quinta-feira, 19 de maio de 2011

O turbilhão

De repente estamos sentados à secretária e percebemos como o mundo deu mil voltas num só dia. O coração contorce-se, quer de entusiasmo, quer de medo. Este pobre coração que se amachucou tantas vezes nos últimos meses surpreende-me pela sua resiliência. Porque se alimenta de esperanças, o pobre. Ingénuo. Idealista. Optimista. Corajoso, este meu coração.
Na nossa vida haverão poucos dias assim, uma dezena, duas talvez. Datas que ficam gravadas na memória. Quando enfrentamos uma mudança radical. Quando levamos à letra o conceito de seguir em frente. Porque este meu coração é como diz a canção, desafinado. Não sabe bater com a música, e fica sempre agarrado ao que ficou para trás. Este coração teimoso continua a querer impossíveis. O que se há de fazer, corações indisciplinados.
Neste total turbilhão que foi quarta-feira dia 18 de Maio de 2011, morri de medo de ser esquecida. Que os meus amigos, presença constante em cafés, jantares e copos, se habituassem à minha ausência e pouco a pouco me deixassem na categoria de amiga de email. Que a minha família não sentisse mais a minha falta à mesa do jantar. Tive medo de perder demasiados momentos importantes.
Tive medo que Lisboa perdesse o encanto, que as esplanadas fechassem e que não houvessem mais fins de tarde luminosos. Tive medo de me sentir sozinha, perdida, sem ninguém para partilhar uma piada, um desabafo.
Mas um turbilhão não o é sem o contraditório. No mesmo dia enchi-me de esperança, a cabeça a fervilhar de ideias, os pensamentos caóticos a fazer listas, os dedos impacientes, um entusiasmo transbordante. A adrenalina da curiosidade fez-me dar pulinhos e colocou-me um sorriso descarado nos lábios.
Amigos, tenho muito medo. Mas entre o medo e o entusiasmo, escolho o segundo.
Em Agosto mudou-me de malas e bagagens para Macau. Que se abram as portas do Oriente!

5 comentários:

Silly Little Wabbit disse...

Desejo-te muito boa sorte. O coração aguenta e amigos não se esquecem. Olhos na meta :)

i disse...

muchas gracias Silly!

Fátima disse...

És uma tonta! Nunca te vamos esquecer e, sobretudo, não podes ser substituída! a ines com as suas fantásticas histórias e teimosia, faz sempre falta na mesa de café. =)

Anónimo disse...

Macau?? Que maluca!! :) Tou a torcer por ti, biscoita!! :) Vai ser uma grande experiência, sem dúvida. Parabéns!

Helga

Francisco Maia disse...

Olha que não sei, já me começo a esquecer um bocado. Mas no fundo, seremos sempre amigos, Irene...