quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ainda a propósito de ir votar

E porque, apesar de tudo, eu sou determinantemente contra o voto obrigatório.

"(... )Para se ser adulto e consciente também é necessário ser livre. Livre de me recensear para votar, livre de votar ou abster, livre de anular o meu voto ou votar em branco. Do ponto de vista legal, o voto é um direito; do ponto de vista cívico, é um dever. Como também é um dever cívico, porventura até mais importante, ajudar os mais fracos, auxiliar um cego a atravessar a rua ou levantar-me no transporte público para dar o lugar a alguém mais idoso. Se não o fizer devo ser multado pelo Estado? Não: devo sentir que os meus concidadãos me olham com um olhar reprovador. É assim que, nestes casos, associo o direito de votar ao dever de não me abstrair do seu destino ignorando a ida às urnas. Mais do que isso é confundir tudo, pelo que são raríssimos os países (se é que existe algum) com democracias antigas e sólidas onde o voto seja obrigatório. (...)"

José Manuel Fernandes, in Público

4 comentários:

Francisco Maia disse...

eu percebo perfeitamente que não seja obrigatório mas sempre pensei que seria um direito que andaria associado a outros como trabalho de jurado. que é obrigatório.

podemos dizer que é porque afecta directamente terceiros. Mas votar também. Pode ser um pouco mais indirecto mas são muito mais terceiros.

E a possibilidade de tornar o voto obrigatório durante um período fixo de tempo para acostumar as massas?

Ps: viva a direita.

Fátima disse...

eu não me sentiria bem se não tivesse ido votar...a minha consciência matava-me...

Enolough disse...

não atravessar o velhinho não é punível mas a negligência é, em vários casos.

ser jurado ou até participar nas mesas de voto é obrigatório. mas votar não...

Francisco Maia disse...

eu sei. a questão é: qual é realmente a diferença se ambas são peças fundamentais da democracia?