sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O que é ser culto?

Hoje num café com dois "cientistas" disseram-me uma coisa interessante. Que uma pessoa considerada culta é alguém que sabe de arte ou política, mas não de ciência. Claro que a definição é redutora, mas percebo a ideia. A minha teoria é que para perceber de "arte ou política" não é preciso ter aulas, é uma questão de interesse, civismo ou sensibilidade. E principalmente é uma questão de opinião. São assuntos subjectivos, que criam debate. Regra geral na ciência ou é ou não é. O que não quer dizer que não se fale sobre ela, mas torna a coisa menos acesa.
Eu confesso que aquilo que me impressiona mais numa pessoa - aquilo, vá, que me faz pensar que é inteligente - não é tanto perceber que há saber acumulado, mas que há raciocínio, filosofia. Uma pessoa que tenha uma teoria, uma opinião. Sobre a existência de Deus, sobre a guerra do Iraque, sobre células estaminais. Claro que já se sabe, para cada autor um público e há assuntos que me interessam mais e vão cativar a minha atenção, mas ficarei impressionada primeiro com a teoria, depois com o tema.
Criatividade, por exemplo, é para mim um grande sinal de inteligência. A capacidade de criar. Geralmente pessoas que se questionam sobre muitas coisas são, a meu ver, inteligentes. Porque as perguntas levam, mais cedo ou mais tarde, a respostas.
Para tudo isto pode ser-se homem de ciência, artes ou letras.

1 comentário:

o Urso disse...

Acho que o que dou mais valor numa pessoa é mesmo a quantidade de poesia e filosofia que ela tem.

Não poesia com métrica; não filosofia com palavras complicadas. Mas a capacidade de encadear raciocínio, de produzir (auto)conhecimento e de o transmitir de forma trabalhada e por vezes bela.

Gosto de ti porque tens isso. E porque até sabes discutir...