Apetece-me escrever sobre a esperança, sobre a mudança, sobre a contagem decrescente que têm sido estes últimos tempos. Um horizonte de metas mal definidas.
Apetece-me escrever sobre a ironia e o conflito interior, sobre as várias vidas e os vários tus que imagino na minha cabeça. Apetece-me escrever sobre o quanto me aflige estar à beira dos 25 e nada ser como eu pensei que seria aos 22 - e como aquilo que eu mais gostava, a minha prioridade, o meu talismã da sorte, o meu conforto ao fim do dia, é exactamente aquilo de que abri mão. O tempo passa depressa e a vida não segue a ordem mais racional. Só, ao que parece, aos outros.
Apetece-me escrever sobre tudo isto. Mas hoje estou num dia em que paira uma espécie de culpa cristã - e acho que escrever faz de mim herege.
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