Viver fora tem muitas vantagens mas para mim a mais importante de todas é mesmo a visão que nos dá do mundo.
Quando estamos sempre no mesmo lugar, temos uma imagem dos outros países e nacionalidades muito estereotipada. Muito "eles e nós". A coisa mais importante que eu aprendi no contacto com gente de vários países é que as pessoas são sempre pessoas. De onde elas vêm tem pouca importancia ao final do dia. Sim, claro que define a sua maneira de estar. Mas não deixam de ser pessoas e aquilo que nos aproxima ou afasta delas terá sempre muito mais a ver com o ser humano do que com o passaporte que guardam.
Sempre que algo acontece num país onde conheço alguém, o meu interesse triplica - dando força ao tão polémico critério jornalístico de proximidade. Não é por estar preocupada com os meus amigos - muitas vezes sei perfeitamente onde estão e até costuma ser noutro lugar. É porque esses países têm agora uma cara. São gente. E eu tenho por eles afecto e interesse. Foi isto que a experiência internacional me deu: uma relação de proximidade com o mundo.
Ontem, quando nos preparavamos para entrar na sala onde iria decorrer a cerimónia de entrega de prémios, vestidos a rigor e totalmente contagiados por aquilo a que chamamos "street paper energy", demos conta das notícias vindas de Oslo. Entre nós 4 noruegueses e algumas lágrimas. Hoje, ao inteirar-me com mais pormenor das notícias, o meu coração aperta ao pensar na simpática Mona e no excêntrico Thomas. Que não tenham más notícias ao regressar a casa*
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