segunda-feira, 11 de julho de 2011

Para aprender a ter os olhos abertos

Da última vez que estive em Cardiff, em Abril, fiquei surpreendida com a quantidade de pessoas que encontrei ao acaso na rua. É que naqueles dias não estava lá quase ninguém meu amigo - mas afinal conheço mais pessoas do que pensava.
Arrastada por uma das minhas antigas companheiras de casa, fui para uma praça ver o casamento real no ecrã gigante. Lá encontrei uns quantos alunos do mestrado deste ano a filmar. Um deles, meu amigo, trouxe a câmara para ao pé de mim e aí ficámos na conversa, comentando o que se passava na TV.
De um lado a minha amiga suspirava de forma embevecida - ela adora casamentos - do outro ele suspirava também, mas com uma certa tristeza. "Mas o que é que tens?", perguntei-lhe. "Sabes, há uns tempos comecei a namorar com uma rapariga do mestrado. Ela acabou comigo esta semana. Era só o que me faltava ter que levar com o casamento dos outros!". Pus-lhe a mão no ombro e tentei confortá-lo: "Deixa lá, seja como for o Príncipe William está a ficar careca".
O meu amigo, apesar de ter apenas 29 anos, só consegue acumular cabelo em duas pequenas zonas por cima das orelhas. Mas essa é uma daquelas coisas que, à força da convivência, deixei de reparar.
Só quando a frase me saíu pla boca e vi a cara dele é que percebi o que tinha acabado de dizer. No seu ar de espanto lia-se: não me basta ter levado com os pés, ainda tenho que aturar ofensas.
Realmente, de boas intenções está o inferno cheio.

2 comentários:

Rui Coelho disse...

ahahahahaha

tracey disse...

ahaha - Inês! só tu! lol deixa lá, tb costumo pôr assim o pé na argola