Há uma dança estranha a que as pessoas parecem estar condenadas. É a dança de dar o coração. Claro que há os mais protegidos, os que têm regras e os que têm medo, mas todos, todos, todos oferecem um dia o seu coração a alguém. Assim, ali, nu. À espera de uma flecha mortal ou apenas uns arranhões. E depois, pior ainda, deixamos o coração marinar em mel até perder o músculo. Mais cedo ou mais tarde, é uma fatalidade, o pobre coração leva um murro que o deixa quase sem palpitações. Uma vez na vida, ninguém escapa. Sortudos os que só o sentem uma vez. Correm rios de lágrimas, uma dor insuportável como nunca sentida antes, as certezas viram dúvidas, a confiança é para sempre abalada.
Ainda assim, os séculos passam, a história muda, e as pessoas, de todos os países, de todo o mundo, continuam a teimar em dar loucamente o seu coração a outro.
3 comentários:
correndo o risco de soar romântico, não é para isso mesmo que o coração serve?
A nós não nos tem utilidade nenhuma...
(neste momento as centenas de leitoras do Ponto do i caem aos pés do Salgado Maia)
às vezes questiono se vale a pena...
eu adoro dançar! ;)
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