Ocorre-me por vezes que há demasiadas pessoas a ler este blog que eu não gostaria que lessem alguns posts. Mas depois encolho os ombros. Tenho de parar de tentar controlar tudo. Eu gosto de escrever, é terapêutico. E ajuda-me a sentir-me mais próxima de alguns amigos.
Claro que sem o blog é muito mais fácil dizer o que me apetece quando encontro as pessoas. Não ter que responder a perguntas difíceis.
Oh well... azar.
3 comentários:
Quem é que não gostarias que lesse o teu blog?
Não vejo cá nenhum conteúdo comprometedor...
Pelo contrário, mesmo que odeies alguns leitores eles não te odeiam a ti. Ou tem inveja no máximo... Mas quanto mais escreves mais inveja podes suscitar. Daí, problema deles...
(Sinceramente não vejo nada de mau ou demasiado intimista neste blog..:)
Pessoa anónima: não odeio nenhum leitor, como é óbvio, tenho mais que fazer que me dedicar a isso. Aliás, a maioria dos meus leitores, que eu tenha conhecimento, são amigos próximos. Só disse isto porque, por exemplo, há pessoas do meu trabalho que lêem o blog e por vezes penso que isso não seria mto apropriado.
Quanto a inveja, não sei bem de quê, sinceramente.
Cara I,
já pensou que há pessoas que abandonam a escola no 6º ano de escolaridade (ainda existe eu conheço).
Já pensou que há pessoas que nunca saíram do seu país? Pior do seu distrito? Refiro a jovens também, eu conheço...
Já pensou que há pessoas que mesmo inteligentes não tem acesso a ir a uma universidade?
Já pensou que há crianças que não têm nenhum livro em casa (excepto os da escola)?
Já pensou que há pessoas que nunca foram a um cinema? (a primeira vez que fui ao cinema tinha 19 anos, bem como ao Macdonals, que onde eu vivia não havia).
Já pensou que há crianças que vão para a escola de barriga vazia?
Não quero ser moralista, nem estou a chamar-lhe fútil!
(Sou o mesmo anónimo do comentário anterior).
Quando me referia a inveja queria apenas dizer que nem toda a gente escreve tão bem, ou tem tantos conhecimentos. Mas a I teve acesso à educação. Tirou um mestrado fora do país, por exemplo. Pode dizer que se esforçou muito, e eu acredito.
Mas há crianças que nunca sequer pensaram nisso porque isso não faz parte sequer da realidade que vivem. Há as que pensaram e nunca puderam concretizar.
Na minha escola secundária havia um rapaz que tinha boas notas, e queria simplesmente ser professor de 1º ciclo. Os pais eram velhos, tipo mesmo idosos, tinha vários irmãos, o pai morreu inclusivamente durante o 10º ano, e pura e simplesmente ele não teve a possibilidade de estudar.
Foi para a Suiça trabalhar, para ajudar a mãe e os irmãos. Isto foi há menos de uma década.
O que lhe quero dizer é que tem todas as ferramentas. Está a lutar pelos objectivos e é uma pessoa capaz.
E isso por muito pouco que lhe pareça é um privilegio.
Acho que vai gastar a vida toda a sonhar com o intangível, sem saborear as coisas boas que a vida lhe oferece (desculpe a generalização, mas é isso que interpreto da leitura assídua do blog, pode ser um erro, mas...
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