Desde pequeninos que nos dizem que podemos ser o que quisermos. Acho que é a maior burla de todos os tempos. Claro, talvez consigamos cumprir aquela profissão com que sonhávamos, mas há sempre uma enorme fatia que fica de fora (a começar pelos artistas) e agora então, em tempos de crise, ui ui. Mas a grande falsidade desta premissa não se cinge a carreiras profissionais. Acontece que há um dia em que olhamos em volta percebemos que criámos monstros. Pegámos nas pessoas à nossa volta, algumas escolhemo-las outras sairam-nos, e transformámos a nossa relação com elas exactamente naquilo que sempre dissemos que não faríamos. Isto acontece provavelmente porque também não fizemos de nós próprios aquilo a que nos propusemos. Perante mil situações jurámos a pés juntos a nossa reacção e depois somos fracos e inúteis e fazemos tudo ao contrário.
Os melhores de nós são, acredito, os que lutam para fazer de si próprios o melhor possível, mas nem esses são aquilo que queriam ser.
1 comentário:
é como o tiro com arco, uma questão de balística: apontamos mais acima para chegar lá à frente.
e se fizermos assim acertamos em cheio.
o resto é auto-re-construção.
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