sexta-feira, 20 de março de 2009

Os Pilares da Terra

Hoje de manhã acabei finalmente de ler o calhamaço de 1076 páginas que andava a carregar para todo o lado. "Os Pilares da Terra" é um livro tudo menos chato. Passado na Inglaterra do século XVII, gira em torno da construcção de uma catedral. Ken Follett, o autor, explica no início que sempre foi apaixonado por catedrais e a sua grandiosidade e sofisticação intrigavam-no. Em tempo tão longínquos, como é que eram construídas? Quem as desenhava?
Depois de ler este livro nunca mais olharei para um desses edifícios sem ter a nítida noção que eles são um incrível testemunho do passado. O mundo, a vida, eram completamente diferentes quando aquelas paredes foram erguidas e elas continuam cá, a acompanhar a mudança dos tempos.
A verdade é que este livro - que eu sorvi ansiosamente - não é sobre catedrais. É sobre quem as construía, sobre os reis, os bispos, os condes, os priores, os padres, os camponeses e os comerciantes. Sobre os primórdios da corrupção. Sobre alianças, guerras e histórias de amor. É sobre a coragem e a podridão humana.
Nas primeias páginas conhecemos as personagens ainda como crianças. No desfolhar das últimas páginas elas já têm cabelos brancos. São nossas amigas. Ou inimigas - confesso que ganhei verdadeiros ódios por personagens fictícias.
Muito bem escrito e empolgante. Não é nenhum "Código DaVinci", não mete mistérios nem segredos, não tem um lado esotérico ou místico. Acompanha a vida de um conjunto vasto de pessoa, a evolução de um país e salienta o papel da Igreja. As personagens são ricas e a acção é constante. Talvez seja um pouco constante demais - o que nos faz pensar "xiça, isto parece um videoclip", mas tendo em conta que entre os acontecimentos se passam anos, podemos desculpar esse pormenor.


A partir de agora vou tentar fazer uma crítica de todos os livros que ler. Sim, isto é uma ameaça :)

"Os Pilares da Terra" têm uma sequela - passada alguns séculos depois, durante a peste - e julgo que a próxima leitura será essa. Desta vez em português, porque vai ser emprestada. Cá estarei para comentar se isso fez diferença.

1 comentário:

Rui Coelho disse...

uau, confesso que ando mais numa de short and sweet - fujo de camiões tir de letras desde que passei meses a fio junto do quixote. quando o acabei, tiraram-mo. versão oficial: estava a fazer-me mal o quixotismo do quixote. há 2/3 anos, até hoje. as pessoas, tss tss.