Moramos em cafés.
Senão todos, quase todos. Encontramo-nos em torno de chávenas pequeninas, em locais geralmente barulhentos. Uns preferem-nos à beira-mar, outros com múscia ambiente, talvez com esplanada. Uns gostam de variar, outros preferem ir sempre ao mesmo. Há quem estude, leia o jornal, comece os seus livros em guardanapos. Mas a função nobre dos cafés é, sem dúvida, a conversa. Ao café vamos aos pares ou em grupo. Para rir em catadupa ou contar as novidades. Nos cafés reencontram-se amigos de longa data ("Nunca mais te vi. Vamos tomar um café?") ou encontram-se os habituais, quase sem ser já necessário marcar hora.
O café é aquele local em que se pode estar sem fazer nada. Apenas estar. Quando queremos aproveitar a companhia de um amigo, mas não temos uma actividade estabelecida para fazer. Sem cinema ou exposições, nem jantar ou almoço.
Podemos ir "áquele cafezinho simpático por trás dos prédios", ou "áquela esplanada no meio da praça" onde sabemos que vamos conhecer todas as caras e receber eventuais olás sorridentes. É só escolher.
Cafés lembram-me amigos. Com bebidas fumegantes e conversas sobrepostas. Ou acompanhados de gelados com conversas molengonas ao sol.
Cafés dão-me saudades das horas que passam a voar. Cafés ponto de encontro. Cafés mata saudades. Cafés "brainstorming". Cafés de "tenho uma coisa para te contar". Cafés "nem vais acreditar".
Cafés "morro de saudades vossas".
3 comentários:
oh =) amanhã tomamos um café espanhol! un cafe solo! um café novo! =)
aqui quase não há cafés... :( mas também aqui não têm a mesma importância...
bacis amore mio
aqui o café custa dois euros... e não há cafés mata saudades. quer dizer, nunca pedi...
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