domingo, 24 de julho de 2011

The point of no return

Eu sei que este blog já começa a parecer um interminável fiar de "conlusões" e "morais da história". But... indulge me, will ya? É que estou reflectiva.
Vou começar uma nova etapa. Muito diferente das anteriores. Penso muito que posso detestar e que para voltar vai ser uma confusão, é longe, é caro e tudo mais. Mas quanto a isso nada posso fazer. O importante é aprender com o que já aconteceu.
Na altura em que vivemos as coisas raramente nos apercebemos da sua dimensão. É só depois que absorvemos, digerimos e colhemos os frutos.
Eu conheci pessoas excepcionais. E nesta vida tudo se resume a isso: pessoas. Tento lembrar-me de mim antes de ir para Cardiff, tento lembrar-me do tipo de pessoa e jornalista que eu era. Claro que toda a gente sabe, a imagem que temos de nós próprios é a mais distorcida possível. Aquilo que vejo é alguém que queria aprender mais sobre o mundo, mas que sabia muito pouco. Alguém que se acreditava tolerante mas guardava alguns preconceitos. Alguém que achava que falava bem inglês!... mas falava como nos filmes americanos.
Não acho que poderei mais voltar atrás. Voltar a escrever sobre insignificâncias, voltar a ter um dia-a-dia que ignora o mundo à volta. Estou demasiado ligada a tudo, sou uma espécie de internet, com ramificações globais. Não quero perder isso, vou lutar por não perder isso.
Sim, vou para Macau, um lugar minúsculo, para um jornal pequeno e bastante local. Mas vou para me tornar mais global ainda, para colmatar essa lacuna gigante que é a Ásia.
A pessoa que eu era pré-2009 sempre quis ajudar. Sempre apoiou causas solidárias. Mas era uma coisa inócua, um apoio apenas mental. Hoje isso parece-me ridículo. Completamente absurdo. Ser bomzinho não basta, é preciso fazer alguma coisa. Há tanto por fazer, em tantos lugares. A minha experiência a trabalhar na International Network of Street Papers reforçou o ditado que quem dá é quem mais recebe. Nunca eu estendi tanto as horas laborais, nem trouxe tanto trabalho para casa. Porquê? Porque acredito no que estou a fazer e nas pessoas que o fazem comigo.
Observei os meus colegas, ouvi as suas histórias. Senti-me um pouco egoísta, um pouco mimada, um pouco infantil por até hoje me ter ficado pelas boas intenções. Agora que estou prestes a ir embora, preciso substituir a INSP por outra acção, outra actividade que ajude alguém neste mundo. Não sei o que será - aliás, estou aberta a sugestões. Em termos monetários busco uma organização para apoiar, mas também em termos práticos. Em Portugal seria - já decidi - a Comunidade Vida e Paz. Em Macau não faço ideia, a barreira linguística pode ser problemática. Mas vou investigar.

Aos que me aguardam em Portugal, amigos, estou a caminho! Aos outros todos, façam figas para que não me perca no império chinês.

1 comentário:

tracey disse...

vais adorar, vais aprender logo umas palavritas e começas a ajudar num instante. bais ber