"(...) Marcam conferências de imprensa, promovem eventos, preparam informação sobre os temas que querem ver noticiados, fazem a ponte entre os jornalistas e os protagonistas das notícias. Definem estratégias de comunicação, criam acontecimentos, fazem contra-informação, testam medidas políticas e ajudam a delinear campanhas eleitorais. O primeiro-ministro, José Sócrates, e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, contaram com o seu apoio nas últimas eleições, e não prescindem delas.
Um dos seus grandes papéis é gerir situações de crise, controlar os danos de imagem das empresas e dos protagonistas que estão a promover, antecipar cenários, influenciar a opinião pública. Quando os pais de Maddie McCann se tornaram suspeitos do desaparecimento da filha, contrataram os seus serviços.
Prometem exclusivos, sugerem entrevistas, acenam com informação em primeira-mão, escolhem os meios mais eficazes para passar a sua mensagem. Condicionam o acesso directo às fontes, preparam os clientes para as entrevistas e fazem perfis dos jornalistas, para que eles saibam com o que podem contar. Manuela Moura Guedes é uma das jornalistas a que alguns aconselham os seus clientes a não falar.
(...)
«As consultoras de comunicação não têm, como os media, o dever de defender o interesse público, trabalham para quem tem capacidade de lhes pagar. É, por isso, essencial que exista um estatuto profissional com força legal», frisa Felisbela Lopes [especialista na área dos media e professora no departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho]. Os consultores têm regras éticas estabelecidas pelo Código de Estocolmo, mas tratam-se apenas de normas de conduta."
Anabela Campos, in Única (Expresso)
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