quinta-feira, 20 de maio de 2010

Há uma discussão que tenho com frequência com amigo aqui. Aqui onde tudo é tão diferente, onde equilibramos etnias, religiões e nacionalidades. A nossa discussão é sobre: devem as crianças receber educação religiosa?
Ele acha que não. Eu acho que não vem daí mal ao mundo (apesar de eu não o querer fazer com os meus hipotéticos filhos). Mas hoje estava a ler isto e pensava: poderão as crianças ser verdadeiramente católicas (ou outra religião qualquer)? Uma criança pequena não tem essa faceta espiritual. Não entende esse conceito. Poderá aceitá-lo, porque os pais assim o ensinam, mas é um pouco como como uma fórmula científica, que se decora mas não se percebe.
E eu agora se tivesse a discutir com esse meu amigo diria: mas não é só Deus, são práticas e costumes e modos de vida e isso também está a ser veiculado. Ele ia começar a coçar os braços com alergia a tudo isso. Mas sim, é. São coisas que se aprendem de pequeno. Lavagem cerebral, é o que é, diria ele. "Quixagero!", diria eu.
Mas pode-se ensinar a ser bom, a respeitar os outros, a ser solidário e hosnesto, sem qualquer discurso religioso. E isso sim, deve ser a base da educação de qualquer criança. Pelo menos até ter idade para entender conceitos tão complexos como religiões. Porque quando já se tem essa destreza mental, joga-se mais justo. Há possibilidade de questionar, duvidar e até rejeitar. E isso faz mais sentido.

4 comentários:

tracey disse...

Também acho que é possível. Mas também gostava de conhecer alguém que tivesse crescido assim, "sem religião"

Francisco Maia disse...

sem ter nada contra isso, eu acho mais sensato educar uma criança sem religião. Isto porque no momento em que as pessoas têm idade para desenvolver um lado espiritual, decidem como o querem perseguir.

Mesmo assim, eu cresci católico praticante e acho que foi uma mais valia. Foi cultura, no mínimo. E acho que até sou uma pessoa estável hoje em dia. Acho. Mmm. Talvez X)

Anónimo disse...

Eu jamais daria uma educação religiosa a um hipotético filho.
Quando crescer tem a possibilidade de fazer as escolhas que considerar mais adequadas, sem juizos de valor previamente incutidos.Lembro-me de no 6º eu e outra rapariga sermos as unicas q n tinhamos a disciplina de educação moral e catolica (qq coisa deste genero) e uma funcionaria da escola nos perguntar que tavamos a fazer no recreio àquela hora, ao que respondemos que n tinhamos a disciplina. A senhora ficou escandalizada (na altura e na escola em questão isso n era frequente) e começou a praguejar que depois os pais admiram-se de os filhos serem assado e cozido, etc , porque não lhes era dada essa "educação".
Sabes que mais? Enquanto outros aproveitavam para em mais uma hora atirar giz ao quadro, e papel molhado em saliva po teto, e milhentas outras coisas, nós normalmente iamos para a biblioteca estudar ou ficavamos na sala de convivio a jogar xadrez. Uma das duas, quase invariavelmente.
Acho q essa conversa dos valores cristões uma tristeza e este assunto irrita-me especialmente.
Conheço pessoas q n comem carne nos dias santos porque é pecado e dizem na mesma frase se possível que todos os pretos deviam morrer, ou os homossexuais, ou o q seja.
Aliás ha muito pouco tempo, contaram-me uma situação que vem muito a propósito deste tema. Uma menina pequena que vai a catequese insiste em questionar sempre as "coisinhas" que lhe são incutidas. Adão e Eva assim e assado... "Então mas não descendemos do macaco?" coisas deste género. Algo que já fez o padre e a catequista falarem com a mãe para que levasse a pequena ao psicologo, porque a coitadinha não estava nada bem.
Enfim I, no nosso tempo não era vulgar n se ter educação religiosa, mas hoje parece-me absolutamente dispensavel. Se tivesse filhos, iria sem dúvida, tentar deixar o cerebro o mais possivel em estado de "tabua rasa", mas sempre mostrando as coisas, para que formasse seus proprios juizos. Não sei q tipo de educação te deram. Mas qd eu tinha uns 6 anos acreditava que se dissesse asneiras, ou faltasse à missa ia pro inferno. E eu fazia as coisas bem por medo. Isto é veridico. Não desejo isso a criança nenhuma do mundo, muito menos a um hipotetico filho meu.
Desculpa o testamento e os erros e falta de acentos, pressa...

i disse...

Eu cresci sem educação religiosa, se bem que em Portugal é um pouco difícil escapar ao catolicismo. mas não fiz nada de catequeses, primeiras comunhões, nada de nada. não fui baptizada.
não acho que tenha qualquer impacto no carácter da pessoa, plo menos por si só. O que queria dizer é que às vezes é mesmo muito importante para os pais e tb não acho que vem daí mal ao mundo. acho é mto mais sensato nao o fazer.