sexta-feira, 30 de maio de 2008

Aventureiros

Inês diz:
foste a irlanda?
Mn - BACK! diz:
yah =)
Inês diz:
ena!
Inês diz:
foi optimo?
Mn - BACK! diz:
optimo e maluco :X
Mn - BACK! diz:
assim do nada.. tava com um primo meu numa terrinha pa la
Mn - BACK! diz:
e deu-nos na bola e alugamos bicicletas
Mn - BACK! diz:
e fomos fazer 180 kilometros :X
Mn - BACK! diz:
so com o k tinhamos vestido e mai nada :X
Mn - BACK! diz:
prenoitamos em 2 hostels conhecemos uma data de ppl XD foi mesmo giro =)
Inês diz:
Mn - BACK! diz:
compramos t-shirts e meias e desodorizante e o resto que sa lixasse...
Mn - BACK! diz:
bem mas foi tipo pa morrer
Mn - BACK! diz:
mas deu pa tirar umas fotos em sitios bué remotos brutalmente lindos =) ehhe


Há pessoas assim. Para quem o verdadeiro sentido da frase "quando chegar a velho quero sentir que vivi" é fazer estas coisas. Nos filmes, então, há muitas. E vêmo-las no ecrã e sentimo-nos logo inspirados. Sentimos logo que as nossas vidas são uma seca e que somos uns mariquinhas comodistas.
No entanto, quando li este diálogo, a primeira reacção não foi nada de admiração. Foi um pensamento rezingão de "pfff, é mesmo típico dele!". Depois tive remorsos. Afinal, quem me dera. Por outro lado sei que se fosse eu, não o faria. Um emaranhado de pensamentos esquizofrénicos percorrem-me o cérebro. Vontade de agarrar numa mochila e sair por aí, pelo mundo fora. 18593745 razões para não o fazer.
E é sempre assim, as pessoas "aventureiras" sentem uma obrigação em ultrapassar-se, em quebrar os seus próprios limites. Na verdade - e foi isso que me irritou, eu sei - é que há pessoas que se tornam escravas das suas aventuras. Quando estão mesmo cansadas, continuam. Não vão em passeio, vão em desafio. E não sei exactamente porquê, isso incomoda-me.
Em última análise, confesso que queria ter dentro de mim esse impulso louco e inconsciente de pegar na bicicleta (partindo do princípio que eu não era uma naba a conduzir o dito veículo) e ir, apenas. Talvez seja falta de coragem. Coragem para fazer MESMO aquelas coisas que admiro. Não ter a vida direitinha dos meus pais, não viver das 9 às 5, não ter pátria nem amarras. Fazer só aquilo que me apaixona. E logo a seguir sou invadida de argumentos "responsáveis", "maduros" e "adultos".
Crescemos. Será que com isso ficamos com um défice de irresponsabilidade?

6 comentários:

Francisco Maia disse...

as pessoas n ficam escravas do improviso, simplesmente viciadas.

e o que impede as pessoas de improvisar é medo das consequencias quando na verdade não têm grande coisa a perder

Fátima disse...

o que me faz falta realmente para estas coisas, é dinheiro. daquele mesmo meu para não ouvir depois o meu pai a refilar

Ale disse...

ainda bem que n eras capaz pq n sei se reparaste m ele n emncionou ter comprado cuecas...e eu até te tenho como uma pessoa relativamente asseada.. ;p

Enolough disse...

@ alê: o pormenor das cuecas é, de facto preocupante. Mas... e as meias?

Anónimo disse...

"O pormenor das cuecas" LOL
Não ser asseado por dois dias não faz de ti uma pessoa não asseada =)
É o preço da "aventura".. i think...

Gostei imenso do que li Inês, apesar de quando me deram o link, ter ficado um pouco irritado por teres postado algo da nossa conversa sem me pedires, mas na boa estás perdoada.
Mas já agora comento o que acho em relação ao "aventureiro" que tu caracterizas =)

Não acho que as pessoas se tornam escravas das suas aventuras.
Quando tens motivação, quando não sofres de comodismo incondicional, quando gostas de um desafio, quando não tens medo dos perigos eventuais... quando consegues ver em tudo algo que em vez de vir a ser um problema é simplesmente uma nova barreira que tens que agilmente saltar por cima como maratonista, ou seja ter uma visão desportiva da vida. Tem-se um gosto especial pela aventura, dá um contentamento que nada material nos dá, exploramos novas facetas em nós, desenvolvemos prática na vida, crescemos por dentro com os desafios, até porque muitas vezes as coisas não correm como desejamos e podemos ficar mal ou a desejar nunca nos termos posto naquela aventura, mas mesmo aí temos que ver o lado bom, e é ai que muitas pessoas falham, depois queixam-se, arrependem-se, criticam, culpam alguém ou alguma coisa, etc.
Aventuro-me a dizer que isso é a típica atitude de um comodista citadino que logo a primeira coisa que pensa "Aí as minhas cuecas" ;P
Em vez de pensar "e comprar um sabonete num sitio qualquer?! depois posso lavar quando chegar ao hostel/pensão. hunn... yah boa ideia depois deixo a secar durante a noite" =)
Isto tudo para dizer, sim é realmente preciso as vezes ter ,desculpem a expressão, tomates para as aventuras, mas aconselho, se as pessoas tiverem medo do desconhecido, da aventura, do novo, ou mesmo de ficar tão cansado fisicamente que nem se levantar da cama consegue, só ficam a perder. =)
Mas claro o que é para cada uma pessoa uma aventura para outra pode ser uma simplicidade, para mim foi uma aventura, para os ciclistas profissionais que faziam aqueles 180 quilómetros num dia, era o pão nosso de cada dia, LOL... tipo uma pessoa até se sente ridícula ao lado deles... mas isso é como tudo =)

Bem Inês porta-te, e volto a repetir, gostei! =)

Anónimo disse...

I sold my soul for the second time
'Cause the man He don't pay me
I begged my landlord for some more time
He said "Son, the bills are waiting"
My best friend called me the other night
He said "Man - are you crazy"
My girlfriend told me to get a life
She said "Boy - you're lazy"
But I don't mind
As long as there's a bed beneath the stars that shine
I'll be fine, if you give me a minute, a man's got a limit
I can't get a life if my heart's not in it
Hey Hey

I don't mind
As long as there's a bed beneath the stars that shine
I'll be fine, if you give me a minute, a man's got a limit
I can't get a life if my heart's not in it
Hey Hey

I lost my faith in the summer time
'Cause it don't stop raining
The sky all day is as black as night
But I'm not complaining
I begged my doctor for one more line
He said "Son - words fail me"
It ain't no place to be killing time
I guess, I'm just lazy

BUT I don't mind
As long as there's a bed beneath the stars that shine
I'll be fine, if you give me a minute, a man's got a limit
I can't get a life if my heart's not in it
Hey Hey