terça-feira, 19 de agosto de 2008

Calma nos Blastos

Ontem compreendi uma coisa muito importante sobre a humanidade.
Descobri que um rapaz que eu "conheço" tem leucemia. Nunca tinha conhecido ninguém com leucemia. Na verdade não o conheço, vi-o uma ou duas vezes, mas é amigo de vários amigos meus, namorado de uma amiga minha. Enfim, a coisa torna-se pessoal. A sério, torna-se mesmo pessoal.
Foi assim que eu percebi que a solidariedade é uma coisa quase visceral. Sempre, sempre quis dar sangue. Juro que a boa vontade esteve sempre lá. Mas sempre que me punha na fila dos bancos de sangue começava a ficar mal disposta, cheia de calafrios, só a ideia arrepiava-me da cabeça aos pés. A agulha, aquilo tudo. Sou uma maricas da pior espécie.
Acabei por nunca dar e acho mesmo que é uma falha grave de carácter não o fazer, por isso sempre foi algo que me pesou na consciência.
Mas quando soube desta história, alguma coisa fez click sem eu mandar. Quando a Margarida disse "Vou fazer o teste para ser dadora de medula. Queres vir?", juro que nem pensei duas vezes: "Claro!". Foi só no dia seguinte que me lembrei dessa coisa do "medo das agulhas". Pareceu-me a coisa mais ridícula do mundo. Afinal, o rapaz (que tinha uma cara, de quem eu sabia coisas, que era uma pessoa assim com contornos próximos) estava ali a lutar contra a leucemia, a fazer quimioterapia agressiva, como é que eu podia não tentar, de alguma forma, ajudar?
É um pouco injusto que assim seja, porque haverá milhares de pessoas no país a precisar de tranfusões de sangue, e eu não contribuo porque sou mariquinhas. É irracional. Nuns casos é uma acção "simpática", noutros é obrigatória.
A minha acção obrigatória chama-se Pedro: http://www.calmanosblastos.blogspot.com/

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando vais fazer o teste? Também tenho medo, mas também quero ir.

i disse...

para a semana que vem, ainda não sei o dia, mas aviso =)

Fátima disse...

eu também gostava de ir...