Temos uma mania de dar significado às coisas. Esta semana encontrei uma pen antiga que guardava ficheiros do meu velho computador. Cristalizados no tempo estavam fotografias e vários documentos de word com conversas de copy/paste da época em que ainda escrevia com kapa. Ficheiros que marcavam aniversários, prendas, fins e inícios. Declarações de amor, pedidos de desculpa, intenções de compromisso. O meu coração derreteu-se, acelerou e apertou-se ao ler aquelas páginas. Algumas passagens causaram uma gargalhada, outras trouxeram-me lágrimas aos olhos.
Quase nem dei conta do tempo passar. Desde esse tempo, no meu primeiro ano de faculdade, foi um piscar de olhos. Fico feliz de perceber que muitas das coisas que eu temia nunca acontecerem naquela altura – “será que um dia vou conseguir publicar alguma coisa?”, “irei estudar fora?” – aconteceram. E na altura eram tão distantes e utópicas como outras se apresentam agora. Faz-me pensar que se continuarmos a lutar, com os olhos postos na meta, a recompensa chegará.
Desde esse tempo conheci muitas pessoas novas, algumas tiveram um verdadeiro impacto na minha vida. Disse muitas vezes adeus e isso custou-me muito. Mas a verdade é que nós não fazemos mais nada na vida que não procurar o nosso lugar. E eu gosto de acreditar que o Universo me dará um sinal quando eu lá chegar.
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