quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tenho saudades dos Sopranos

A grande arte dos Sopranos é conseguirem fazer aquilo de maneira a que adoremos o Tony. A gente detesta basicamente tudo aquilo que ele representa e quase vomita com algumas das brutalidades que ele leva a cabo, mas o Tony, desse não é possível não gostar.

Uma das coisas que mais admiro no Tony, ao ponto de achar quase comovente, é o seu amor à família. E o Tony tem uma familia lixada. Aquela mãe vinda do inferno e um tio que o tenta matar. Ainda assim ele não desiste. No meio daquele caos familiar demonstra uma capacidade de perdão inesgotável (ou quase). Acho que Tony percebe melhor que muitos de nós que a família é aquilo que nos liga a terra e que é óbvio que serão essas as pessoas com quem chocaremos mais. Então é preciso o dobro da paciência, o triplo da capacidade de relevar, deixar para trás, para podermos colher frutos que durarão uma vida inteira.

Se funciona para uma família de gangsters de New Jersey, que volta e meia metem chumbo na cabeça uns dos outros, deveria funcionar para nós, confortavelmente sentados nos sofás das nossas casas de classe média, e para os nossos probleminhas, irritaçõezinhas e implicaçõezinhas.

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