Às vezes o meu pai, quando me vê a ser explorada, diz "Ó filha isso nem vale a pena o trabalho que tás a ter". E eu sorrio, aprecio até, mas depois lá continuo. A verdade é que fiz poucas coisas até hoje que valessem o que ganhei por elas... mas quem é que não pode dizer o mesmo?
Não é uma questão de não me valorizar. É que desde que deixei de ter "almofada financeira" - e muito grata estou por isso - percebi que tenho mesmo que fazer pela vida. E por mais que tenha vontade de fazer estágios no Reino Unido (tenho muita!) não acho que faz sentido. Nem sentido faz para mim desistir do que quero fazer. A solução é desdobrar-me. Pagar as contas E ir publicando. Não ter dias de folga. Chegar a casa de corpo moído e ir preparar entrevistas.
Eu não me estou a queixar. Deixei de me queixar e passei a fazer o que posso - e nem sempre o que posso é suficiente, mas o importante é nunca deixar de tentar. Isto quando uma pessoa apanha balanço, é muito mais fácil.
4 comentários:
Granda Necas! Este é um post que me deixa feliz!
E mais: as biografias de proporções épicas começam sempre por "fiz poucas coisas até hoje que valessem o que ganhei por elas..."
Percebo-te perfeitamente. E mais que perceber, valorizo este "abraçar a vida" sem medo do risco. É muito mais gratificante os apuros que passamos por conta da liberdade - e dos sonhos - que o conforto da inércia e a comodidade da mesmice.
Há 5 anos abdiquei da minha "almofada" também e não me arrependo de absolutamente nada. Tiveram fases de questionamento natural, mas nunca cogitei que tivesse escolhido o caminho errado. Fui autêntico - e ser autêntico é das maiores virtudes que podemos permitir a nós mesmos.
Parabenizo-te, ainda que seja uma mera formalidade. "O meu maior empreendimento responde pelo nome de experiência."
Pedro Fortunato likes this.
Estou com o chico! Aliás, sempre digo que o que gostei mais de fazer, não foi pago... As reportagens da take, as entrevistas, o estágio no IOL Cinema. E não recebi um tusto
Mas soube por milhões.
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