Hoje voltei a ler um artigo que publicámos em Maio sobre a campanha para a legalização do aborto no Malawi. Ao ler aquilo não consigo deixar de pensar que o que se está a discutir é algo diferente. A legalização do aborto num país onde miúdas de 14 anos engravidam (por ignorância ou abuso), onde familias numerosas já não têm como alimentar os filhos parece-me ter uma relevância que difere do ocidental “direito à escolha”.
Mas tentando colocar-me do outro lado – do lado de quem não apoia a descriminalização – pergunto-me: será que faz diferença? Afinal, uma vida é uma vida, em qualquer lugar do mundo, independentemente do contexto. Mas não consigo realmente deixar de pensar que este é um debate totalmente diferente.
4 comentários:
Enquanto no Malawi existe necessidade para a desciminalização, por cá apesar da informação, o aborto ainda é um acto inconsequente utilizado como método contraceptivo em vez de último recurso.
bem, eu nao concordo de todo com isso e apoio totalmente o direito a escolha. simplesmente nao csg deixar de pensar que sao duas discussoes diferentes
As discussões são diferentes, claro. Todas as leis têm de ser vistas em contexto. Senão aplicávamos a Constituição dos Estados Unidos (porque foi a primeira em república) a todo o mundo e pronto...
Mas não é só o aborto. O próprio conceito de "direito à escolha" ou mesmo o de "democracia" devem ser pensados em contexto.
Uma velha discussão nossa, não é? Se as leis são universais ou não.
sim, mas...
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