quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Filme

Quando caminho pela rua de phones nos ouvidos vejo o mundo como um filme. As ruas pouco perfeitas, o lixo nos cantos, os carros que passam. Constato que o coração acelera quando os pés pisam algumas pedras. O coração é um ginasta profissional, estica e encolhe, alonga e dobra-se que nem roupa num simples passeio citadino. E eu vejo, tão claramente, como somos personagens, como fazemos parte desta produção barata de filme para adolescentes. Filme que nos consola após um dia de trabalho. Filme onde rimos, bebemos, cozinhamos, discutimos, fazemos as pazes. Filme com histórias de amor e de escândalo e de segredo. Filme com amigos-família, filme cheio, cheio de adeus, de despedidas terríveis, de incerteza. Filme de suspanse, em que cada dia é um dia e o seguinte um mistério. Filme de bolha de sabão, onde vamos de um sítio para outro, mas sempre os mesmos sítios. Filme depressivo e filme de alegria extrema. Filme de extremos. Filme de limbo.

2 comentários:

Cylon disse...

aha eu tb, alias qdo era miuda estava convencida que a minha vida era um filme, ainda hoje suspeito que o truman show foi baseado em mim :P

tracey disse...

=')