Já me tinha posto a pensar o que seria pior: ficar cego ou ficar surdo? Sim, eu penso nestas coisas.
Nas minhas reflexões nunca chegava a uma conclusão. Se por um lado, sem visão não podia ver nada, sem ouvir o mundo parecia-me autista, afastado. Como iria eu sobreviver sem conversar?
Depois do passeio por Alfama, de olhos tapados, chamado “Lisboa Sensorial”, cheguei à minha conclusão: preferia ser surda. “Sem olhos” senti-me totalmente perdida e dependente do meu guia. Calculo que isso melhore, mas a mobilidade e independência ficam sempre comprometidas. Além disso, não há cinema, não há paisagens, não há moda, não há fotografia, não há rugas e sorrisos. (E olhares apaixonados). E viagens. Será que um cego tem vontade de viajar? A ideia de um mundo negro materializou-se e digo-vos, é assustadora.
E pronto, assim resolvi mais uma dúvida existencial. No entanto, não decidi ainda o que fazer em relação à ausência de música e de sussurros ao ouvido…
6 comentários:
Que outras dúvidas tens?
infelizmente não és nenhum dos dois ;)
eu gostava mesmo de saber quem é o Anónimo...(ou serão vários?)
acho que também faria a mesma escolha que tu...não ver é mesmo o pior, e para os surdos há a hipótese de linguagem gestual, o que é fixe. não ia viver muito bem sem música, mas ao menos tinha o cinema...
LOL
São vários mesmo!
Reconfirmo o que o meu homónimo anónimo referiu: sim, somos vários!
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