sábado, 26 de julho de 2008

A casa dos gatos

Há anos que passo, todos os dias, por aquela casa. É no coração da vila, no entanto, tem sempre todos os estores fechados e um aspecto totalmente inabitado, com grades nas janelas e tudo isso. Havia por lá um gato, facto que chama sempre a minha atenção. Depois descobri que o gato era, efectivamente, uma gata. Isto porque o pátio vazio (dizer jardim não se adequa, já que não há relva) recebeu uma família que fazia as delícias desta passante apressada: uma ninhada de gatinhos, de todas as cores e padrões, do tamanho da minha mão.
Só queria pegar num e levá-lo para casa. Não podendo isso acontecer, limitava-me a parar ali todos os dias e espreitar os animaizinhos. Depois deixei de parar, mas olho sempre, sempre para lá. Muitos meses depois, lá andam os gatos, agora maiores, mas ainda "jovens".
E de todas as vezes, sem excepção, ocupo a mente, naquele resto de percurso até à estação, com divagações sobre aquela casa. O mais provável é que os donos não vivam de todo lá, seja uma herança, coisa do género. No entanto, todos aqueles gatos... os gatos que são donos da casa. Os gatos que se fundem com a casa. Os gatos, na verdade, são a casa.
Faz imaginar que lá dentro mora alguém que nunca vê a luz do dia. Alguém que nunca faz barulho, nunca vê o correio. E só à noite, quando ninguém passa, abre a porta para os gatos entrarem.

3 comentários:

Anónimo disse...

A minha gata teve 5 filhotes há muito pouco tempo. Tem um preto, dois brancos com manchas pretas e dois cinzentos malhados... Se quiseres um diz, que me fazias um grande favor!
Queres?

Margarida disse...

Custa tanto dizer "não, não quero um gatinho acabado de nascer, obrigada"...

Anónimo disse...

oh=)

são os ARISTOGATOS =D

todo o mundo, todo o mundo...quer a vida que um gato teeeeeeeem. LALALALALA