinho.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Já devem ter reparado que deixei de escrever sobre coisas interessantes. É porque estou em tese-hibernação. Não leio jornais, não leio revistas, não vejo TV, não vou a museus, não vou ao teatro (mas hoje vou ao cinema!). Não saio de casa basicamente.
Mas não me abandonem, eu vou voltar a ser o que era!
(se quiserem saber sobre sátira política na Rússia, é só dizer! temos cromos pá troca)
Mas não me abandonem, eu vou voltar a ser o que era!
(se quiserem saber sobre sátira política na Rússia, é só dizer! temos cromos pá troca)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Sem palavras
Este ano
Este foi um Ano com A maiúsculo.
O ano em que trabalhei mais do que alguma vez antes. Foi o ano em que achei que não ia conseguir mas consegui. O ano em que a língua torceu, em que pela primeira vez fiquei sem palavras - as palavras trairam-me e eu gaguejei.
O ano em que bati com a porta, que disse que sim e depois que não. Foi o ano em que sonhei em inglês. O ano em que conheci, aprendi, vi como nunca antes. Vi, sim. Vi o mundo numa sala de aula, entendi um pouco mais a humanidade e decidi que quero ser parte do seu movimento. Quero meter a colher no no caril, no shushi, na pasta, no espargado, na tarte de maçã.
Neste ano tão intenso compliquei ainda mais esta cabeça baralhada. Acreditei um pouco menos no 'para sempre' mas comovi-me com o Amor. Rasguei pedacinhos do coração e cozi as feridas com pontos de café, panquecas, cerveja e abraços.
E este ano celebrei como nunca. Acordei ao som de encomendas a chegar, recebi postais feitos em folha de caderno. Este ano tive prendas e mais prendas, abraços e mais abraços. Comovi-me. Recebi 10 telefonemas e 60 mensagens no Facebook e senti, deliciada, que há muita gente que gosta de mim, por esse mundo fora. E os olhos tremelicaram um bocadinho.
Recebi 15 prendas. Divertidas, infantis, adultas, chiques e básicas. Para vestir, para escrever, para usar, para comer, para lembrar. Uma para abraçar.
Sim, este ano foi intenso. Este ano quis chorar e chorei. Mas as únicas lágrimas que hoje me ocorrem são de felicidade. Porque a melhor coisa do mundo é saber que gostam de nós.
E apesar das saudades imensas que tenho dessa mão cheia de pessoas essenciais à vida, este ano fui muito, muito, muito feliz.
O ano em que trabalhei mais do que alguma vez antes. Foi o ano em que achei que não ia conseguir mas consegui. O ano em que a língua torceu, em que pela primeira vez fiquei sem palavras - as palavras trairam-me e eu gaguejei.
O ano em que bati com a porta, que disse que sim e depois que não. Foi o ano em que sonhei em inglês. O ano em que conheci, aprendi, vi como nunca antes. Vi, sim. Vi o mundo numa sala de aula, entendi um pouco mais a humanidade e decidi que quero ser parte do seu movimento. Quero meter a colher no no caril, no shushi, na pasta, no espargado, na tarte de maçã.
Neste ano tão intenso compliquei ainda mais esta cabeça baralhada. Acreditei um pouco menos no 'para sempre' mas comovi-me com o Amor. Rasguei pedacinhos do coração e cozi as feridas com pontos de café, panquecas, cerveja e abraços.
E este ano celebrei como nunca. Acordei ao som de encomendas a chegar, recebi postais feitos em folha de caderno. Este ano tive prendas e mais prendas, abraços e mais abraços. Comovi-me. Recebi 10 telefonemas e 60 mensagens no Facebook e senti, deliciada, que há muita gente que gosta de mim, por esse mundo fora. E os olhos tremelicaram um bocadinho.
Recebi 15 prendas. Divertidas, infantis, adultas, chiques e básicas. Para vestir, para escrever, para usar, para comer, para lembrar. Uma para abraçar.
Sim, este ano foi intenso. Este ano quis chorar e chorei. Mas as únicas lágrimas que hoje me ocorrem são de felicidade. Porque a melhor coisa do mundo é saber que gostam de nós.
E apesar das saudades imensas que tenho dessa mão cheia de pessoas essenciais à vida, este ano fui muito, muito, muito feliz.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Gato escaldado
Cada vez que o anti-vírus diz que encontrou não sei o quê, o coração pára-me. Já tá tudo verde e eu ainda estou aqui a tremelicar.
domingo, 1 de agosto de 2010
Na minha casa só há rapazes. Moro com dois que por sua vez são amigos de outros rapazes que vêm cá a casa. Também há raparigas, claro, mas frequentam menos a maison.
Não me estou a queixar, gosto muito deles, a gente dá-se bem e é uma alegria.
Mas às vezes, caraças, tenho saudades das minhas amigas.
E pela primeira vez tive este pensamento à filme foleiro: tivesse eu dinheiro pegava em três ou quatro e iamos passar uma semana a algum sítio bonito. Que bem precisamos, aliás.
Não me estou a queixar, gosto muito deles, a gente dá-se bem e é uma alegria.
Mas às vezes, caraças, tenho saudades das minhas amigas.
E pela primeira vez tive este pensamento à filme foleiro: tivesse eu dinheiro pegava em três ou quatro e iamos passar uma semana a algum sítio bonito. Que bem precisamos, aliás.
As (des)vantagens de um ambiente multicultural
Eu sempre fui anti-feminista. Digo mais, nunca me senti minimamente descriminada e sempre achei que era um disparate, que ninguém acha que as mulheres fazem menos que os homens. Até chegar aqui.
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