Deixem-me cá ver se percebi bem: no Brasil, uma menina de nove anos, com apenas 30 quilos, é violada pelo padrasto e engravida de gémeos. É levada para o hospital onde os médicos "não tiveram dúvidas" que "corria risco de vida", e portanto realizaram um aborto, às 15 semanas - segundo conta o Expresso. Ora bem, há um arcebispo, do nome D. José Sobrinho, que não vai por meias medidas e excomunha a mãe da criança e os 14 clínicos envolvidos no aborto.
Certo...
A excomunhão é a pena mais severa da Igreja contra um fiel, e só pode ser retirada pelo Papa - que até agora não mexeu uma palha. Quando lhe perguntaram, em entrevista, porque é que o padrasto violador não tinha recebido o mesmo castigo, o dito arcebispo explicou - e isto deixou-me à beira da náusea - que a pedofilia é "um pecado gravíssimo", mas segundo as leis da Igreja, não é "tão grave como o aborto" e "não se achou oportuno para cada um desses pecados [pedofilia, violação, adultério] determinar a excomunhão".
Juro que não entendo esta lógica de "humanidade" e "respeito pela vida" e essas tangas que estão sempre a alegar. Acho isto demagogismo do mais reles e cobarde que há. Não vejo neste acto compaixão, justiça e muito menos respeito pela vida. E se a Igreja não preserva isso, então já não tem nada.
2 comentários:
Isto é completamente absurdo. E depois ainda me perguntam porque é que deixei de ser praticante... Por absurdos como este
a) isto é o maior absurdo desde a morte do Galileu...
b) é nojento, horrível, medieval
c) o papa não sabe de tudo o que se passa no mundo, nem tão pouco no "seu" mundo
d) o papa é um imperador, tem uma forma de governar muito peculiar
e) isto não é demagogia cobarde, é exactamente o contrário... é preciso coragem para falar publicamente dessa maneira
f) não se pode confundir padre, arcebispo ou mesmo papa com Igreja
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