domingo, 2 de maio de 2010

Foreigners

A menos de uma semana das eleições, um dos temas mais sensíveis da campanha (talvez mesmo o mais sensível) é a emigração.
Podia dizer que agora que sou emigrante a minha opinião mudou, mas a verdade é que sempre foi a mesma. Tenho imensa dificuldade em ver os emigrantes como 'o papão'. Por motivos profissionais, mas também pessoais, já conheci vários emigrantes, tantos da chamada emigração alta como da baixa (que denominação mesquinha). A esmagadora maioria das pessoas luta. Os miúdos pedem integração e amigos, tentam perder o sotaque, os pais buscam emprego quase sempre abaixo das suas qualificações e entendem que a sua origem será para sempre a sua identidade.
É minha convicção política (no sentido mais amplo da expressão) que as pessoas têm o direito de buscar uma vida melhor para si e para a sua família e se isso incluir mudar de país, que assim seja. É incontestável que trazem rios de dinheiro aos países que as recebem.
Dito isto, sou a favor de regulações, fiscalizações, até quotas. Porque um país só consegue acomodar a diferença social até um certo ponto e é preciso saber onde fica esse limite, para o bem de todos.
Em tempos de crise as pessoas precisam de um inimigo - aconteceu em todas as épocas da história. Isto pode ser compreensível mas não é aceitável. Fazer dos estrangeiros o 'bicho papão', não é só preconceituoso, é cobarde.

1 comentário:

Enolough disse...

mas o debate é emigrantes ou imigrantes? porque tu estás aí como imigrante :) aqui é que és emigrante.