domingo, 26 de dezembro de 2010

A purga

Um dia uma amiga disse-me que o nosso cérebro vicia no sofrimento. Como uma trip de um alucinógeneo. Insiste em lembrar, em pensar e repensar naquilo que não deve. Como enfiar um dedo cheio de sal numa ferida aberta.
A minha amiga tinha uma certa razão. A gente só vê a trip, nunca a purga. É isso que eu tento fazer agora, quando o sal começa a arder. Pensar que isto é uma purga, é como tirar veneno de dentro de nós. É como o álcool nas feridas: dói mas cura. E então quando dói mais eu sorrio e deixo arder até dar, e sinto o veneno a sair, a sair. E sinto orgulho em mim própria. Porque crescer é também estender a nossa resistência às dores e sair vitorioso, forte e melhor.

1 comentário:

Anónimo disse...

i, adorei ver-te. estou a torcer para que surjam os grandes motivos para sorrires, e vais ver que sorrirás mais e melhor do que antes. depois da luta sofrida, vêm sempre as melhores recompensas. bj

Helga